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Apneia do sono

Resumo apneia do sono

Resumo apneia do SonoA apneia do sono é uma desordem na qual o paciente, durante o sono, pára de respirar abruptamente e permanece assim durante alguns segundos até que ele acorde para voltar a respirar. Esses episódios podem se repetir por diversas vezes e atrapalham o sono da pessoa, que acorda cansada e com a sensação de que não dormiu nada.

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Existem 3 tipos principais de apneia do sono: a apneia obstrutiva, a apneia central e o tipo misto. No primeiro caso, o bloqueio da respiração se dá por um relaxamento anormal dos músculos das vias aéreas. Na apneia central, o cérebro não envia sinais adequados para o controle da respiração. A apneia mista se caracteriza por uma mistura dos dois tipos.

Não há dados suficientes sobre a porcentagem de pacientes com apneia, mas estima-se que os homens sejam os mais afetados, sobretudo após os 35 anos. A causa principal da apneia obstrutiva é o relaxamento de estruturas musculares que bloqueiam a respiração. Na apneia central, derrame ou tumores cerebrais impedem o envio de sinais aos músculos que regulam o ritmo respiratório.

Os principais grupos de risco para a doença são: obesos, fumantes, homens, pessoas que tiveram infarto ou derrame e pacientes com histórico familiar de apneia. Os sintomas principais do paciente com apneia incluem ronco ao dormir, dor de cabeça durante o dia, fadiga e cansaço, dificuldades de concentração e memória e mudanças no padrão do sono.

O diagnóstico é feito com entrevista com o médico e através do exame de polissonografia noturna, que monitora o padrão de sono do paciente. Recentemente, pesquisadores da USP testaram um método diagnóstico que se baseia na medida da regularidade do ronco durante o sono. Esse método apresentou alta correlação com dados de polissonografia de pacientes com apneia. A apneia é considerada uma doença grave que, quando não tratada adequadamente, pode levar a serias complicações cardiovascular e até a morte.

O tratamento inicial baseia-se na mudança de hábitos de vida para tentar controlar e diminuir os sintomas. Caso eles não funcionam, há aparelhos especiais que facilitam a respiração. Caso o paciente suspeite de apneia, é importante que ele consulte um médico para que esse possa lhe indicar os melhores tratamentos e dicas. Evitar álcool, tranqüilizantes, reduzir o peso e praticar esportes apresentam efeitos benéficos nos sintomas.

Definição

A apneia do sono ou simplesmente apneia é uma desordem do sono na qual a respiração é suspendida e reinicia novamente. Esses episódios de falta de respiração podem durar alguns segundos e, em muitos casos, são suficientes para atrapalhar o sono. O paciente não chega a acordar, mas há mudança de um sono mais profundo para um sono mais superficial. Dessa forma, o paciente normalmente apresenta roncos durante a noite e acorda cansado, como se não tivesse dormido.

A apnéia do sono pode ocorrer de três formas:
– A apneia obstrutiva do sono (em inglês: obstructive sleep apnea) é a forma mais comum que ocorre quando os músculos da garganta relaxam.
– A apnéia central do sono (em inglês: central sleep apnea), tem esse nome porque o controle central (cerebral) não envia sinais corretos para o controle da respiração.
– A apneia mista ou complexa (em inglês: complex sleep apnea syndrome), apneia que combina os dois tipos, obstrutiva e central.

Definição apneiaDefinição apneia

Epidemiologia

A apneia do sono ocorre em cerca de 25% dos homens e quase 10% das mulheres.

Causas

A apneia é causada pela supressão da respiração durante o sono. Dependendo do tipo de apneia, ela tem causas diferentes:

Na apneia obstrutiva, os músculos da região de trás da garganta se relaxam e a passagem de ar fica obstruída e eventualmente se fecha quando o paciente inspira. A concentração de oxigênio no sangue diminui e isso envia sinais para o cérebro que acorda o paciente do sono para que ele possa respirar novamente. Esse acordar normalmente não é percebido pela pessoa. Esse evento pode acontecer até 30 vezes por hora, fazendo com que o sono do paciente não seja tranqüilo e repousante.

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A apneia central é um tipo mais raro na qual o cérebro falha ao enviar sinais para controle dos músculos da respiração. Nesse caso, as principais causas são doença cardíaca ou derrame. Como na apneia obstrutiva, o paciente pode acordar varias vezes durante o sono e isso torna a noite menos repousante.

Na apneia mista, o problema é tanto da parte superior do aparelho respiratório quanto dos sistemas que controlam o ritmo da respiração.

Dentre as causas apontadas como as responsáveis pela apneia destacam-se:

Causas apneia

– Tabagismo (ativo e passivo)

– Aumento da circunferência do pescoço

– Uso de medicamentos como miorrelaxantes e sedativos

– Uso de álcool

Durante a infância, a apneia do sono pode ocorrer, sendo que algumas das principais causas é o aumento de adenóides e amígdalas do pescoço e malformações congênitas.

