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Vacina AstraZeneca/Oxford

A vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela empresa farmacêutica AstraZeneca é utilizada para prevenir o Covid-19, particularmente na prevenção de formas graves da doença. O nome da vacina é ChAdOx1-S. É uma vacina com vetor viral, ou seja, toma como portador outro vírus (um adenovírus) que foi transformado e adaptado para combater o Covid-19. No Brasil a vacina foi aprovada pela Anvisa no domingo, 17 de janeiro de 2021.

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Dosagem:
A vacina AstraZeneca/Oxford é administrada em duas doses por injeção no braço, com 28 dias de intervalo1. Entretanto, na prática no Reino Unido, em vez de administrar ambas as vacinas em um mês (28 dias) como planejado originalmente, os clínicos britânicos aguardarão até 12 semanas (3 meses) para administrar uma segunda dose àqueles a serem vacinados, disse o governo britânico em um comunicado no final de 20202.

Em quais países a vacina foi registrada?
– Reino Unido: 30 de dezembro de 2020. As primeiras injeções da vacina começaram na segunda-feira, 4 de janeiro de 20213. Em 4 de janeiro de 2021, cerca de 520.000 doses da vacina estavam prontas para distribuição, disse o NHS do Reino Unido em uma declaração.
– Argentina: 30 de dezembro de 2020
– Índia: 3 de janeiro de 2021
– Brasil: 17 de janeiro de 2021 (por Anvisa)

Eficácia da vacina:
A vacina é 70% a 90% eficaz na prevenção do Covid-19, segundo um comunicado de imprensa e um estudo científico (publicado no The Lancet). A eficácia da vacina AstraZeneca/Oxford é de 90% para voluntários que receberam primeiro uma meia dose e depois uma dose completa um mês depois, mas apenas 62% para outro grupo que foi vacinado mais com duas doses completas com um mês de intervalo.
Em um artigo revisado por cientistas independentes sobre o ensaio clínico da fase 3, a eficácia encontrada foi de 70% em adultos menores de 55 anos residentes em 3 países: Brasil, Reino Unido e África do Sul4.

Armazenamento da vacina:
A vacina AstraZeneca/Oxford pode ser armazenada a temperaturas entre 2° e 8° C em geladeira.

Preço:
Uma dose custa cerca de 2,5 euros, muito menos que as vacinas RNA (por exemplo, da Pfizer/BioNTech ou Moderna). A Folha de S.Paulo estimou em sua edição de quarta-feira, 6 de janeiro de 2021, um preço de negociação entre Fiocruz e AstraZeneca por dose de vacina de US$ 5,25 (ou R$27,9). A idéia é importar 2 milhões de doses de vacina.

Efeitos colaterais:
Os efeitos colaterais do vírus são extremamente raros nesta fase, de acordo com os ensaios clínicos da fase 3. Dos 23.754 voluntários que participaram destes ensaios, apenas um paciente que recebeu esta vacina experimentou um “evento adverso grave que poderia estar relacionado” a esta injeção, de acordo com os dados publicados no The Lancet. Este foi um caso de mielite transversa (uma condição neurológica rara) que provocou a suspensão temporária do julgamento no início de setembro 2020.

Como funciona uma vacina com vetor viral?
Neste tipo de vacina, um vírus inofensivo como no caso desta vacina, um adenovírus é modificado no laboratório ao nível de um ou mais genes para produzir as proteínas (por exemplo, proteínas spike) do SARS-CoV-2. O adenovírus utilizado é enfraquecido para que não cause sintomas como resfriados. Este método tem sido utilizado desde os anos 1980. A vacina vetorizada com vírus é considerada uma vacina segura sem o risco de efeitos colaterais graves. A vacina Ervebo Ebola da Merck (aprovada em 2019 pela FDA) utiliza esta técnica com vetor viral.
A vantagem da vacina com vetor viral (por exemplo, em contraste com a vacina contra vírus atenuados) é que além de promover a produção de anticorpos, a vacina também ativa uma resposta celular com linfócitos.

Trocando entre 2 vacinas?
No Reino Unido, havia duas vacinas disponíveis no mercado no início de janeiro de 2021 (a vacina AstraZeneca/Oxford e a vacina Pfizer/BioNTech RNA). Misturar ou alternar as duas vacinas na mesma pessoa não é recomendado, como explicado no início de janeiro de 2021 por Mary Ramsay, Chefe de Imunizações da Saúde Pública da Inglaterra5. Isto significa que não é recomendado vacinar ou receber, por exemplo, a primeira dose da vacina AstraZeneca/Oxford e a segunda dose da Pfizer/BioNTech, ou vice versa. Dito isto, se houver alguma dúvida sobre o nome da vacina da primeira dose recebida ou um problema com a disponibilidade da vacina da primeira dose, é preferível vacinar a segunda dose (mesmo que outra vacina) do que não vacinar uma segunda vez, ainda de acordo com Ramsay.

Fontes:
AFP, Keystone-ATS, França 24, CNN.com, TV CNN, Le Figaro.

Estudos de referência:
The Lancet.

Equipe editorial:
Xavier Gruffat (farmacêutico)

Última atualização:
20.01.2021

Bibliografia e referências científicas:

  1. CNN.com, 02.01.2021
  2. The New York Times, 30.12.2021
  3. Keystone-ATS, 4 de janeiro de 2021
  4. Folha de S.Paulo, 31.12.2020
  5. CNN.com, 02.01.2021
Observação da redação: este artigo foi modificado em 20.01.2021

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