Publicidade

Psoríase

Resumo de psoríase

BetametasonaA psoríase é uma doença de pele de causa genética e autoimune, não contagiosa e crônica. É uma doença comum que afeta cerca de 2% da população mundial. O tipo mais comum (80% a 90% dos casos) é a psoríase vulgar ou em placas.
Na pele saudável há uma regeneração natural das camadas, já no caso da psoríase o processo de regeneração é acelerado. Esta regeneração rápida de novas células da pele acarreta no não amadurecimento das mesmas e, ao invés de ser quase invisível, a pele parece solta e branca.

Publicidade

As causas exatas da psoríase ainda não são bem conhecidas, estima-se que os fatores hereditários (genéticos) podem ter um papel importante, se um dos pais tem a doença há um maior risco de desenvolvimento.

Os principais fatores de risco ou gatilhos da doença são estresse, garganta inflamada, queimaduras de sol, frio e transtornos psicológicos

No caso de psoríase em placas há uma aglomeração de células da pele formando placas cobertas com escamações brancas ou prateadas. Os pacientes também sofrem de coceira e pele vermelha e irritada.

Pessoas que sofrem de psoríase sabem que as crises podem gerar lesões vermelhas, escamosas e espessas, em qualquer parte do corpo.

Uma complicação da psoríase é a artrite psoriática ou psoríase artropática, que afeta até 20% das pessoas que sofrem desta doença crônica. Complicações psicológicas, como a depressão e a ansiedade também podem ocorrer.

O tratamento da psoríase depende da gravidade da doença, no caso de psoríase leve se utiliza cremes ou pomadas com corticódes, derivados da vitamina D3 ou o uso de agentes queratolíticos.

No caso de psoríase severa (grave), o médico pode optar pela utilização de cremes, assim como no caso de psoríase leve, mas também pode prescrever sessões de PUVAterapia (associação de fototerapia com medicamentos), agentes imunossupressores (por exemplo, metotrexato) e biológicos (medicamentos complexos que agem na resposta imune).

Como medidas complementares e alternativas, há também tratamentos como os banhos termais, consumo de ômega-3, água com sal e suplementos contendo vitaminas. Descubra todos os tratamentos alternativos e complementares para a psoríase.

Algumas recomendações podem melhorar a condição da psoríase, como banhos de sol, alimentação saudável e impedir que a pele fique seca.

A prevenção da psoríase é baseada principalmente na prevenção do estresse e da fadiga, além da adoção de um estilo de vida saudável (alimentação saudável, não fumar e evitar bebidas alcoólicas). Descubra todas as recomendações para a prevenção da psoríase.

5 DICAS PARA TRATAR A PSORÍASE

1. – Procure manter a sua pele sempre hidratada e menos seca possível. Para isso, você pode utilizar pomadas a base de vaselina (um derivado do petróleo), muito eficaz contra a pele seca. É importante saber que a pele seca favorece o desenvolvimento da psoríase e um círculo vicioso pode se instalar. Hidratar e umedecer a pele irá permitir o rompimento desse círculo infernal.

2. – Tomar banho de banheira pode ser benéfico para a sua pele, no entanto, este não deve muito frequente nem muito demorado, pois ele pode ressacar a pele (ver ponto 1). Quando estiverna banheira, experimente colocar sal marinho dentro da água e procure não deixar a temperatura dela muito quente (resseca a pele). Por fim, quando sair do banho, se possível não utilize uma toalha,tente secar-se naturalmente.

3. – A exposição solar melhora em 80% o estado da psoríase, no entanto, em 10% dos casos, ocorre o inverso. É importante se expor ao sol, mas essa exposição deve ocorrer nos horários que representam o menor risco para a pele, ou seja, pela manhã ou após às 16h, para evitar os efeitos nefastos do sol, como o câncer de pele.

