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Anastrozol

O anastrozol pertence à classe dos inibidores de aromatase. É indicado para o tratamento do câncer de mama após a cirurgia. O anastrozol é uma molécula altamente eficaz que atua como inibidor seletivo de um citocromo (CYP191A), também chamado aromatase. Este último desempenha um papel importante na biossíntese dos estrogênios dos andrógenos. Na mulher pós-menopausa, a aromatase é a principal responsável pela produção de estrogênios a partir de andrógenos em tecidos periféricos.

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Nomes da molécula:
Anastrozol, anastrozole (o nome da DCI e nome em inglês), Anastrozolum PhEur

Fórmula da molécula:
C17H19N5

Metabolismo:
O anastrozol tem uma meia-vida de 50 h (que é um tempo muito alto em comparação com outras moléculas). A eliminação é feita principalmente pelo fígado. Não há nenhum metabolito ativo do anastrozol.

Efeitos:
O anastrozol atua como inibidor seletivo de um citocromo (CYP191A), também chamado aromatase. A aromatase tem um papel importante na biossíntese ou transformação de estrogênios de andrógenos. Em outras palavras, os inibidores da aromatase, como o anastrozol, atuam como inibidores da síntese de estrogênio (por exemplo, estradiol ou estrone).

Indicações:
– Terapia hormonal adjuvante após cirurgia para câncer de mama com atividade comprovada do receptor de estrogênio (RE)
Notas:
– Na ausência do RE, a terapia com anastrozol é desnecessária.
– Para mulheres na pós-menopausa com alto a moderado risco de recorrência (de câncer de mama) a terapia com um inibidor de aromatase é recomendada por 5 anos. A terapia a longo prazo deve ser decidida em consulta com o médico e o paciente, dependendo de vários fatores (por exemplo, idade, grau de risco de recidiva).
– No caso de metástases em mulheres com metástases após a menopausa causada por câncer de mama com RE. Essas mulheres podem ser tratadas com inibidores de aromatase como primeira linha de defesa, caso não tenham sido tratadas no passado com terapia hormonal (endócrina) ou com tamoxifeno.

– Profilaxia (prevenção) do risco de câncer de mama em mulheres de alto risco (um estudo controlado por placebo mostrou uma redução de 50% do risco de câncer de mama com 5 anos de terapia com anastrozol1).

Efeitos colaterais:
Os principais efeitos colaterais do anastrozol estão relacionados com a deficiência de estrogênio, que pode levar a: ondas de calor e suor intenso (efeito colateral muito comum), mudanças de humor ou fadiga (às vezes muito intensa). Outros efeitos colaterais relacionados ao esgotamento do estrogênio são: ressecamento da mucosa vaginal, redução da densidade óssea com risco de fraturas (especialmente da coluna vertebral).
Efeitos gastrointestinais também podem ocorrer frequentemente, tais como: náuseas ou vômitos, falta de apetite, dor de estômago, diarréia, constipação.
Dores musculares e articulares também podem ocorrer de maneira significativa. O desenvolvimento da síndrome do túnel do carpo (alguns estudos mostraram uma ligação entre a síndrome do túnel do carpo e o uso de anastrozol 2). Ao contrário do tamoxifeno, o anastrozol e outros inibidores da aromatase não levam a um aumento do risco de complicações tromboembólicas3.
Fraqueza e sonolência podem ocorrer durante o tratamento com essa droga. Recomenda-se, portanto, que se tenha cuidado ao dirigir e operar máquinas.

Contra-indicações:
Gravidez, aleitamento materno, hipersensibilidade (alergia) a este medicamento. Para obter uma lista completa das contra-indicações, leia o folheto informativo e procure orientação especializada.

Interações:
Os estrogénios e andrógenos podem negar os efeitos do anastrozol e não devem ser dados ao mesmo tempo. Para uma lista completa das interações, por favor, leia o folheto informativo e procure orientação especializada.

Preparativos galénicos:
Este medicamento é vendido sob a forma de comprimidos de 1 mg (revestidos por película).

Dosagem:
A dosagem habitual para adultos é de 1 mg de anastrozol por 24 horas. É tomado por via oral (como um comprimido de 1 mg). Como coadjuvante do câncer de mama após a cirurgia, o medicamento é geralmente tomado diariamente durante 5 anos.
É aconselhável tomar este medicamento fora do horário das refeições. Tomar a pastilha inteira com um copo de água, sempre ao mesmo tempo.

Notas:
– Nos EUA, o anastrozol foi introduzido em 1995, após aprovação pela FDA (a agência reguladora de medicamentos dos EUA).  
– Ao contrário do tamoxifeno, os inibidores de aromatase não são indicados para as mulheres antes da menopausa.
– O uso a longo prazo (mais de 5 anos) deve ser discutido com um médico, pois a longo prazo este medicamento enfraquece os ossos com um risco maior de fraturas (ver também acima em Efeitos colaterais). Para mulheres em risco de fraturas, o tamoxifen pode ser uma alternativa interessante (ver abaixo).
Alternativas:
– Existem outros inibidores da aromatase, como o isento e o letrozol. Estes dois medicamentos, como o anastrozol, estão bem documentados cientificamente com muitos estudos publicados.
– Dependendo da situação clínica, pode ser uma alternativa a um inibidor de aromatase.
– No câncer de mama avançado, fulvestrante (um antagonista do OR) ou palbociclib pode ser considerado.

Fontes e Referências: 
Fontes: 
Keystone ATS (agência de notícias suíça), Pharmawiki.ch, Centro Colaborador da OMS para a Metodologia das Estatísticas sobre Drogas
Referências e literatura:
“100 wichtige Medikamente” – Infomed (2020).

Escrito por: 
Xavier Gruffat (Farmacêutico)

Última atualização: 
25.08.2021

Créditos das fotos:
Adobe Stock

Bibliografia e referências científicas:

  1. “100 wichtige Medikamente” – Infomed (2020)
  2. Mayo Clinic article on this condition, updated by Mayo Clinic on 14 July 2021
  3. Livro em alemão: Taschenatlas Pharmakologie (Pocket Atlas of Pharmacology), Lutz Hein – Jens W. Fischer, 8ª edição (8. Auflage), Thieme, 2020
Observação da redação: este artigo foi modificado em 30.08.2021

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