_Óleos essenciais
O que são óleos essenciais ?
O óleo essencial é o líquido obtido de uma planta, através de destilação ou extração química por solventes. Apesar do nome, ele nem sempre é um líquido gorduroso ou oleoso. Muito utilizado na medicina alternativa como a aromaterapia, o óleo essencial possui várias virtudes e exerce inúmeros benefícios para a saúde que nem precisam mais ser comprovados.
Estima-se que 10% das plantas possam produzir óleos essenciais.
A aromaterapia pertence à Fitoterapia. A aromaterapia é a medicina complementar que utiliza óleos essenciais.
Os óleos essenciais (OE) podem ser utilizados na medicina complementar funções de curativas (tratamento) ou preventivas.
Os óleos essenciais são frequentemente muito eficazes no tratamento de doenças infecciosas, como a acne, a bronquite, a cistite, resfriados, etc.
Os óleos essenciais já eram utilizados há milhares de anos, como no caso dos egípcios que usavam para embalsamar seus mortos. No entanto, é somente a partir do século 20 que os óleos essenciais começaram a ser estudados, incluindo ao nível químico e biológico. É importante saber que cada OE tem um grande número de moléculas (mais de 200). As técnicas avançada de química, como a cromatografia, são necessárias para identificar e classificar cada óleo essencial.
Cada OE apresenta um dado número de moléculas. Falamos de quimiotipo, para simplificar chamamos de “impressão digital” do OE. Graças aos avanços, a aromaterapia está se tornando mais sistemática e apresentando fundamentos científicos. Note, no entanto, que existem duas ressalvas: ainda faltam estudos clínicos em grande escala (como é o caso para os chamados medicamentos convencionais) para validar ou não a eficácia do OE para uma determinada doença, além disso, a concentração de substâncias químicas do OE pode variar. Esta variação se dá devido ao fato do OE ser proveniente de plantas e, portanto, estão sujeitos a variações sazonais ou de localização. Pode-se imaginar que uma planta que cresce no norte da França tem um quimiotipo diferente da mesma planta que cresce perto da linha do Equador, na Guiana Francesa. A mesma planta, submetida a muito ou pouco sol também pode ter um quimiotipo diferente. É provavelmente, devido a esta falta de reprodutibilidade, que algumas instituições médicas estão relutantes em fornecer a aromaterapia e a fitoterapia como primeira escolha. Em alguns casos, usar aromaterapia pode ser mais barato e tão eficaz quanto os medicamentos ditos químicos.
O conceito de quimiotipo também permite propor para cada OE uma molécula principal, por exemplo. carvona. O quimiotipo é geralmente indicado no frasco do OE.
Ao contrário da medicina convencional ou química que utiliza geralmente uma molécula (por exemplo, paracetamol), a aromaterapia utiliza um conjunto de moléculas, um único OE pode conter mais de 200 moléculas. Estes podem agir individualmente, mas mais frequentemente, de forma sinérgica. Isso às vezes faz o OE mais eficaz do que algumas moléculas usadas individualmente, mas complica a análise e compreensão do mecanismo farmacológico. Ou seja, uma única molécula pode atuar sobre um determinado receptor ou uma enzima com um mecanismo bioquímico claro e conhecido, mas para compreender a ação de 250 moléculas sobre um ou mais receptores, é muito mais complexo.
Óleo essencial: Quais são os diferentes métodos de extração?
Os métodos para extração de óleos essenciais são numerosos: a extração através do vapor de água, conhecida por destilação (o método preferido); o método mecânico adequado sem aquecimento, também chamado de prensagem fria; e a extração com solventes voláteis, tais como água ou álcool, ou destilação seca.
O óleo essencial é obtido a partir da planta inteira ou, geralmente, de uma parte da planta (flores, folhas, …), na maioria das vezes por meio de destilação a vapor.
A extração por destilação a vapor de água: consiste no processo de submeter a planta seca ou fresca ao vapor de água para obter o óleo essencial. Também se fala de hidrodestilação.
Os óleos essenciais extraídos por este método são de excelente qualidade. Neste tipo de destilação é passado o vapor de água pela planta, em seguida, separa-se a mistura resultante para obter o OE. O insolúvel OE se separa claramente da água, este último também é chamado destilado. Os destilados são por vezes utilizados, mas eles têm uma concentração muito baixa de moléculas ativas, como é o caso da fração de OE.
A destilação a vapor é o melhor método para obter OE para uso terapêutico e preventivo. Lembre-se que o OE é um composto volátil que pode ser facilmente extraído pelo vapor de água.
A prensagem também é utilizada muitas vezes, neste método a planta (a parte da planta contendo OE) é pressionada para extrair o OE.
