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Paracetamol

Introdução
paracetamol medicamentoO paracetamol é uma molécula analgésica e febrífuga, utilizada em caso de dor (dor de cabeça, dor nas costas, cólicas menstruais) ou febre, assim como em caso de doenças reumatismais (artrose). O paracetamol pode também ser usado em caso de febre causada pelo novo coronavírus (Covid-19).
Ele pode ser encontrado por exemplo em forma de comprimido ou comprimido efervescente.

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Sobre o paracetamol:
Nome da molécula: paracetamol, paracetamolum, acetaminofeno, acetaminophen (nome americano)

Dosagem:
Introdução paracetamolPara os adultos, as dosagens utilizadas são geralmente de 500 mg. Existem também as dosagens de 1’000 mg (1gr) prescritas, por exemplo, em caso de dores agudas (artrose, artrite) ou crônicas (artrose). A dose máxima diaria para um adulto (sem contra-indicação) é de 4’000 mg (4gr).

Posologia:
Em geral, o paracetamol é tomado por um adulto a cada 4 horas, na dosagem de 500 mg. A posologia pode variar em função de cada pessoa e da indicação. Peça conselhos ao seu especialista.

Efeitos:
– Analgésico (contra a dor), febrífugo graças a um bloqueio dos COX (ciclooxigenase), mais especificamente da COX 3.
Atenção, o efeito antiinflamatório é muito fraco, até inexistente.
O paracetamol age em geral por 4 horas.

Indicações:
– Diversas dores: dor de cabeça, enxaqueca, *dor nas costas, artrose, gripe, sindrome gripal, cólica menstrual, otite, dor de dente, afecções reumatismais diversas.
Febre, incluindo a febre causada pelo novo coronavírus (Covid-19).
Nota: Os anti-inflamatórios como o ibuprofeno geralmente não são recomendados contra a infecção pelo novo coronavírus Covid-19, pois podem ser um fator de agravamento da infecção pelo Covid-19, como observou o ministro da Saúde francês Olivier Véran em sua conta no Twitter em 14 de março de 2020. O Ministro observou que em caso de febre, o paracetamol deve ser tomado. Se uma pessoa já estiver a tomar anti-inflamatórios ou em caso de dúvida, deve consultar o seu médico.
Dengue

*Atenção, de acordo com um estudo australiano publicado em julho de 2014, no jornal de referência The Lancet, tomarparacetamol para lombalgia aguda não é mais eficaz do que o placebo. Ler : Estudo diz que paracetamol não é eficaz na dor lombar aguda

Efeitos secundários:
Hipersensibilidade ao paracetamol ou alergia ao paracetamol (por ex. uma alergia na pele ou asma (rara), necrólise, problemas na região sangüínea, complicações gastrointestinais, necrose hepática (sobretudo em caso de superdosagem), necrose tubular, complicações renais.
Um uso diário e por vários meses de 500 mg de paracetamol em mulheres pode aumentar a pressão, isto é, pode levar à hipertensão.

Contra-indicações:
Problema na região do fígado (doença hereditária do fígado, alto consumo de álcool), hepatite, problema renal, asma (rara)…

Interação:
Álcool, isoniazida.
Para mais informações sobre os efeitos secundários, as contra-indicações e interações do paracetamol, leia a bula e peça conselhos a um farmacêutico ou médico.

Gravidez:
Tal como acontece com todos os medicamentos, durante a gravidez não é aconselhável tomá-los, a menos que autorizado pelo seu médico ou farmacêutico. Neste caso, procure aconselhamento de um especialista e leia a bula. Estudos têm demonstrado que tomar paracetamol durante a gravidez levou a um QI menor e a problemas de comunicação em crianças nascidas de mulheres que usaram paracetamol, especialmente em grandes quantidades, durante a gravidez. Um estudo publicado no início de 2018 na revista científica European Psychiatry (Psiquiatria Europeia) (DOI: 10.1016/j.eurpsy.2017.10.007) mostrou que tomar paracetamol durante a gravidez foi associado a atrasos de linguagem em meninas. Em detalhe, este estudo realizado pela Escola de Medicina Icahn do Hospital Mount Sinai, de Nova York, descobriu que as meninas nascidas de mães mais expostas – aquelas que tomaram o paracetamol mais de seis vezes no início da gravidez – tiveram quase 6 vezes mais risco de atraso na linguagem do que as filhas de mães que não tomaram paracetamol.