4. – Evite fumar e consumir muito álcool, pois estas “drogas” aumentam a psoríase.Isso ocorre principalmente com as pessoas que fumam mais de um maço por dia. E quanto ao álcool, seu efeito negativo ocorre principalmente nos homens.

5. – A psoríase pode gerar conseqüências emocionais e de relacionamento para o doente, portanto pode ser interessante que este consulte algum especialista (médico, psicólogo,terapêuta…). Esse apoio pode ser de grande ajuda para que ele consiga lidar melhor com a doença. Ressaltamos que a causa psíquica, apesar de desencadeadora, não é a causa original da psoríase. A doença ocorre devido a um problemado sistema imunológico, e portanto, a culpa não é do doente.

Publicidade

Definição

A psoríase é uma doença crônica. Trata-se de uma afecção auto-imune inflamatória da pele, não-contagiosa e relativamente freqüente.

A psoríase se caracteriza pelo surgimento de placas, quase sempre de cor vermelha ou branca e em forma de escamas. A aparição da psoríase é feita por surtos intervalados de fases de remissão.

A principal causa da psoríase reside no fato de que a renovação das células da epiderme é fortemente acelerada em relação ao normal (8 dias em caso de psoríase, contra 28 dias em situação normal). Isso resulta no acúmulo de células da epiderme, o que forma placas e escamas (ver em causas).

E importante saber que existem diversos tipos de psoríase, sendo que o mais freqüente, em 80% dos casos, é a psoríase em placas ou psoríase vulgar (= psoríase comum), mas também a psoríase em gotas, a psoríase do rosto, a psoríase do couro cabeludo, o reumatismo psoríasico. Cada tipo de psoríase tem as suas próprias características e o médico adaptará o tratamento para cada tipo.

Epidemiologia

– A Northwestern University, Universidade Americana de referência, menciona em um artigo publicado em Junho de 2016, que 3% da população mundial seria afetada pela psoríase. De acordo com Health Union, uma empresa americana especializado nomeadamente no estudo da psoríase, a doença afectaria pelo menos 125 milhões de pessoas em todo o mundo.

– Nos Estados Unidos, cerca de 3% dos adultos ou mais de 5 milhões de adultos sofrem de psoríase, de acordo com um artigo atualizado em outubro de 2013 do National Institutes of Health. Health Union estima que pelo menos 7,5 milhões de adultos sofrem de psoríase nos EUA em 2016.
A American Academy of Dermatology estima que a psoríase afeta aproximadamente 7,5 milhões de americanos, de acordo com um comunicado da Universidade da Pensilvânia em novembro de 2017.

É interessante notar que 80 a 85% das pessoas afetadas pela doença nos EUA sofrem de psoríase leve a moderada e 15 a 20% sofrem de psoríase severa (que necessita de tratamentos em geral por injeção à base de metotrexato, ciclosporina ou biológicas, ver também em Tratamentos).

– Ressaltamos que cerca de 5 a 20% das pessoas afetadas pela psoríase sofrem igualmente de artrite ligada à doença (=reumatismo psoriásico).

– No Brasil, estima-se que 2% da população tem psoríase, cerca de 4 milhões de pessoas.

– A repartição da doença é igual entre homens e mulheres, nenhum sexo parece ser mais ou menos afetado.

– Quanto mais longe da linha do Equador maior é a incidência da doença. Por exemplo, para a mesma população, existem mais casos de psoríase na Finlândia do que na Venezuela.

– Pessoas de pele branca (caucasianos) são mais afetados por esta doença do que pessoas de pele negra, por exemplo. Portanto, veem-se diferenças significativas de desenvolvimento da doença entre os grupos étnicos. Em uma determinada população na China há apenas 0,3% de pessoas com psoríase, enquanto que em uma população selecionada na Antártida, 12% das pessoas são acometidas pela doença [fonte:  pharmajournal, no 24, 2010].

