Psyllium (psílio)
Resumo
Planta medicinal laxante indicada em caso de prisão de ventre crônica. As sementes de psyllium podem ser utilizadas na água (elas incham na água).
Nome em português: Psyllium, plantago, psílio, psilium
Nome binomial: Plantago afra L. ou Plantago ovata
Nome francês: psylli, plantain psyllium, herbe à la puce, ispaghule
Nome inglês: Black Psyllium, Flea Wort
Nome alemão: Flohsamen, Wegerich, Psyllium
Nome italiano: psillio
Lamiáceas
Mucilagens, iridóides, óleos graxos, fibras alimentares
Sementes
Laxante formador de massa (eles agem graças a uma ação mecânica que aumenta o volume das fezes, o bolo alimentar incha e sai com mais facilidade). A ação ocorre depois de 12 horas a 3 dias.
Constipação (prisão de ventre ocasional ou crônica) hemorróidas, diarréia (graças a um efeito regulador da digestão), síndrome do cólon irritável, hipercolesterolemia, sobrepeso e obesidade (promove a saciedade). Às vezes, também é indicado contra a diarreia aguda como tratamento sintomático (graças à capacidade do psílio de se ligar à água). Em casos de ileostomia.
– Hipercolesterolemia (reduz o nível de LDL em cerca de 5 a 10%), para esta indicação, o consumo deve ser de 7 a 10 g de psílio (psyllium) por dia1.
Observação: não se esqueça de beber muita água durante o tratamento à base de psyllium porque esta planta absorve muita água. Para garantir água suficiente para o seu organismo, tome mais do que o habitual.
Reações do tipo alérgicas (rara, mas possível com sintomas como espasmo brônquico, rinite ou reações dermatológicas). Flatulência (especialmente no início da terapia) e dilatação abdominal.
Se o psílio (psyllium) for ingerido com pouca água, é possível obstruir o esôfago ou o intestino.
Doenças inflamatórias do sistema gastrointestinal, obstrução intestinal, úlceras, pessoas diabéticas (a ingestão de psílio (psyllium) deve ser controlada, pois as preparações à base de psílio contêm açúcar), dificuldade em engolir, dores agudas no estômago ou sem explicação clara.
Possível diminuição na absorção de certos minerais (magnésio, cálcio) e possível diminuição na absorção de certos glicosídeos cardíacos.
Por esse motivo, e para reduzir o risco de interações, é aconselhável tomar seus medicamentos 1 a 2 horas antes ou depois de ingerir o psílio (psyllium), a fim de garantir uma boa absorção do medicamento.
Utilização durante a gravidez
O psílio (psyllium) pode ser consumido durante a gravidez, é um tratamento laxante de primeira escolha para mulheres grávidas. Nenhum problema específico foi encontrado com o uso de psílio durante a gravidez.
– Sementes (tegumentos)
Os grãos são, geralmente, encontrados na forma de pó, e são ricos em mucilagens.
As preparações prontas para uso à base de psílio (psyllium) geralmente contêm 0,5-0,6 g de casca do invólucro da semente de psílio (psyllium) por grama de pó. Essas preparações também incluem sacarose, glicose ou outras moléculas à base de açúcar e sorbitol, além de açúcares artificiais.
A Agência Europeia de Medicamentos recomenda o uso de uma dose de 15 a 40 g de psílio (psyllium) por dia para melhorar o trânsito intestinal 2.
– Flocos
O psílio é originário da Ásia (Índia, Paquistão, Irã), bem como do Sul da Europa (por exemplo, na Espanha). O psílio é atualmente cultivado, além da Ásia e da Europa, igualmente na América do Norte, especialmente na Califórnia.
A Índia e o Paquistão são os 2 principais produtores do psílio da espécie Plantago ovata. Os Estados Unidos são o principal país importador desta planta.
O psílio cresce em regiões ensolaradas e em solos bem drenados.
Cada planta pode produzir até 15.000 grãos de psílio. O psyllium atinge entre 5 e 20 cm de altura e cresce em solos secos. É uma planta anual ou bienal (pode viver 2 anos).
– Planta muito interessante para combater a constipação crônica, pois ela não é irritante para os intestinos (como é o caso do sene ou da frângula). No entanto, peça orientações a um especialista para que o seu tratamento seja apropriado, pois é importante saber as contraindicações, os efeitos secundários e as interações do psyllium.
Na edição especial de julho de 2020 da revista francesa Science & Vie, publicada sobre plantas medicinais, que estudou a eficácia de 77 plantas medicinais, o psílio (psyllium) foi uma das poucas plantas com eficácia comprovada na melhoria do trânsito intestinal. A Agência Europeia de Medicamentos considera o uso médico de psílio (psyllium) “bem estabelecido”, um sinal de eficácia, de acordo com o artigo da Science & Vie.
– Os grãos de psílio são riquíssimos em fibras alimentares. Em 100 gramas de grãos de psílio, concentram-se cerca de 70 gramas de fibras.
– Quando os grãos absorvem água, eles podem aumentar de volume em até 10 vezes. Devido ao fato que o psyllium absorve muita água, recomenda-se beber mais água do que o habitual.
– As sementes de psyllium loiro (Plantago ovata) são recomendadas pela OMS (Organização Mundial de Saúde) para tratar a constipação e melhorar ou restaurar o movimento do intestino. O psyllium loiro é mais eficaz do que o psyllium preto (Plantago afra).
– O psílio está na lista de remédios oferecidos no SUS (Sistema Único de Saúde) no Brasil. A lista tinha 810 itens (medicamentos, vacinas, remédios fitoterápicos) em Março de 2012.
– O psílio é uma planta medicinal muito utilizada, especialmente na América do Norte e na Europa, na luta contra a constipação. Esta planta é frequentemente vendida na forma de medicamento sem necessidade de receita médica.
Colesterol
A redução do nível de colesterol pelo psílio (psyllium), permitindo combater a hipercolesterolemia, assim como sua ação positiva na melhora do trânsito intestinal, também é comprovada cientificamente. Essa é, em todo caso, a opinião do livro de referência suíço em alemão “100 wichtige Medikamente” no Infomed publicado em 2020 e a edição especial da Science & Vie sobre fitoterapia publicada em julho de 2020. O psílio (psyllium) reduz o nível de LDL em aproximadamente 5 a 10%, para esta indicação o consumo deve ser de 7 a 10g de psyllium por dia3.
Fontes:
National Geographic, “100 wichtige Medikamente” – Infomed (2020),Science & Vie, Série Hors, Le Vrai Power des Plantes, julho de 2020
Pessoa responsável e envolvida na escrita deste arquivo:
Xavier Gruffat (farmacêutico e editor-chefe da Criasaude.com.br).
Créditos das fotos:
Criasaude.com.br, Fotolia.com.
Atualização:
Este artigo foi modificado em 11.08.2020.