Lactação:
Este medicamento não deve ser administrado sem aviso médico por mulheres que estão em fase de lactação. Não existem estudos sérios sobre o uso do paracetamol durante a lactação, este pode ser excretado no leite maternal,  e portanto deve ser utilizado somente mediante orientação médica.

Dicas:
– A mulheres que tomam pílula têm uma tendência em apresentar uma duração de ação do paracetamol mais curta do que nas outras mulheres. A pílula favorece a degradação (catabolismo) do paracetamol, é por isso que este pode ser menos eficaz (pelo menos no que diz respeito à duração) nas mulheres que tomam pílula.
– Atenção, não tome paracetamol em caso de problemas hepáticos (fígado) e álcoolismo.
– Um estudo britânico publicado no início de 2015 por pesquisadores liderados pelo professor Philip Conaghan do hospital de Leeds na Inglaterra, mostrou um aumento na taxa de mortalidade de até 63% nos pacientes que consomem repetidamente altas doses de paracetamol (3g por dia). O estudo mostra que quando passamos de 3 gramas por dia durante duas semanas ou mais, começamos a entrar em uma área de alto risco.
A ingestão regular de paracetamol, também aumenta o risco de doenças cardiovasculares, hemorragia gastrointestinal e problemas renais, de acordo com os resultados do estudo. Este estudo foi publicado na revista britânical Annals of the Rheumatic Diseases que depende do grupo British Medical Journal (BMJ). No entanto, os pesquisadores disseram que o estudo não questionou as qualidades do paracetamol, que continua a ser um medicamento muito útil para dor e febre, além de apresentar menos efeitos colaterais do que a aspirina ou anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs ), tais como ibuprofeno.

Superdosagem de paracetamol – Intoxicação paracetamol:
– Evite a superdosagem de paracetamol. Caso isso ocorra, é necessário consultar um médico imediatamente, pois ele irá prescrever o antídoto do paracetamol: a acetilcisteína (um princípio ativo utilizado habitualmente contra a tosse produtiva) por via parenteral.
– Um estudo publicado em 2014 na versão on-line do Expert Review of Clinical Pharmacology mostrou que a intoxicação (overdose) de paracetamol leva cerca de 80.000 pessoas à situação de emergência por ano, e 30.000 foram hospitalizadas.

Sinais de intoxicação por paracetamol – às vezes, progressão fatal:
Os sinais de intoxicação por paracetamol podem incluir dor abdominal, sangramento, náusea, hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue) ou acidez no sangue.
Progressão dos sintomas: 
Após algumas horas, uma pessoa com intoxicação pode não sentir nada ou apenas um mal-estar geral, às vezes com distúrbios gástricos1. De 18 a 72 horas após a ingestão, a condição pode melhorar subjetivamente, mas a análise do sangue mostra distúrbios hepáticos. Após três a quatro dias, ocorre insuficiência hepática (hepatite), vômitos e dor se intensificam, aparece icterícia e os rins podem ser afetados. Finalmente, a partir do quarto dia, são revelados danos ao fígado (ou outro órgão), às vezes exigindo um transplante para evitar a morte.

Notícias:
Vacina Covid-19: Riscos do uso indiscriminado de paracetamol
Estudo diz que paracetamol não é eficaz na dor lombar aguda

Fontes:
European Psychiatry (Psiquiatria Europeia) (DOI: 10.1016/j.eurpsy.2017.10.007)

Redação:
Xavier Gruffat (Farmacêutico)

Última actualização:
14.10.2021

Créditos fotográficos:
Fotolia.com/Adobe Stock

Bibliografia e referências científicas:

  1. Prudence avec le paracétamol!, Fédération romande des consommateurs, 3 de fevereiro de 2021
Observação da redação: este artigo foi modificado em 13.10.2021

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