– 10% das pessoas que sofrem de psoríase são crianças, portanto o desenvolvimento da doença em crianças não é muito comum, mas não deve ser ignorado. Nas crianças, a psoríase é geralmente desencadeada por inflamações da garganta ou outras infecções da faringe. Tais inflamações devem ser, portanto, muito bem tratadas para evitar esse tipo de complicação.

– Estima-se que 25% das pessoas com psoríase sofrem de depressão.

Causas

As causas da psoríase ainda não são totalmente conhecidas, estima-se, no entanto, que a origem desta doença pode provir de um distúrbio do sistema imunológico. É constatado que esta doença tem também um forte composto hereditário ou genético. Isso significa que em cerca de um terço dos casos, um parente sofreu ou sofre desta dermatose. Os brancos (caucasianos) são mais frequentemente atingidos pela psoríase, o que reforça a idéia de um forte composto genético. De fato teria sido encontrado um gene que tem ligação com o desenvolvimento da psoríase. Para resumir, podemos dizer que a psoríase pode ter causas multifatoriais (genética,  doença auto-imune e, eventualmente, origens ambientais).

Todavia, fatores desencadeadores (fatores agravantes) podem estimular ou agravar uma psoríase (existente), quase sempre trata-se de diversos fatores que juntos, irão desencadear a doença ou uma crise:

– O estresse favorece especialmente os surtos de psoríase. Segundo um estudo publicado em 2013, o estresse além de ser um fator desencadeante, também pode reduzir a eficácia dos tratamentos para a psoríase. Um risco de círculo vicioso pode existir se o estresse não é considerado corretamente.

– Doenças infecciosas como a inflamação da garganta

– Um clima frio (o inverno no hemisfério norte, na Europa, Canadá ou EUA, por exemplo)

– A tomada de determinados medicamentos (por exemplo, o lítio, antipalúdicos, beta-bloqueadores, interferon)

– Um traumatismo na vida: falecimento, etc.

– Problemas psíquicos

– Um excesso de peso, a obesidade (confirmado por um estudo de 2007)

– Um machucado

– Fatores hormonais (por ex. a gravidez)

– Diversos problemas hormonais ou metabólicos

– O consumo de álcool (sobretudo para os homens) e/ou tabaco (seria responsável por um quarto dos casos de psoríase, confirmado por um estudo do final de 2007)

– Excesso de sol

Fisiologia da psoríase
Desde que o mecanismo exato da psoríase ainda não é conhecido, o que se sabe são principalmente hipóteses que ainda precisam ser confirmadas por outros estudos. Os pesquisadores acreditam que a doença é causada por problemas com o sistema imunológico, ou seja, sistema de defesa do corpo. As células do sistema imunológico envolvidas seriam particularmente os linfócitos T (em inglês, chamadas de T cell). Em circunstâncias normais, estas células são programadas para lutar contra agentes externos infecciosos, tais como vírus e bactérias, mas no caso da psoríase elas atacam as próprias células da pele por engano.

Em adição a razões genéticas, as causas da psoríase mencionadas acima (ex. stress) poderiam perturbar o funcionamento normal dos linfócitos T modificando-os a atacar as próprias células da pele. Existem medicamentos para lutar contra a psoríase, chamados de moduladores de linfócitos T (leia mais sobre em Tratamento, a seguir). Os medicamentos chamados biológicos (biologics, em inglês) também atuam sobre o sistema imunológico.

Grupos de risco

 As pessoas que podem contrair a psoríase são principalmente homens e mulheres da raça branca (raça caucasiana), Todavia, todas as raças podem ser atingidas pela doença.

Sabemos também que jovens do sexo masculino, alcoólatras ou grandes consumidores de álcool têm maior risco de sofrer de psoríase. Existe nesses indivíduos, uma relação entre o álcool e a psoríase. É interessante constatar que nas mulheres, este laço não está comprovado, portanto podemos dizer que não existe essa relação entre alcoolismo e psoríase nas mulheres.