Grupos de risco

Alguns tipos de pacientes podem ter risco aumentado de desenvolver apneia do sono.

Para a apneia obstrutiva e central, os principais grupos de risco são:

– Pacientes obesos, sendo que esse é um dos principais grupos de risco para a doença. O deposito de gordura ao redor do pescoço pode estreitar as vias aéreas e prejudicar a respiração.

– Pacientes com grande circunferência de pescoço, uma vez que quanto mais grosso o pescoço, mais as estruturas internas da garganta podem estar comprimidas.

Grupos de risco apneia

– Pacientes hipertensos.

– Pacientes com vias aéreas estreitas por motivos congênitos.

– Pacientes do sexo masculino (tanto para apneia central quanto obstrutiva).

– Idosos acima dos 65 anos (tanto para apneia central quanto obstrutiva).

– Pessoas com histórico familiar de apneia do sono.

– Fumantes, pois o cigarro aumenta a quantidade de fluidos e inflamação nas vias aéreas.

– Pacientes que usam sedativos, tranqüilizantes, álcool ou miorrelaxantes, uma vez que essas substâncias relaxam o tônus muscular das vias aéreas.

– Pessoas que ficam muito tempo sentadas, pois estudos sugerem que os líquidos corporais sofrem troca quando o paciente se deita à noite, causando estreitamento das vias aéreas.

– Pacientes que já tiveram infarto (no caso de apneia central).

– Pacientes que tiveram derrame ou tumor no cérebro (no caso de apneia central), pois essa condição pode atrapalhar o envio de informações para os músculos que controlam a respiração.

Sintomas

Os sintomas da apneia central e obstrutiva são muito semelhantes, o que pode tornar o diagnóstico complicado e difícil (leia também abaixo as diferenças nos sintomas entre homens e mulheres). Alguns principais sinais são:

– Excesso de sono durante o dia (hipersonia).

Ronco alto durante o sono (mais comum na apneia obstrutiva).

– Ronco de padrão irregular. Recentemente pesquisadores da USP detectaram que o ronco iregular pode ser um indicativo de apneia.

Sintomas apneia

– Episódios de interrupção da respiração durante o sono. Esses sintomas são observados por alguém.

– Dor de cabeça durante o dia.

– Dificuldades para dormir (insônia).

– Despertar com a boca seca e dor de garganta.

– Despertar abrupto acompanhado por encurtamento da respiração, que é mais comum no tipo obstrutivo.

Os pacientes que não têm uma noite tranqüila de sono normalmente apresentam cansaço e irritabilidade durante o dia, com sintomas de tontura e falta de concentração nas atividades diárias. Se você suspeita que tenha apneia e apresenta esses sintomas, procure um médico.

Diferenças nos sintomas entre homens e mulheres:
A apnéia do sono tem relativamente diferentes sintomas entre homens e mulheres.
Os principais sintomas nos homens são:
– ronco
– ofegância (respiração precipitada)

Os principais sintomas nas mulheres são:
– dores de cabeça
– fadiga
– depressão
– ansiedade
– distúrbios do sono
Observação: para um diagnóstico correto de apnéia do sono, é importante que as mulheres sejam submetidas a um monitoramento noturno do sono em uma instalação especializada.

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Diagnóstico

Se a equipe médica determinar que a pessoa tem sintomas sugestivos de apneia do sono, é possível indicar uma avaliação do sono com especialistas do sono ou realizar um estudo noturno do sono para avaliar objetivamente a apneia do sono. Os exames incluem um estudo do sono durante a noite chamado polissonografia (PSG). Para adultos, às vezes a polissonografia pode ser feita em casa (em inglês: Home Sleep Test ou HST), sem a necessidade de passar a noite em uma clínica.

Complicações

A apneia do sono é uma doença considerada importante e, muitas vezes grave devido às complicações que podem ocasionar. Quedas no nível de oxigênio no sangue podem levar a problemas cardiovasculares. Uma das principais doenças é a hipertensão, que pode ser de 2-3 vezes maior nos pacientes com apneia do sono. Além disso, eventos de morte súbita por falha cardíaca é maior nos pacientes apneicos.

Complicações apneia

Outras complicações menos graves incluem:

– Fadiga diurna.

– Complicação com algumas medicações, como anestésicos para cirurgia.

– Problemas de memória e doença de Alzheimer. As pessoas que sofrem de apneia do sono têm maior probabilidade de desenvolver a doença de Alzheimer. Segundo estudos realizados pelo Prof. Holtzman, da Universidade de Washington em St. Louis (Washington University in St. Louis), nos EUA, pessoas com apnéia do sono correm risco de desenvolver deficiência cognitiva leve em média 10 anos antes do que pessoas sem esse distúrbio do sono.

– Alterações no ciclo circadiano do paciente.

– Dores de cabeça.

– Alterações de humor e depressão.

– Dificuldades de concentração.

Algumas doenças podem ter risco aumentado como decorrência da apneia, como a Doença do Refluxo Gastresofágico e Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade.

