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Febre do Nilo Ocidental

Definição

A febre do Nilo Ocidental, também chamada de vírus do Nilo, é uma doença infecciosa transmitida por um vírus da família dos flavivírus, com genoma de RNA. A maioria das pessoas infectadas não apresenta sintomas ou apresenta apenas doença leve1. No entanto, em uma pequena parte dos casos, a doença pode se tornar grave, com risco de meningite ou encefalite (leia mais abaixo em Sintomas).

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Origem do nome
A origem do nome vem do distrito de West Nile (Nilo Ocidental) em Uganda, onde foi isolado pela primeira vez em 1937 de uma mulher com febre alta.
Somente na década de 1990 os cientistas o associaram a doenças neurológicas graves (por exemplo, meningite).

Epidemiologia

Brasil
O Brasil registrou 2 casos confirmados de febre do Nilo Ocidental, um em 2014 e outro em 2017, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo em 15 de fevereiro de 2019.

Europa
– Na Grécia, 25 pessoas adoeceram com a febre do Nilo Ocidental em 2019 até 1 de agosto (2019). Duas delas morreram em decorrência das consequências da doença, segundo a autoridade competente do Ministério da Saúde da Grécia (EODY), que falou em nota na sexta-feira, 2 de agosto de 2019.
– Em 2018, a agência da União Europeia (UE), a ECDC registrou um número particularmente alto de infecções em estados membros da UE, um total de 2.083 casos. Cerca de 9% dos pacientes morreram.
– Em 2018, a Grécia foi particularmente afetada por este vírus.
Em 27 de setembro de 2018, 31 pessoas morreram em consequência do vírus do Nilo Ocidental na Grécia, de acordo com um comunicado das autoridades de saúde gregas (Keelpno). No final de setembro de 2018, pelo menos mais 240 pessoas adoeceram, a maioria delas na Península do Peloponeso, em áreas rurais do leste de Atenas e na cidade portuária de Tessalônica.

América do Norte
Os Estados Unidos também são afetados por esse vírus. Por exemplo, em 2007, as autoridades de saúde dos EUA (CDC) observaram um total de 3.630 casos de febre do Nilo Ocidental em humanos em 44 estados.
No verão de 2002, os Estados Unidos também foram afetados, com mais de 4.000 doentes e 250 mortos.
Mais recentemente, no verão de 2021, casos foram registrados nos Estados Unidos, de acordo com o artigo da Mayo Clinic2, mais de 210 casos de febre do Nilo Ocidental foram contabilizados de janeiro a setembro de 2021 nos Estados Unidos.

Causas

Vírus
A febre do Nilo Ocidental é causada por um vírus. É um vírus de RNA.
O vírus do Nilo Ocidental, em inglês West Nile virus (WNV), pertence à família dos flaviviridae e ao gênero Flavivirus, como os vírus da dengue e da febre amarela. O vírus é transmitido principalmente por mosquitos do gênero Culex, mas também pelo Aedes aegypti.

Pássaros e mosquitos
As aves migratórias transportam mosquitos infectados com o vírus e podem espalhar a doença para diferentes partes do mundo. Os mosquitos transmitem o vírus de ave para ave, o que permite que o vírus se multiplique e se espalhe. O vírus é transmitido por diferentes tipos de mosquitos, mas principalmente por um mosquito chamado Culex.

Sazonalidade
No hemisfério norte, as infecções pelo vírus do Nilo Ocidental são vistas do final de maio ou início de junho até setembro, quando os mosquitos estão ativos.

Sintomas

Cerca de 80% das pessoas infectadas não apresentam sintomas (forma assintomática). Cerca de 20% têm sintomas semelhantes aos da gripe, incluindo febre que pode aparecer de forma súbita3.
Alguns sintomas semelhantes aos da gripe (ou formas de doença neuroinvasiva) incluem:
– Febre alta.
Dor de cabeça severa.
– Rigidez de nuca.
– Desorientação ou confusão.
– Coma.
– Tremores ou espasmos musculares.
– Crises epilépticas.
– Paralisia parcial ou fraqueza muscular.
– Perda de visão.
– Sonolência.

Outros sintomas:
Às vezes, podem aparecer gânglios linfáticos inchados.
Cerca de um terço dos pacientes apresentam erupção cutânea no peito, nas costas e nos braços. Outros sintomas possíveis são perda de peso, náuseas ou vômitos e dor nos olhos.

Evolução grave: 
Cerca de 1% das pessoas infectadas apresentam sintomas graves (leia abaixo), e menos de 1% evoluem para meningite ou encefalite.