Sintomas

 Antes de detalhar os sintomas da psoríase, gostaríamos de salientar que a psoríase muitas vezes ocorre entre 15 e 35 anos ou depois dos 50 anos.

Os sintomas da psoríase em placas (psoríase mais freqüente), também chamada de psoríase vulgar ou comum são em geral: placas vermelhas rugosas recobertas por escamas de cor branca, espessas e bem delimitadas, quase sempre dispostas em focos circulares ou ovais. Em cerca de 20 a 30% dos casos essas lesões geram coceira.

Mais da metade dos pacientes com psoríase em placas também sofrem de sintomas no couro cabeludo.

Ressaltamos que em certos casos, que chamamos de psoríase em gotas, os focos da doença podem ser pequenos e ter o formato de gotas. Parece que este tipo da doença toca principalmente as crianças e os adolescentes e surge após inflamações da garganta ou outras infecções da faringe.

A psoríase pode estar localizada nos cotovelos, nos joelhos, nas articulações em geral, nas costas, mas também no couro cabeludo (o que chamamos de psoríase do couro cabeludo), nas unhas, ou em casos mais graves no corpo todo.

É importante notar que a psoríase evolui através de surtos. Em caso de surto de psoríase, o seu médico lhe aconselhará sobre a estratégia terapêutica a ser adotada.

Diagnóstico

A psoríase deve ser tratada por um médico. Para a sua informação, o médico utilizará em geral uma anamnese e um diagnóstico clínico.

Curiosamente, o tempo entre a identificação dos sintomas até o diagnóstico médico, pode levar de 5 a 8 anos1. Uma das razões para essa longa espera pode ser que muitas pessoas procuram um médico quando a psoríase já está em estágio avançado.

Complicações

– As complicações da psoríase podem ser, o risco de sofrer um reumatismo psoríasico ou psoríase artropática (afeta 20% das pessoas que sofrem de psoríase). O reumatismo psoríasico é uma afecção que provoca dores articulares e que pode gerar deformações nas articulações. No entanto, para reassegurar as pessoas afetadas pela psoríase, existem tratamentos cada vez mais eficazes, que permitem tratar e prevenir esse risco de complicações.Converse com o seu médico.

– Uma outra complicação, mais geral, é o risco de sofrer complicações de ordem psicológica (ansiedade, depressão, etc.). De fato, a psoríase pode ser difícil de suportar por conta da sociedade em que estamos inseridos, isso pode ser motivo de vergonha e, portanto, de perda da auto-estima. Assim sendo, é muito importante falar com um médico, mas também com o seu entorno.

– Alguns pesquisadores também descobriram que as pessoas com psoríase têm  risco de infarto do miocárdio ampliado. Além disso, também foi observado um risco elevado de síndrome metabólica (diabetes, hipertensão…), assim como complicações relacionadas ao tabagismo e à hipertensão (gerada independemente).

É Também importante ressaltar que existe um risco entre a hepatite C crônica e a psoríase,  pois os tratamentos dahepatite C podem representar um fato desencadeador ou agravante da psoríase.

Pacientes com psoríase podem desenvolver outras comorbidades como hipertensão ou doença de Crohn.

Diabetes tipo 2 e psoríase
As pessoas com psoríase correm um risco mais elevado de desenvolver diabetes tipo 2 do que aquelas sem psoríase, este risco aumenta consideravelmente dependendo da gravidade da doença. Os cientistas descobriram que as pessoas com psoríase com 10% ou mais do corpo afetado são 64% mais propensas a desenvolver diabetes do que aqueles sem psoríase, independentemente dos fatores de risco tradicionais, como o peso corpóreo. Este estudo é o primeiro que mostra uma ligação entre a gravidade da psoríase e o aumento do risco de desenvolver diabetes em pessoas que sofrem desta doença dermatológica. De acordo com um comunicado do estudo publicado no dia 14 de novembro de 2017, o tipo de inflamação observada na psoríase é conhecida desencadeadora de resistência à insulina (a causa do diabetes). Estes resultados vêm de um estudo realizado pela Universidade da Pensilvânia (University of Pennsylvania) e publicado em novembro de 2017 no Journal of the American Academy of Dermatology (DOI: 10.1016 / j.jaad.2017.10.050).