Gota. Um estudo publicado em 2018 mostrou que pessoas com apneia obstrutiva do sono têm maior risco de desenvolver gota, mesmo vários anos após o diagnóstico de apneia. Para alcançar estes resultados, uma equipe liderada por Edward Roddy e Milica Blagojevic-Bucknall, da Universidade de Keele, no Reino Unido, analisou informações de 15.879 pacientes com apneia obstrutiva do sono e 63.296 pacientes que não sofrem desta doença, com um seguimento mediano de 5,8 anos.
Durante o acompanhamento, 4,9% dos pacientes com apneia e 2,6% dos pacientes sem apneia desenvolveram gota. Presume-se que a carência intermitente de oxigênio devido à apneia obstrutiva do sono leve à superprodução de ácido úrico, causando a gota. Este estudo foi publicado em 30 de agosto de 2018 na revista científica Arthritis & Rheumatology (DOI: 10.1002 / art.40662).

– Diabetes tipo 2

– Hipertensão

Tratamentos

A primeira opção de tratamento para os casos mais leves de apneia do sono é a mudança no estilo de vida. O médico poderá sugerir redução no peso, interrupção do tabagismo ou controle de alguma outra doença. Nos casos de apneia moderados a severos, outras medidas poderão ser adotadas.

Uso de aparelhos

Uma prática freqüente é o tratamento através do uso de uma máscara nasal que aumenta a pressão (pressão positiva) nas vias aéreas. Essa pressão positiva é suficiente para manter as vias aéreas desobstruídas e livres para a respiração. Essa máscara de respiração deve ser usada durante o sono e, embora eficaz em muitos casos, muitas pessoas não se acostumam devido ao possível incômodo provocado.

Para pacientes que sentem muito incômodo com essa máscara, há outros dispositivos que ajustam a pressão automaticamente enquanto você dorme. Outra medida é o uso de aparelhos que mantêm a boca do paciente aberta durante o sono.

Cirurgia

Cirurgia de apneia do sono:
O objetivo da cirurgia é remover tecidos do nariz, garganta e pescoço para que não haja bloqueio nas vias aéreas. As cirurgias disponíveis em caso de apneia são:
Uvulopalatofaringoplastia (em inglês: uvulopalatopharyngoplasty): envolve a remoção de tecido da parte posterior da boca e da parte superior da garganta.

Somnoplastia (em inglês: somnoplasty): procedimento minimamente invasivo que utiliza energia de radiofrequência para reduzir os tecidos moles das vias aéreas superiores.

Avanço maxilomandibular (em inglês: mandibular/maxillary advancement surgery): neste procedimento cirúrgico, a mandíbula é movida levemente para frente. Isso aumenta o espaço na parte de trás da boca e facilita a respiração.

Traqueostomia (em inglês: tracheotomy): Este procedimento é invasivo e indicado para casos graves que colocam em risco a vida do paciente. Nele, o médico faz uma abertura no pescoço e insere um tubo de metal ou plástico por onde o paciente pode respirar.

Amigdalectomia ou tonsilectomia (em inglês: tonsillectomy): procedimento para remover o tecido da amígdala localizado na parte posterior da garganta, que é uma causa comum de obstrução em crianças com apneia do sono.

Cirurgia nasal (em inglês: nasal surgery): inclui a correção de obstruções nasais, como desvio de septo nasal.

Dicas

Muitos tratamentos para a apneia do sono ainda estão em desenvolvimento. O paciente pode buscar auxilio em terapias alternativas como acupuntura e relaxamento.

Se você suspeita que sofra de apneia, procure um médico. Caso você durma com alguém, peça a essa pessoa para que ela observe alguns sintomas como: ronco, inquietação e interrupção abrupta da respiração. É importante tratar corretamente a apneia para que ela não gere complicações como pressão alta e outros distúrbios.

Se você sofre de apneia, algumas formas de dormir podem ajudar o tratamento:

– Prefira dormir de lado ou de bruços.

– Mantenha livre a área do nariz durante a noite.

– Algumas dicas para combater a fadiga durante o dia podem ajudar, como a ingestão de ginseng ou chá verde durante o dia.

Prevenção

Se você tem casos de apneia na família ou já sofreu disso durante alguma etapa da vida, é bom seguir algumas dicas de prevenção:

– Tente evitar tranquilizantes, miorrelaxantes e sedativos para dormir, pois eles relaxam a musculatura e podem obstruir a passagem do ar.

– Reduza o seu peso, pois um dos principais fatores de risco para a apneia é a obesidade.

– Limite o consumo de álcool depois das 18h00.

– Pratique exercícios físicos regularmente. Além de ajudar a perder peso, pode melhorar o perfil de sono do paciente.

– Evite alimentos pesados antes de dormir.

Fontes: 
Arthritis & Rheumatology (DOI: 10.1002 / art.40662).

Redação:
Por Xavier Gruffat (farmacêutico)

Fotos: 
Adobe Stock

Atualização:
14.10.2022

Observação da redação: este artigo foi modificado em 13.10.2022

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