Meningite e Encefalite (doença neuroinvasiva):
A meningite é uma complicação muito rara. Em um pequeno número de pessoas infectadas – considerado bem abaixo de 1% – pode ocorrer infecção neurológica grave4. Os sinais típicos de meningite e encefalite são: febre muito alta, rigidez de nuca, desorientação ou confusão, paralisia, convulsões, coma.
Cerca de 1 em cada 10 pessoas com uma doença neuroinvasiva causada pelo vírus do Nilo Ocidental, como meningite ou encefalite, morre5.

Forma marcada da doença:
Cerca de 1 em 150 pacientes, geralmente idosos com outras doenças (comorbidades), apresentam sintomas intensos com febre alta e dores nos membros e músculos.

Duração dos sintomas:
Os sintomas geralmente duram alguns dias. Mas os sinais e sintomas de encefalite ou meningite podem durar semanas ou meses. Certos efeitos neurológicos, como fraqueza muscular, podem ser permanentes6.

Diagnóstico

Existem dois métodos de diagnóstico para identificar o vírus do Nilo Ocidental:
– PCR
– Elisa

Os testes de diagnóstico geralmente são feitos em pacientes com sintomas avançados.

Tratamentos

Não há tratamento específico para a febre do Nilo Ocidental. Os tratamentos sintomáticos são usados ​​para tratar os vários sintomas, como analgésicos e antipiréticos (por exemplo, paracetamol). O descanso é fortemente recomendado.

Em setembro de 2021 (data de atualização deste arquivo), até onde sabemos, não havia vacina contra a febre do Nilo Ocidental.

Em caso de complicações ou casos graves de febre do Nilo Ocidental, o paciente pode ser hospitalizado. O objetivo é, em particular, evitar infecções secundárias. Em hospitais, antivirais e imunoglobulinas intravenosas são frequentemente administrados. Conforme explicou o site de saúde Verywellhealth.com em artigo publicado em 2019, não há evidências reais de que essas duas medidas contribuam para a recuperação do paciente.
A mortalidade por infecção neurológica grave do Nilo Ocidental, mesmo com cuidados médicos intensivos, é de 2-7% nos Estados Unidos, talvez até mais de 7% para casos de encefalite7.

Dicas e Prevenção

– É aconselhável o uso de produtos e pomadas contra insetos e principalmente mosquitos transmissores do vírus. Os produtos à base de DEET são os mais eficazes. Use roupas tratadas com permetrina quando estiver ao ar livre ou em áreas com mata.

– Não deixe água parada em áreas externas, incluindo tigelas para animais de estimação e barris de chuva. Isso ajuda a reduzir a multiplicação de mosquitos.

– Instale telas contra mosquitos nas janelas.

– Como vimos acima, em setembro de 2021 (data de atualização deste arquivo), não havia vacinas disponíveis para humanos. Nos Estados Unidos existem vacinas contra esse vírus para uso veterinário em cavalos.

Fontes e Referências:
Keystone – ATS (agência de notícias suíça), Wikipedia.org, CDC, Folha de S.Paulo, “100 medicamentos essenciais” – Infomed (2020), Larousse Médical, Verywellhealth.com. Veja também as referências no artigo e resumidas na parte inferior do arquivo, Mayo Clinic.

Edição do arquivo: 
Xavier Gruffat (farmacêutico)

Última atualização: 
23/09/2021

Bibliografia e referências científicas:

  1. Artigo do site Verywellhealth.com, acessado em 18 de fevereiro de 2021
  2. Artigo da Mayo Clinic datado de 21 de setembro de 2021, site acessado por Criasaude.com.br em 23 de setembro de 2021 e o link estava funcionando nessa data
  3. Departamento de Saúde do Estado de Nova York, site acessado em 18 de fevereiro de 2021
  4. Centro de Controle e Prevenção de Doenças. Vírus do Nilo Ocidental, acessado em 18 de fevereiro de 2021
  5. Artigo da Mayo Clinic datado de 21 de setembro de 2021, site acessado por Criasaude.com.br em 23 de setembro de 2021 e o link estava funcionando nesta data
  6. Artigo da Mayo Clinic datado de 21 de setembro de 2021, site acessado por Criasaude.com.br em 23 de setembro de 2021 e o link estava funcionando nesta data
  7. Meningoencefalite por vírus do Nilo Ocidental, 2006, DOI: 10.1038/ncpneuro0176
Observação da redação: este artigo foi modificado em 20.11.2021

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