Quando consultar um médico?

A psoríase é uma doença séria, portanto, se estiver suspeitando de uma psoríase, consulte imediatamente um médico (clínico geral, pediatra ou dermatologista). Se estiver sofrendo de psoríase (já diagnosticada), consulte regularmente um médico, todavia, se surgirem novos ou inquietantes sintomas (febre alta, desenvolvimento de uma infecção bacteriana com pus, dores,…) consulte o seu médico de imediato, mesmo antes de seu retorno habitual.

Tratamentos

A psoríase é uma doença que por enquanto não tem cura, no entanto, existem medicamentos que ajudam a acalmar e diminuir a velocidade da evolução da doença. O sucesso da terapia depende igualmente da gravidade da doença.

Para resumir, aqui estão os principais tratamentos utilizados para a psoríase:

– Do tipo de psoríase

– Do alcance e a gravidade da psoríase

– Da idade, sexo e condição de vida do paciente

– Da reação do paciente aos tratamentos anteriores

Para resumir, aqui estão alguns tratamentos bastante utilizados em caso de psoríase. É claro que todos os tratamentos listados abaixo devem ser prescritos por um médico.

Opções em caso de psoríase leve (via tópica)

– Corticoídes (dermocorticóides)

Trata-se geralmente da primeira medida tomada pelo médico em caso de psoríase leve. O médico prescreve então cremes ou loções com cortisona e derivados. Observamos que existem diferentes “forças” de corticóides. O seu médico ou farmacêutico lhe informará sobre os cremes à base de cortisona e derivados. Ressaltamos também que não se deve interromper bruscamente a terapia com dermocorticóides, mas diminuir a dose progressivamente.

– Derivados da vitamina D3:

Utiliza-los em geral, em forma de cremes, loções ou pomadas. Por exemplo, cremes a base de cacitriol, tacalcitol ou de calcipotriol.

– Outros tratamentos locais como aqueles a base de alcatrão (bem atuais) ou ainda de ácido salicílico (concentração de 5, 10 ou 25%) da classe dos queratolíticos,em forma de creme ou pomada, que permite suavizar as placas de psoríase (em um primeiro momento)

Opção em caso de psoríase severa (via oral)

– A PUVAterapia, que consiste em utilizar um medicamento do tipo psoralene e se expor a ultravioletas A. O psoralene aumenta a receptividade da pele à luz.

– Imunossupressores (novos tratamentos da psoríase)

– O metotrexato(a ser tomado em forma injetável em s.c. i.m. ou i.v ou em forma de comprimidos). Atenção o metotrexato deve ser tomado uma vez por semana e não todos os dias, pelo menos para as indicações de psoríase e poliartrite reumatóide. Ressaltamos que o metotrexato é particularmente eficaz em caso de reumatismo psoriásico, pois ele age também sobre a artrite.

– A ciclosporina (a ser tomada em geral, em forma de cápsula)

Biológicos (também chamados de bioterapêuticos ou imunológicos)

– Os anti-TNF-alfacomo o etanercept, adalimumab ou infliximab.

– Os moduladores dos linfócitos T, como o efalizumab ou alefacept.

Desde 2016 há um novo medicamento, o ixekizumab, em diversos mercados do mundo, principalmente nos Estados Unidos. Este é um anticorpo monoclonal indicado principalmente no tratamento da psoríase em placas. Segundo em estudo publicado em 2016 na revista New England Journal of Medicine, cerca de 80% dos pacientes com psoríase moderada à grave tiveram o desaparecimento completo ou quase completo de sua doença após o uso do ixekizumab. Estes resultados são provenientes de três grandes estudos clínicos a longo prazo, liderados pela Northwestern Medicine, instituição de referência nos Estados Unidos.

