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A cura do câncer ou um grande negócio

A cura do câncer ou um grande negócioSÃO PAULO – A indústria médica de câncer, segundo as previsões, deverá tornar-se, nos próximos anos, o mais lucrativo setor terapêutico mundial. Essa indústria é dominada por dois gigantes farmacêuticos, sediados na Suíça, Roche e Novartis.

Analistas econômicos da IMS Health, em Connecticut, preveem que o mercado de produtos de câncer chegue à casa dos 75 bilhões de dólares (CHF 71 bilhões), até 2015, representando um aumento de cerca de 40% sobre os 100,000 por ano – os doutores têm que avaliar se os benefícios médicos obtidos compensam as despesas. Algumas vezes pacientes chegam a ser aconselhados a suspenderem o tratamento oncológico, diz o oncologista Thürlimann.

“Com custos crescentes não somente apelamos para a eficiência como para dados estatísticos que comprovem os benefícios para o paciente” disse Thürlimann.

“Podemos testar se uma droga funciona com uma dose menor ou em um período mais curto de tempo ou ainda levamos em consideração indícios que fogem à lógica de mercado para as indústrias farmacêuticas.

“Um animal arisco”

A cura do câncer ou um grande negócio

Quando o presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, declarou “guerra ao câncer”, em 1971, muitas pessoas acreditaram que pesquisadores médicos venceriam a doença dentro de dez anos. A missão, entretanto, se revelou muito mais complexa.

Como área de pesquisa, os estudos do câncer podem ser menos fragmentados e melhor unificados do que outras enfermidades. Na Suíça, cerca de 40% das pesquisas médicas em pacientes são conduzidos na área de oncologia, juntamente com 38 diferentes campos de pesquisa – incluindo doenças cardiovasculares, imunologia e desordens mentais – complementando o restante, segundo Thürlimann.

Mas apesar de o genoma humano ter sido completamente ‘genotipado’, há dez anos, o câncer ainda é um “um animal arisco”, Frings disse – à swissinfo.ch – em linguagem metafórica. Muitos dos mecanismos que provocam 250 diferentes tipos de tumores malignos ainda não foram satisfatoriamente identificados e exigem uma diferente abordagem.

As células cancerígenas infiltram-se no corpo humano, ganham experiência, aprendendo a fugir, passar por mutações, dividir-se, crescer e desenvolver resistências. Progressos e incursões visando desvendar mecanismos e superar todas estas proezas típicas surgem geralmente passo a passo ao longo das décadas, Frings explica.

Mesmo assim, para a Roche, o fato de o câncer ser baseado em definidos mecanismos biológicos, é também uma bênção. É muito mais fácil pesquisar o câncer que doenças multifatoriais, em que o meio ambiente, as atitudes ou a idade podem desempenhar o papel principal, observa Stefan Frings.

Fonte: © Swissinfo.ch, 14.03.2013

Observação da redação: este artigo foi modificado em 20.09.2017

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