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Suplemento herbal comum pode causar interações medicamentosas perigosas com drogas de prescrição

), o principal tratamento complementar e alternativo para a depressão nos Estados Unidos, pode ser perigosa quando tomada junto com muitos medicamentos comumente prescritos,WINSTON-SALEM, NC, EUA – 30 de junho 2014 – A erva-de-São-João (hipérico), o principal tratamento complementar e alternativo para a depressão nos Estados Unidos, pode ser perigosa quando tomada junto com muitos medicamentos comumente prescritos, de acordo com um estudo realizado por pesquisadores do Centro Médico de Wake Forest Baptist.

Os pesquisadores relataram que o suplemento da erva pode reduzir a concentração de numerosos fármacos no corpo, incluindocontraceptivos orais, anticoagulantes, quimioterápicos para o câncere medicamentos para pressão arterial, resultando em eficácia prejudicada e falha no tratamento.

“Os pacientes podem ter uma falsa sensação de segurança com os chamados tratamentos ‘naturais’, como a erva-de-São-João”, disse a doutora Sarah Taylor, professora assistente de dermatologia da Wake Forest Baptist e principal autora do estudo. “E é crucial para os médicos saberem os perigos de tratamentos ‘naturais’ e comunicar os riscos para os pacientes de forma eficaz.”

depressão

O estudo está publicado na edição atual on-line da revista cientítica “The Journal of Alternative and Complementary Medicine” (Revista de Medicina Alternativa e Complementar).

Para determinar a frequência com que a erva-de-São-João estava sendo prescrita ou tomada com outras medicações, a equipe realizou uma análise retrospectiva de dados nacionalmente representativos coletados pela Pesquisa Nacional de Assistência Médica Ambulatorial entre 1993-2010. A equipe de pesquisa descobriu o uso da planta em combinações potencialmente prejudiciais em 28% dos casos analisados.

As interações medicamentosas possíveis podem incluir a síndrome serotoninérgica, uma condição potencialmente fatal que provoca altos níveis de serotonina que se acumulam no corpo, a doença cardíaca devido a deficiência na eficácia de medicamentos para pressão arterial, ou gravidez não planejada devido à falha do método contraceptivo, disse Taylor.

As limitações do estudo são de que apenas medicamentos registrados pelo médico foram analisados.​ No entanto, ela disse que a taxa de interações da erva-de-São-João pode realmente ser subestimada porque no banco de dados não foram incluídos pacientes que estavam usando a planta mas não informaram o seu médico.

“As informações nos rótulos dos suplementos úteis, tais como a erva-de-São-João, precisam fornecer as devidas precauções e informações de risco”, disse Taylor, acrescentando que a França proibiu o uso de produtos de erva-de-São-João; outros países, incluindo o Japão, o Reino Unido, e Canadá, estão em processo de inclusão de avisos de interação medicamentosa com nos produtos da erva-de-São-João

Suplemento herbal comum pode causar interações medicamentosas perigosas com drogas de prescrição

“Os médicos também precisam ser treinados para sempre perguntar se o paciente está tomando quaisquer suplementos, vitaminas, minerais e ervas aromáticas, especialmente antes de prescrever qualquer um dos medicamentos mais comuns que podem interagir com erva-de-São-João”.

No Brasil os suplementos são comumente vendidos na forma de cápsulas de 100 mg e 300 mg em drogarias e farmácias. Existe ainda uma espécie chamada também de erva-de-São-João (Ageratum conyzoides, também conhecida por “mentrasto” e  “picão-roxo”) que não é a mesma planta e nem possui nenhuma semelhança na forma, na classificação botânica ou nas propriedades terapêuticas.

7 de Julho de 2014. Texto traduzido por Matheus Malta de Sá (Farmacêutico, USP). Fonte:  Wake Forest Baptist Medical Center, divulgado na imprensa.

Observação da redação: este artigo foi modificado em 26.10.2015

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