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Terbinafina

A terbinafina é uma molécula com efeito fungicida pertencente ao grupo dos antimicóticos da alilamina. É usado na forma de comprimidos para o tratamento de fungos das unhas.

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Nomes da molécula:
Terbinafina (nome português), terbinafine (nome inglês), Terbinafin (nome alemão), terbinafinum,
cloridrato de terbinafina (nome do sal encontrado em medicamentos no Brasil)

Fórmula da molécula:
C21H25N

Meia-vida e eliminação:
A meia-vida estável é de 20 dias, porém, a meia-vida é de 12 horas. O terbinafil se acumula na pele, nas unhas e na gordura. Não há metabólitos ativos. A eliminação é feita principalmente através do fígado.
A estrutura química da terbinafina é semelhante à da naftifina, um medicamento antifúngico de alilamina usado para o tratamento tópico de tinea pedis, tinea cruris e tinea corporis.

Efeitos:
A terbinafina inibe a síntese do ergosterol ao inibir a enzima squalene epoxidase.

Indicações:
Micose das unhas (onicomicose), causada por dermatófitos – de preferência em comprimido (veja abaixo).
– Micoses em geral, por exemplo, micose dos pés (Tinea pedis), sapinho (monilíase ou candidíase oral), Tinea corporis, Pityriasis versicolor, Tinea cruris.

Efeitos colaterais:
A terbinafina é considerada bastante bem tolerada.
Os principais efeitos colaterais (que podem ocorrer até 10% do tempo) são: perda de apetite, dor de cabeça, fadiga, tonturas ou distúrbios visuais, distúrbios gastrointestinais (por exemplo, diarréia, dores de estômago), erupções cutâneas, dores articulares e musculares.
Em cerca de 3% das pessoas tratadas com esse medicamento, há um aumento significativo das enzimas hepáticas. Desordens gustativas podem ocorrer e nem sempre são reversíveis após a interrupção do tratamento.
Condições graves ou fatais podem ocorrer, mas são muito raras, como a síndrome de Stevens-Johnson, toxicidade hepática, neutropenia grave ou necrólise epidérmica tóxica.

Contra-indicações:
– Alergia
– Doença hepática (por exemplo, hepatite)
– Função renal limitada
– Gravidez (devido à falta de estudos que não demonstrem risco)

Interações:
A terbinafina é um substrato para o citocromo CYP2D6 e podem ocorrer interações. Interações com beta-bloqueadores, drogas psicotrópicas, tamoxifen, ou .
O antibiótico rifampicina diminui a concentração plasmática de terbinafina enquanto o anti-histamínico cimetidina a aumenta.

Formas galénicas:
A terbinafine está disponível:
Para uso interno:
Tablet (125 mg ou 250 mg)
Para uso externo:
Creme, solução líquida ou spray (10 mg/g, ou seja, uma concentração de 1%).
Observações:
– Em geral, com micoses de pele (por exemplo, Tinea corporis, Tinea pedis) é preferível um tratamento local, como um creme ou gel. Uma terapia de 1 a 2 semanas é muitas vezes suficiente.
– No caso de micose das unhas (onicomicose), um tratamento oral (em comprimido) é muitas vezes necessário.

Dosagem:
Uso interno:
Para micose das unhas, a dose habitual para um adulto é de um comprimido de 250 mg de terbinafina por dia (cada 24 horas).
A duração do tratamento é de 6 semanas para as unhas das mãos e 3 meses ou 12 semanas para as unhas dos pés. Antes de iniciar o tratamento e 6 semanas após o início, é importante medir as enzimas hepáticas (ver também acima em Efeitos colaterais e Contraindicações). Tome o comprimido fora do horário das refeições.
Uso externo:
A dosagem em spray, gel ou creme é geralmente uma aplicação duas vezes ao dia na área afetada. A terbinafina é eficaz contra Tinea pedis (fungo do pé), Tinea corporis e Tinea cruris. Embora menos eficaz, ela pode ser usada contra a Tinea versicolor, bem como contra a Candida e a Malassezia furfur.

Remédios no Brasil (lista não exaustiva, da Anvisa):
Medicamento de referência:

Lamisil® (cloridrato de terbinafina)
Genéricos:
– Cloridrato de terbinafina Aché Laboratórios Farmacêuticos
Cloridrato de terbinafina EMS
Cloridrato de terbinafina Germed Farmacêutica
Cloridrato de terbinafina Hipolabor Farmacêutica
Cloridrato de terbinafina Laboratório Teuto Brasileiro
Cloridrato de terbinafina Prati Donaduzzi & Cia
Cloridrato de terbinafina Sanofi Medley Farmacêutica
Similares (lista da Anvisa e site da Anvisa):
– Ceremil, de Indústria Farmacêutica Melcon do Brasil (cloridrato de terbinafina)
– Funtyl, de Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos (cloridrato de terbinafina )
– Ternasil, de Laboratório Teuto Brasileiro (cloridrato de terbinafina )
Zior, de Aché Laboratórios Farmacêuticos (cloridrato de terbinafina)

Observações:
– A terbinafina foi registrado em vários países no início dos anos 90.
– Antes de iniciar a terapia com terbinafina, é importante que o médico tenha confirmado o diagnóstico, pois às vezes é possível confundir a micose das unhas com outras doenças ou condições das unhas.
– Mesmo que os sintomas melhorem, é importante que se complete o tratamento prescrito pelo médico.
– Durante o tratamento, o álcool deve ser evitado.
– A terbinafina está na lista de medicamentos essenciais da OMS de 20191.
Alternativas:
Para a micose das unhas, outras alternativas são os antifúngicos azóicos, como o itraconazol ou o fluconazol. Estima-se que a terbinafina oral (250 mg por dia) é mais eficaz do que o itraconazol oral para o fungo das unhas, especialmente o fungo causado por dermatófitos2. Algumas fontes sugerem que para o fungo das unhas causado por Candida, o itraconazol é mais eficaz do que a terbinafina. Lacas tópicas também podem ser usadas, tais como amorolfine ou ciclopirox.
Para as infecções fúngicas da pele, antifúngicos azóicos como o clotrimazol são alternativas eficazes.

Fontes & Referências:
Fontes:
Anvisa, Keystone ATS (agência de notícias suíça), Pharmawiki.ch, Swissmedicinfo.ch, Compendium.ch, OMS.
Referências e literatura:
“100 wichtige Medikamente” – Infomed (2020), Goodman & Gilman’s The pharmacological basis of therapeutics – 13th Edition – McGraw Hill Education.

Redação:
Xavier Gruffat (Farmacêutico)

Última atualização:
08.11.2021

Créditos das fotos:
Fotolia.com/Adobe Stock

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Fontes de rodapé:

  1. Organização Mundial da Saúde (2019). Lista modelo da Organização Mundial da Saúde de medicamentos essenciais: 21ª lista 2019
  2. Livro: Goodman & Gilman’s The pharmacological basis of therapeutics – 13th Edition – McGraw Hill Education
Observação da redação: este artigo foi modificado em 08.11.2021

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