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Rubéola

Artigo verificado e atualizado em abril de 2023 pela Dra. Zafera Eléonore Saholinirina, pediatra (mais informações no final da página).

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Definição e resumo

A rubéola é uma doença infecciosa, de origem viral, geralmente benigna, exceto quando contraída durante a gravidez, pois ela comprometer gravemente o futuro da criança durante a gestação, com risco de malformações.
A transmissão do vírus da rubéola é aérea. Requer contato direto entre uma pessoa infectada e contagiosa cujo muco contém grandes quantidades de vírus. Assim, o vírus da rubéola pode ser transmitido pela saliva ou por gotículas suspensas no ar durante a tosse ou espirro. A mãe também pode infectar a criança durante a gravidez, parto ou amamentação.

Os sintomas geralmente aparecem duas a três semanas após a exposição ao vírus e se manifestam como febre baixa e dor de cabeça.

São as crianças, em idade pré-escolar ou escolar, que são classicamente a principal fonte de contaminação.

Uma informação relevante é que a rubéola não pode ocorrer uma segunda vez.

Qual a diferença entre rubéola e sarampo?
Os sintomas da rubéola se assemelham aos do sarampo: febre moderada por 1 ou 2 dias, seguida de erupção cutânea, pequenas manchas rosadas que geralmente começam no rosto e depois descem pelo corpo, mais frequentemente no peito, e dores no corpo. Nódulos podem aparecer no pescoço e atrás das orelhas. Apesar dessas semelhanças, são doenças diferentes que não são causadas pelo mesmo vírus. O sarampo é uma doença infecciosa, causada pelo vírus do gênero Paramyxovirus.

Síndrome da rubéola congênita – Durante a gravidez

– Quase metade das mulheres grávidas infectadas com rubéola não apresentam sintomas. As outras, desenvolvem uma erupção cutânea que às vezes pode ser confundida com uma reação alérgica, possivelmente acompanhada de febre.
– No entanto, a rubéola é um perigo em particular na gravidez, porque o vírus pode ser transmitido à criança através da placenta. À medida que a gravidez avança, o risco de transmissão de mãe para a criança diminui. A infecção do feto pode passar despercebida (sem sintomas clínicos) ou, pelo contrário, pode levar a danos graves no ouvido interno, cérebro, coração, olhos ou outros órgãos da criança. As consequências resultantes são múltiplas: deficiências como surdez, insuficiência cardíaca, malformação ocular, malformação do tubo neural (espinha bífida apertada), até mesmo parto prematuro ou aborto espontâneo. Por esse motivo, a triagem para rubéola é obrigatória no início da gravidez. A rubéola é potencialmente perigosa se ocorrer em mulheres grávidas durante os primeiros 4 meses de gravidez1.

– A síndrome da rubéola congênita (SRC) é a forma mais grave de rubéola. Aparece quando uma pessoa grávida transmite a rubéola para o feto. A SRC pode causar problemas de pele, audição, visão, coração e cérebro em recém-nascidos. Cerca de 20% das crianças com SRC morrem durante os primeiros anos de vida2.

Os sintomas da síndrome da rubéola congênita estão presentes no nascimento. Se uma mãe contrair rubéola durante a gravidez, o bebê pode nascer com um ou mais sintomas de SRC, incluindo:

– perda de visão devido a doenças oculares, incluindo catarata e glaucoma;
– perda de audição;
– malformações cardíacas;
– diferenças neurológicas (cerebrais), incluindo cérebro subdesenvolvido (microcefalia), inflamação cerebral e diferenças comportamentais e de aprendizagem;
– doença óssea;
– hemograma baixo (trombocitopenia, anemia hemolítica);
– doença da tireoide;
– aumento do fígado e baço (hepatoesplenomegalia);
– diabetes tipo 1 (diabetes mellitus dependente de insulina).

Se a futura mãe já teve rubéola ou foi vacinada pelo menos um mês antes do início da gravidez, o contato próximo com uma pessoa infectada não representa risco para a criança.

Epidemiologia

A rubéola geralmente ocorre no inverno e na primavera na Europa e em outras partes do hemisfério norte. Às vezes, há verdadeiras epidemias.

Causas & Transmissões

Vírus
A rubéola é causada por um vírus de RNA da família dos mixovírus, o Rubivirus3.

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Este vírus é da família Togaviridae.