Este medicamento está disponível em preparações injetáveis.
Nos Estados Unidos, o ixekizumab (vendido sob o nome Taltz®) é caro, o preço no início de 2017 era mais de USD $ 4.000 por injeção de acordo com informações da revista Prevention.
A vantagem do ixekizumab é que ela leva a menos infecções do que outros medicamentos utilizados contra a psoríase, uma vez que tem como alvo uma molécula específica do sistema imunológico. A maioria dos medicamentos contra a psoríase afeta o sistema imunológico, o que reduz as defesas do organismo contra as infecções. Em outras palavras, os pacientes que utilizam medicamentos contra a psoríase sofrem mais de infecções (ex. virais, bacterianas).

Contra a artrite psoriática:
Contra a artrite psoriática, além dos medicamentos mencionados acima como os biológicos, também é possível usar medicamentos anti-inflamatórios (por exemplo, AINEs) e MMCDs (medicamentos modificadores do curso da doença).

Tratamentos alternativos

Como medida alternativa para tratar a psoríase, é possível:

– Utilizar água termal, isso pode ajudar a apaziguar a psoríase.

– Consumir ômega-3. De fato, os ômega-3 possuem efeitos positivos para tratar a psoríase.

– Fazer banhos de enxofre.

– É possível também fazer banhos de água salgada (se possível contendo 40% de sal para se reaproximar da concentração de sal do Mar Morto).

– Consumir ou tomar medicamentos à base de zinco.

– Consumir ou tomar medicamentos a base de vitamina C ou E (graças ao efeito anti-oxidante favorável em caso de psoríase).

– Utilizar cremes à base de camomila alemã, que possuem um efeito igualmente interessante para tratar a pele seca (que é quase sempre ligada à psoríase).

– Utilizar cremes à base de aloe. Gel de aloe vera. Aplique o gel fresco de aloe várias vezes ao dia na psoríase até obter algum alívio.

– Uso de alcatrão de hulha ou alcatrão de carvão (coal tar  em Inglês) é recomendado em alguns caso de psoríase para reduzir os sintomas, tais como irritação e coceira. O problema com este produto é que ele tem um cheiro muito forte e pode manchar a roupa.

Dicas

– Se expor ao sol permite em 80% dos casos melhorar a situação da psoríase. Em menos de 10% dos casos, ocorre o contrário, a exposição ao sol agrava a doença. Ressaltamos que é importante se expor ao sol, porém sem aplicar protetor solar, para obter um bom resultado no combate à psoríase. Sendo assim, é importante se expor pela manhã ou após as 16 horas, para evitar os efeitos nefastos do sol (câncer de pele).
Não se exponha ao sol por um tempo muito prolongado, isto para evitar uma queimadura solar ou um aumento no risco de sofrer de câncer de pele. O seu médico pode aconselhá-lo sobre o tempo de exposição apropriado aos raios UV do sol.

– É particularmente importante aplicar o creme depois de sair do chuveiro ou da banheira, ou seja, quando a pele ainda está úmida.

– Evite ter uma pele seca, aplique, por exemplo, pomadas à base de vaselina sobre as placas de psoríase.

– Tente perder peso. A perda de peso tem um impacto importante e significativo sobre os sintomas da psoríase e na qualidade de vida, de acordo com pesquisadores da Universidade de Copenhague, na Dinamarca. Estes são os resultados de um estudo publicado no The American Journal of Clinical Nutrition em 2016. Neste estudo, 60 pacientes obesos com psoríase que perderam em média 15 quilos ao longo de 16 semanas, tiveram uma melhoria na sua qualidade vida e uma redução na gravidade dos sintomas da psoríase. Depois de um ano, aqueles que perderam pelo menos 10 quilos também puderam ver uma melhora na qualidade de vida e nos sintomas da psoríase.