A extração pela prensagem a frio: este método envolve a prensagem das plantas à frio sem aquecimento. Este método é geralmente usado para casca e frutos.
A extração com solventes voláteis: através desta técnica, o óleo essencial é extraído usando solventes orgânicos voláteis.
É difícil obter uma quantidade significativa de óleo essencial. Na realidade, o seu conteúdo é muitas vezes fraco ou pequeno, de modo que pode ser muito caro.
Os óleos essenciais podem ser extraídos de quais partes da planta ?
Pra que servem os óleos essenciais ?
O uso dos óleos essenciais é bastante popular nas áreas farmacêutica, terapêutica e cosmética. A fitoterapia e a aromaterapia devem a sua fama ao uso das substâncias odorantes. Alguns óleos essenciais são muito conhecidos por suas propriedades medicinais, o óleo de cravo-da-Índia é um analgésico muito poderoso, bastante utilizado na área dentária, o de lavanda serve como anti-séptico em aromaterapia e em algumas utilizações médicas, assim como o da árvore-do-chá.
Os óleos essenciais são também muito solicitados nas perfumarias e até mesmo na gastronomia, devido ao seu aroma e às vezes pelo sabor que podem dar aos alimentos. Não se surpreenda se observar o uso dos aromas dos óleos essenciais em chás, cafés, alguns pratos ou vinhos.
No campo da cosmética, eles servem para perfumar produtos como xampús, sabonetes, cremes entre outros, e também estão presentes em dose moderada em produtos de cuidados. Os óleos essenciais estão em todos os lugares, até mesmo em detergentes e produtos de limpeza, que recorrem às suas virtudes aromáticas e suavizantes .
Óleos essenciais: precauções que devem ser tomadas
Apesar de serem produtos naturais, os óleos essenciais podem ser agressivos para a pele, portanto devem ser utilizados com uma grande precaução. A aplicação do óleo essencial puro sobre a pele é proibida, assim como a aplicação nas mucosas ou no contorno dos olhos. O ideal é diluí-lo com a ajuda de algo como o óleo vegetal ou o álcool, antes de utilizá-lo. Os mais utilizados são o óleo de amêndoa doce, de semente de uva, de avelã e de girassol, contanto que de boa qualidade. Atenção, eles não são solíveis sem água!
Existem pessoas que não suportam os alérgenos que podem estar contidos em alguns óleos essenciais como o dotomilho, portanto é necessário tomar cuidado e se informar direito para evitar qualquer ação irritante ou alergizante. Você pode fazer um teste e aplicar uma gota de óleo diluído na dobra do cotovelo e esperar 24 horas, se houver irritação você deve evitar o uso do óleo. Além disso, se expôr ao sol após aplicar um óleo essencial pode trazer o aparecimento de manchas pigmentadas sobre a pele. Alguns óleos essenciais podem ser fotossensibilizantes e aumentar a penetração dos raios U.V, como é o caso dos óleos cítricos.
Os óleos essenciais não são aconselhados em grávidas, crianças com menos de 3 anos ou pessoas idosas.
É bom saber
No uso medicinal deve sempre comprar óleos essenciais 100% naturais e, se possível, com um selo de qualidade. Na maioria das vezes, os OE vendidos em farmácias têm excelente qualidade e são preferíveis em relação aos de vendas pela Internet (com exceção de alguns sites de qualidade muito boa, de preferência para sites com sede no Brasil, com um endereço claramente identificado).
Os óleos essenciais podem penetrar na pele ou nas mucosas?
Sim, óleos essenciais aplicados sobre a pele podem atravessar e entrar na corrente sanguínea. Os OE passam para a corrente sanguínea em minutos, tornando-se um medicamento, às vezes com um efeito muito rápido. Portanto, é particularmente por isto que temos que usar o OE com cautela.
Por exemplo, em casos de cistite recomendamos a aplicação para uso externo no baixo-ventre de OE de tea tree (árvore do chá). Este OE vai penetrar na pele, entrar na circulação sanguínea e agir neste caso no nível da bexiga e do sistema urinário.
Quando usado na forma de inalação, o OE também pode ir ao nariz (ou boca) e penetrar pelas mucosas e pulmões, para finalmente alcançar a corrente sanguínea.
Para uma difusão com inalação no trato respiratório superior, o uso de um óleo essencial através de um difusor elétrico (inalador elétrico) é um excelente método.
O uso de óleos essenciais por via oral
A ingestão por via oral não deve ser feita por absorção direta do OE, salvo exceção médica. Em geral, para tomar o OE é preciso depositar algumas gotas em um pouco de açúcar ou em um óleo comestível (por exemplo, azeite).