Transmissão
O vírus da rubéola é transmitido pelo ar (gotículas de saliva) quando uma pessoa doente tosse ou espirra. Tocar uma superfície infectada com o vírus também pode te expor à doença. A transmissão é estritamente humana.
Transmissão durante a gravidez
A rubéola também pode ser transmitida de forma congênita (da mãe para o feto). O risco de transmissão do vírus da rubéola da mãe para o feto é muito alto se a mãe contrair a doença durante o primeiro trimestre da gravidez. O risco de transmissão de mãe para feto é superior a 80%. Em seguida, diminui para 30% antes de aumentar novamente a partir da 30ª semana de amenorreia (ausência de menstruação) para se aproximar de 100% no final da gravidez. No entanto, os riscos para o feto são muito diferentes dependendo de quando a mãe contrai rubéola.
Não há tratamento antiviral eficaz que possa reduzir as consequências da infecção pelo vírus da rubéola no feto.

Tempo de incubação do vírus da rubéola
O tempo de incubação da rubéola é de 2 a 3 semanas, geralmente uma quinzena4.

É possível estar contagiosa sem apresentar sintomas, principalmente alguns dias antes do aparecimento dos primeiros sintomas.

Contagiosidade
A pessoa infectada é contagiosa por cerca de uma semana antes e uma semana após o aparecimento da erupção cutânea.

Pessoas em risco

– Todas as pessoas não imunizadas (não tiveram a doença ou não foram vacinadas)

– Grávidas não imunizadas (risco de malformação do feto)

Sintomas

Os sintomas geralmente duram de 3 a 4 dias. 5.

A doença geralmente começa com sintomas semelhantes aos resfriados:
– febre baixa, de 38,9°C ou menos;
tosse;
gripe;
– gânglios inchados na cabeça e pescoço.
Após cerca de 48 horas, ocorre uma erupção cutânea. Primeiro na face6, depois no resto do corpo. A erupção é caracterizada por pequenas manchas vermelhas isoladas. Às vezes, a pele pode ficar completamente vermelha (aparência escarlatiniforme). As manchas vermelhas geralmente não coçam.

Outros possíveis sintomas são:
– dor de garganta (ex.: uma angina leve);
– nariz escorrendo;
– dor de cabeça;
– olhos vermelhos;
– dor nas articulações, como poliartrite;
– sensação geral de mal-estar.
Até 50% das pessoas não apresentam sintomas, mas ainda podem transmitir a rubéola para outras pessoas.

Observação: em adultos, os sintomas da rubéola costumam ser mais graves do que em crianças.

Leia também abaixo em Definição, os sintomas da Síndrome da Rubéola Congênita.

Diagnostico

O diagnóstico da rubéola é feito clinicamente (pela observação dos sintomas) e sorologicamente (pela coleta de sangue e descoberta de uma concentração sanguínea diferente: o número de células sanguíneas varia do normal, bem como pela presença de anticorpos).

Exames de sangue. O profissional de saúde coletará uma amostra de sangue do braço com uma pequena agulha. Serão procurados anticorpos contra a rubéola, que mostram que a pessoa diagnosticada está doente no momento, já teve rubéola antes ou foi vacinada contra a rubéola.

Esfregaços (Swabs) nasais ou de garganta. Este exame envolve o uso de um bastão de ponta macia (cotonete) para coletar uma amostra do nariz ou da garganta. Um laboratório testará a amostra em busca de sinais de rubéola.

Exames de urina. Trata-se de urinar em um recipiente estéril. Um laboratório então testará a amostra da urina para ver se há sinais de rubéola.

Complicações

A cura da doença acontece espontaneamente em poucos dias sem deixar vestígios, exceto em gestantes onde pode ser teratogênica (causando malformações no feto).

O risco de malformação é muito alto durante o primeiro trimestre da gravidez.

As complicações mais frequentemente encontradas no feto são as seguintes:
– no olho: catarata bilateral;
– no ouvido: surdez;
– ao nível do coração: várias malformações;
– ao nível neurológico e psicomotor.

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Em alguns casos, a rubéola também pode causar artrite (falamos de artrite infecciosa de origem viral).

Quando procurar ajuda médica?

Aconselhamos procurar atendimento médico em todos os casos durante a rubéola, mas considerando as informações acima com urgência e absolutamente em casos de gravidez.

Tratamentos

Como a rubéola é uma doença leve, a única medicação utilizada é o uso de antitérmicos (para baixar a febre), como o paracetamol. Os antibióticos são ineficazes contra esta infecção viral. A rubéola cura espontaneamente em cerca de dez dias.7.

Tratamento durante a gestação
Durante a gravidez, no entanto, é possível administrar gamaglobulina (anticorpos) como medida preventiva.

Hoje em dia, o tratamento preventivo da rubéola é mais frequente, o que ajudou a reduzir significativamente o risco de contrair a doença durante a gravidez e, portanto, a reduzir malformações fetais.

