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Mayo Clinic descobre marcadores biológicos que podem servir como guia para o tratamento do câncer de próstata

ROCHESTER, Minnesota. – Alterações genéticas no câncer de próstata de baixo risco, diagnosticado por biópsia com agulha, podem identificar homens que são portadores de câncer nas glândulas prostáticas com risco maior, segundo descoberta feita pela Mayo Clinic. A pesquisa, publicada na edição de janeiro da Mayo Clinic Proceedings, descobriu pela primeira vez que alterações genéticas associadas ao câncer de próstata de risco intermediário e alto também podem estar presentes em alguns casos de câncer de próstata de baixo risco.

O estudo descobriu que o procedimento da biópsia com agulha pode deixar passar o câncer de risco maior, o que aumenta o risco de progressão da doença. Os pesquisadores afirmam que homens diagnosticados com câncer de baixo risco podem se beneficiar de testes adicionais para essas alterações cromossômicas.

“Nós descobrimos novos marcadores moleculares que podem ajudar a guiar os homens nas decisões a respeito do curso de tratamento do câncer de próstata,” afirma o Dr. George Vasmatzis, codiretor do Center for Individualized Medicine Biomarker Discovery Program (programa de descoberta de biomarcadores do centro para medicina individualizada) e autor principal do estudo. “O excesso de tratamento tem sido um problema para o grupo de homens abordado pelo nosso estudo. Nós descobrimos que a presença de alterações genéticas no câncer de baixo risco pode ajudar os homens a decidir se o tratamento ou a vigilância ativa é a melhor opção para eles.”

O câncer de próstata é avaliado pelos padrões e pela pontuação de Gleason, que indica o grau. Os padrões de Gleason estão altamente associados com o risco de progressão da doença. O câncer de próstata com padrão 3 de Gleason é considerado de baixo risco. Os cânceres com padrões 4 e 5 de Gleason têm um risco maior de comportamento agressivo.

Homens que apresentam tumores compostos totalmente pelo padrão 3 de Gleason podem optar pela vigilância ativa. Eles são monitorados atentamente por meio de exames de sangue e biópsias com agulha, conforme necessário. Ou eles podem ser encaminhados para tratamento, como cirurgia e radiação, particularmente se eles apresentarem o padrão 4 ou 5 de Gleason.

Homens com um câncer de baixo risco às vezes optam pela cirurgia porque não querem correr o risco de progressão da doença. O estudo descobriu que os homens que não apresentam essas alterações em seus respectivos cânceres têm um risco menor de carregar a doença agressiva. Esses homens se sentem mais confortáveis para optar pela vigilância ativa. De maneira contrária, se um homem apresenta um tumor de baixo risco que têm essas alterações, ele tem um risco maior de ter uma progressão do câncer. Eles podem considerar o tratamento, incluindo cirurgia.

A pesquisa

Os pesquisadores realizaram o sequenciamento do DNA com uma ferramenta genômica de alta tecnologia conhecida como sequenciamento mate-pair. Essa pesquisa foi realizada em padrões de Gleason específicos a partir de amostras congeladas do câncer de 126 homens que retiraram as glândulas prostáticas. Eles encontraram cinco genes que frequentemente estão alterados nos padrões 4 e 5 de Gleason. Essas alterações foram encontradas com maior frequência no padrão 3 de Gleason associado a padrões de Gleason mais altos, mas não quando o padrão 3 de Gleason era encontrado sozinho.

“O procedimento de biópsia com agulha amostra apenas uma pequena parte do tumor. Não é incomum que um homem com padrão 3 de Gleason segundo as espécimes submetidas à biópsia com agulha seja portador de um câncer de alto grau próximo ao padrão 3 que não foi detectado no procedimento,” afirma o Dr. John Cheville, codiretor do programa de descoberta de marcadores do Center for Individualized Medicine e coautor do estudo. “Portanto, se identificarmos essas alterações em um padrão 3 de Gleason, há uma probabilidade maior de que o padrão 4 de Gleason esteja próximo.”

Os pesquisadores obtiveram as informações genéticas geradas pelo sequenciamento mate-pair e as converteram em um teste chamado “hibridização fluorescente in situ” (FISH), que validou as alterações genéticas nas amostras clínicas. O teste FISH está disponível para pacientes da Mayo.

07.01.2019 – Fonte: Press Release Mayo Clinic.

Observação da redação: este artigo foi modificado em 07.01.2019

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