– Tenha uma alimentação saudável, com ingestão de frutas e legumes (ricos em anti-oxidantes) assim como ômega-3 (que encontramos em peixes oleosos ou complementos alimentares), que auxiliam a tratar e prevenir a psoríase.

– Algumas causas (ver acima em Causas) ou fatores de risco podem desencadear psoríase ou aumentar os sintomas, tais como o stress ou frio. Depois de identificar a(s) causa(s) que leva(m) a psoríase, tente reduzí-las. Por exemplo, se é stress, tente aprender a gerir este problema.

Prevenção

– Tente entender as causas ou agentes desencadeadores da doença (ex. estresse) para limitar o aparecimento da doença e principalmente suas crises.

– Ter uma alimentação saudável, à base de frutas e legumes (ricos em anti-oxidantes) assim como ômega-3 (que encontramos em peixes oleosos ou em complementos alimentares) ajuda a tratar e prevenir a psoríase.

– Evite o excesso de peso ou obesidade, um estudo norte-americano demonstrou que a gravidade da doença aumenta com o ganho de peso.

– Evite fumare (parar de fumar) consumir muito álcool. Estas duas “drogas” aumentam a psoríase. Para o tabaco, a doença pode afetar principalmente aqueles que fumam mais de maço por dia.

Sabe-se que para algumas pessoas que sofrem de psoríase, consumir álcool pode desencadear crises, apesar do uso de medicação para tratar a doença (ex. metotrexato.). Se possível, tente não consumir álcool.

– Vista-se com roupas leves e confortáveis.

– Você pode utilizar curas termais ou no Mar Morto.

– Trate bem a sua pele, hidratando-a bastante. Você pode efetuar gestos simples para deixar a sua pele em melhores condições com privilegie uma ducha ao invés de um banho, mas não tome duchas muito quentes e utilize produtos pouco irritantes, etc.

– Reduza ou contenha o estresse. Segundo um estudo publicado em 2013, o estresse além de ser um fator desencadeante pode também reduzir a eficácia dos tratamentos para a psoríase. Um risco de círculo vicioso pode existir se o estresse não for considerado corretamente.

– A psoríase pode ter conseqüências emocionais e de relacionamento para o doente, assim como ocorre com outras doenças da pele (acne, etc.).

– Consultar psicólogos pode ser um auxílio benéfico para melhor conviver com a doença. Ressaltamos que a causa psíquica, às vezes desencadeadora da doença, não parece ser a causa original da psoríase. Trata-se de um problema do sistema imunológico e, portanto, uma pessoa afetada pela psoríase não tem culpa da doença.

– Segundo um estudo americano, parte das pessoas afetadas pela psoríase teriam dificuldades em expressar a raiva. Segundo esse estudo, aqueles que reprimem demais os sentimentos seriam mais suscetíveis a desenvolver a psoríase antes dos 40 anos. Observação da Criasaude.com.br: Estudo impressionante, mas que pode ser interessante e abre novas pistas para a terapia.

– Segundo um estudo realizado nos EUA, parece que uma parte das pessoas com psoríase tem dificuldade em expressar a sua raiva. O estudo descobriu que aqueles que reprimem sua raiva também seriam mais propensos a desenvolver psoríase antes dos 40 anos.

– Realize exercícios regularmente, um estudo Português publicado em 2014 mostrou que o exercício físico pode reduzir o número e a gravidade dos ataques de psoríase.

Fontes:
National Institutes of Health, American Academy of Dermatology, Journal of the American Academy of Dermatology (DOI: 10.1016 / j.jaad.2017.10.050).

Redação:
Por Xavier Gruffat (farmacêutico)

Fotos: 
Fotolia.com

Atualização:
Este artigo foi modificado em 17.06.2022

Bibliografia e referências científicas:

  1. Revista “Vida e Saúde”, revista brasileira de saúde, edição de abril de 2022
Observação da redação: este artigo foi modificado em 17.06.2022

Publicidade