Vacinação

A vacinação é a melhor forma de prevenir a rubéola. A proteção é vitalícia na maioria das pessoas que receberam duas doses da vacina 8.

No Brasil, a vacinação contra rubéola é recomendada a partir dos 12 meses de idade, disponível no sistema público de saúde na forma da tríplice viral (contra Sarampo, Rubéola e Caxumba) e a segunda dose dos 4 a 6 anos de idade. Mas caso você não tenha sido vacinada durante a infância, também é possível se vacinar dos 12 a 49 anos para as mulheres e de 12 a 39 anos para os homens. 9.

Prevenção

Vacinação em meninas e mulheres grávidas:
– Vacinação sistemática de jovens na ausência de vacinação infantil, para que sejam imunizadas e não corram o risco de contrair rubéola durante uma futura gravidez. Antes de ser vacinada, no entanto, você deve se certificar de que não está grávida. De fato, mulheres grávidas não devem receber vacina triplice viral – MMR (ou rubéola), por causa de um possível risco teratogênico da vacina10.
– A contracepção é recomendada por 3 meses após a vacinação.
– Durante os primeiros quatro meses de gravidez, a gestante deve ser rastreada mensalmente para qualquer infecção por rubéola por reação sorológica.
– Uma pessoa (por exemplo, criança) com rubéola deve evitar absolutamente o contato com uma mulher grávida. A pessoa infectada é contagiosa por uma semana11.

Outras dicas de prevenção:

– Lave as mãos com frequência, principalmente se estiver doente.

– Não compartilhe objetos pessoais, como copos ou talheres, com ninguém.

– Cubra a boca e o nariz ao espirrar ou tossir.

– Se você estiver viajando, descubra se a rubéola ou outras doenças infecciosas são mais comuns perto do seu destino.

Fontes & Referências:
OFSP (Office Fédéral de la Santé Publique, em português: Escritório Federal de Saúde Pública Suíço), Keystone-ATS (agência da imprensa suíça), Pharmavista.ch (site suíço de referência especializado em medicamentos, incluindo vacinação), Cleveland Clinic, Mayo Clinic. Outras referências são colocadas diretamente no texto ou no final da página.

Pessoas responsáveis ​​e envolvidas na redação deste artigo:
Xavier Gruffat (farmacêutico e editor-chefe do Criasaude.com.br), Seheno Harinjato (editor do Criasaude.com.br, gerente de infográficos), Dra. Zafera Eléonore Saholinirina (pediatra, leia abaixo).

Supervisão científica, revisão médica:
Dra. Zafera Eléonore Saholinirina (pediatra em Madagascar). A revisão da Dra. Saholinirina foi realizada em abril de 2023. Seu número da Ordem Nacional dos Médicos (ONM) em Madagascar é: 02 11 22 31 410 08444.

Descubra a equipe editorial e a equipe de revisão médica do Criasaude.com.br.

Créditos fotográficos:
Crisaude.com.br, Adobe Stock.

Infográficos:
Crisaude.com.br (Pharmanetis Sàrl)

Data da última atualização do artigo:
21.05.2023

Bibliografia e referências científicas:

  1. VÁRIOS AUTORES, Le Larousse Médical, Paris, Larousse, 2012
  2. VÁRIOS AUTORES, Le Larousse Médical, Paris, Larousse, 2012
  3. VÁRIOS AUTORES, Le Larousse Médical, Paris, Larousse, 2012
  4. VÁRIOS AUTORES, Le Larousse Médical, Paris, Larousse, 2012
  5. Site em francês: Mon enfant est malade, fiche sur la rubéole, página acessada pelo Criasaude.cim.br em 17 de abril de 2023 2023
  6. VÁRIOS AUTORES, Le Larousse Médical, Paris, Larousse, 2012
  7. Site em francês: Mon enfant est malade, fiche sur la rubéole, página acessada pelo Criasaude.com.br em 17 de abril de 2023
  8. Artigo sobre a rubéola do departamento federal de saúde pública da Suíca, publicado em 17 de março de 2023 e acessado pelo Criasaude.com.br em 17 de abril de 2023
  9. Comunicado do Ministério da Saúde do Brasil, site acessado em 18 de maio de 2023, link funcionando nesta data
  10. VÁRIOS AUTORES, Le Larousse Médical, Paris, Larousse, 2012
  11. Site em frracês: Mon enfant est malade, fiche sur la rubéole, página acessada pelo Criasaude.com.br em 17 de abril de 2023
Observação da redação: este artigo foi modificado em 21.05.2023

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