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Covid-19: Estudo da vida real em Israel confirma a eficácia da vacina Pfizer

A vacina Pfizer/BioNTech é mais de 95% eficaz contra o Covid-19, de acordo com um estudo realizado em Israel, o maior jamais realizado na vida real. No entanto, o nível de eficácia cai significativamente quando uma pessoa recebe apenas uma das duas doses. A vacina Pfizer/BioNTech (vacina Cominarty) utiliza o RNA mensageiro.

Publicado na revista médica The Lancet (DOI: 10.1016/S0140-6736(21)00947-8) em 5 de maio de 2021, esse estudo destaca “os benefícios para a saúde pública de um programa nacional de vacinação”, de acordo com seus autores, cientistas da Pfizer e do governo israelense. Observam que Israel “tem sido o principal motor do declínio das infecções da Covid-19”.

Cautela

Entretanto, é preciso ter cautela ao generalizar essas constatações para outras nações, pois a velocidade dos programas de vacinação e a evolução da pandemia diferem de país para país, advertem eles. O estudo é a versão publicada, revisada por outros cientistas independentes, dos resultados iniciais divulgados em março pela Pfizer e pelo Ministério da Saúde de Israel.

Variante inglês (B.1.1.7)

Ela se concentra nos dados de saúde coletados entre 24 de janeiro e 3 de abril de 2021, quando 72% da população de Israel acima de 16 anos (quase 5 milhões de pessoas) e 90% dos maiores de 65 anos haviam recebido suas duas doses de vacina Pfizer/BioNTech. A análise se concentrou na eficácia da vacina contra a variante inglesa (chamada B.1.1.7), que é dominante no país.

“Altamente eficaz”

O estudo mostra que a vacina é “altamente eficaz” em pessoas maiores de 16 anos sete dias após a segunda dose: ela protege contra 95,3% das infecções, 97,2% das hospitalizações e 96,7% das mortes. Esses níveis de proteção continuam a ser semelhantes nos mais de 85 anos.

Mas elas caem significativamente quando as pessoas receberam apenas uma das duas doses: 57,7% contra infecção, 75,7% contra hospitalização e 77% contra morte nos mais de 16 anos.

Este estudo “mostra a importância de uma vacinação completa em adultos”, com duas doses, dizem os autores. Segundo os autores, uma única dose também pode oferecer menos proteção, especialmente com o surgimento de variantes mais resistentes à vacina.

Durante o período de análise, houve 232.268 infecções confirmadas por Covid-19 em Israel (com 4.481 infecções graves e 1.113 mortes) e quase 95% das amostras testadas eram da variante inglesa. Os pesquisadores assinalam que isso não lhes permitiu estudar a eficácia da vacina contra a variante sul-africana, que também está circulando no país.

Em fevereiro 2021, um primeiro estudo em grande escala (1,2 milhões de pessoas), realizado em Israel e publicado na revista NEJM, chegou a conclusões semelhantes.

Criasaude não conseguiu descobrir a situação das pessoas que foram infectadas pelo Covid-19 no passado. Segundo nossas informações, este estudo no The Lancet não especifica essa situação. Em alguns países como a Suíça, apenas uma dose e não duas da vacina Pfizer é recomendada para pessoas já infectadas pelo vírus Covid no passado.

Brasil

No Brasil, a vacina Pfizer/BioNTech foi aprovada pela Anvisa. Aos poucos, ela vai ficando disponível para os brasileiros. No início de maio de 2021, principalmente as vacinas Coronavac (Butantan) e Oxford/AstreZeneca (Fiocruz) estavam disponíveis para os brasileiros. No total, o governo brasileiro encomendou 100 milhões de doses da vacina Pfizer/BioNTech (conhecida no Brasil principalmente como vacina Pfizer). A vacina Janssen (Johnson & Johsnon) também é aprovada no Brasil, mas esta ainda não disponível.

6 de maio de 2021. Fontes: AFP e Keystone-ATS (nosso parceiro de mídia Pharmapro é cliente da Keystone-ATS na Suíça, traduzido para o português), Folha de S.Paulo, R7. Por Xavier Gruffat (Criasaude.com.br). Foto: Pfizer. Referência do estudo: The Lancet (DOI: 10.1016/S0140-6736(21)00947-8).

Observação da redação: este artigo foi modificado em 06.05.2021

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