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Suco de limão: 3 propriedades para tratar doenças do dia a dia

O suco de limão vem do fruto do limão, aqui vamos falar mais especificamente do limão-siciliano ou limão-amarelo (Citrus limon) que é diferente dos limões mais encontrados no Brasil, como o limão-taiti (Citrus latifolia) e o limão-cravo (Citrus × limonia). Eles possuem composições de vitaminas e minerais semelhantes, porém com proporções ligeiramente diferentes. O suco de limão comercial geralmente é preservado com metabissulfito de potássio, que pode causar reações alérgicas, então é melhor preparar o suco você mesmo (receita aqui). Descubra 3 propriedades, baseadas em estudos científicos, para tratar e prevenir vários males ou doenças do cotidiano.

1. Vitamina C: doenças infecciosas (por exemplo, resfriados)

Esta é provavelmente a propriedade mais conhecida do limão e seu suco, esta fruta contém uma quantidade significativa de vitamina C. O suco de limão tem sido tradicionalmente usado como remédio para o escorbuto antes da descoberta da vitamina C1. Este uso muito comum do limão, conhecido desde a Antiguidade, é hoje reforçado por inúmeros estudos científicos. Devido ao seu teor de vitamina C, o suco de limão siciliano é indicado contra várias doenças infecciosas além do escorbuto, como: o  resfriado ( síndrome gripal), a rinite, a gripe ou a cistite. Um estudo publicado no ano 20002 demonstrou atividade bactericida de suco de limão siciliano e derivados do limão siciliano contra Vibrio cholerae, a bactéria que causa cólera. Além da vitamina C, o suco de limão contém outros princípios ativos importantes que podem desempenhar um papel fundamental contra doenças infecciosas, como ácido cítrico, carboidratos, fibras e principalmente flavonoides.
Em 100 g de suco de limão-siciliano, há aproximadamente 39 mg de vitamina C, segundo a instituição americana de referência USDA. Isso significa que com um suco de limão diário de cerca de 200 ml, uma pessoa adulta tem sua quantidade diária recomendada (ver infográfico abaixo, recomendações americanas). A Sociedade Alemã de Nutrição (Deutsche Gesellschaft für Ernährung), por outro lado, considera que 110 mg por dia de vitamina C é suficiente para homens e 95 mg para mulheres.

2. Redução significativa do açúcar no sangue (depois de comer pão)

Um estudo publicado em 20213 mostrou que beber suco de limão, mas não água ou chá, depois de comer pão reduziu significativamente o açúcar no sangue, o famoso índice glicêmico. Um estudo cruzado randomizado foi realizado com porções iguais de pão (100 g) e 250 ml de água, chá preto ou suco de limão. As concentrações de glicose no sangue capilar foram monitoradas por 180 minutos utilizando o método da picada no dedo. Os resultados mostraram principalmente que o chá não teve efeito na resposta glicêmica. Por outro lado, o suco de limão reduziu significativamente o pico médio de concentração de glicose no sangue em 30% e atrasou-o em mais de 35 minutos. O efeito do limão viria de uma diminuição do pH da refeição, o que leva a uma desaceleração na digestão do amido (um açúcar). Resumindo, se você é diabético, beber suco de limão após cada refeição pode ser uma ótima ideia ou pelo menos para quem tem alto teor de açúcar.

Resultado do estudo, eixo X = tempo em minutos e eixo Y = quantidade de açúcar no sangue em mmol/L – Wate=água, Tea=thé,  Lemon juice=suco de limão (fonte da foto: estudo)

3. Dor de garganta

Como um gargarejo, misturado em partes iguais com água quente (mas não fervente), o suco de limão pode ser um desinfectante (anticéptico) muito bom para o tratamento de dor de garganta. O hospital americano de referência mundial, o Cleveland Clinic, apontou em um artigo recente a possibilidade de adicionar um pouco de mel a essa mistura de água quente e suco de limão. O mel, assim como o limão, tem um efeito antibacteriano e antiviral.

Por Xavier Gruffat (farmacêutico), ideia original de XG. De 19 de abril de 2023. Fonte: Pharmawiki.ch. Referências de estudo: mencionadas no artigo ou abaixo. Créditos da foto: Adobe Stock.

Perda de peso: como funcionam Ozempic® e Wegovy®?

Ozempic®, em particular, e Wegovy® continuam fazendo manchetes em todo o mundo e especialmente nas redes sociais. O número de postos no Instagram ou no TikTok do tipo “antes e depois” depois de tomar essas drogas está nos milhões, inclusive em personalidades famosas como Elon Musk. Ambos os medicamentos, tomados como injeções semanais, são baseados em semaglutídeos, uma molécula antidiabética pertencente à família dos agonistas receptores da GLP-1. O semaglutido foi originalmente desenvolvido pelo laboratório dinamarquês Novo Nordisk para pacientes que sofriam de diabetes, mas tanto o fabricante quanto os pacientes viram um efeito colateral incomum, a perda de peso. Deve-se notar que em vários países o Ozempic® é especificamente indicado para diabetes tipo 2 e o Wegovy®, com uma dose mais alta, para obesidade. O Wegovy® pode levar a uma perda de peso entre 15 e 18%. Mas como funciona o semaglutide?

Semaglutide e GLP-1

Semaglutido é um hormônio sintético, constituído de 31 aminoácidos, que atua como Glucagon-Like-Petptide 1 (GLP-1). É também referido como um análogo de longa ação da GLP-1 com uma homologia de sequência de 94%. Como pode ser visto na figura abaixo, o semaglutido é uma molécula muito grande, ao contrário de moléculas pequenas como o paracetamol (apenas alguns poucos átomos). Como todos os hormônios, a GLP-1 atua como um mensageiro entre diferentes órgãos, por exemplo, entre o intestino e o cérebro. Cada vez que comemos, as células intestinais liberam a GLP-1 na corrente sanguínea. Quando a GLP-1 chega ao pâncreas, esse órgão libera insulina, um hormônio essencial para regular os níveis de açúcar no sangue. A GLP-1 também inibe a liberação do glucagon, resultando em uma diminuição da liberação de glicose do fígado.

Cérebro e estômago

Mas talvez a coisa mais extraordinária sobre a GLP-1, bem como sobre o semaglutido, é que essas moléculas atuam sobre o cérebro no nível do hipotálamo, aumentando a saciedade. Em outras palavras, depois de tomar o semaglutido, a gente está muito menos faminto. No entanto, o mecanismo exato ainda não está totalmente compreendido no nível do cérebro, de acordo com o jornal suíço de referência NZZ do 7 de agosto de 2022. A GLP-1 (e semaglutídios) também retarda a evacuação do bolo alimentar no estômago. Esse efeito é importante para a perda de peso e controle da diabetes, pois reduz a taxa de entrada de glicose na corrente sanguínea. Os agonistas receptores da GLP-1 tendem a causar menos episódios de hipoglicemia, pois seu efeito só ocorre quando os níveis de glicose aumentam.

Molécula de semaglutide (crédito fotográfico: Adobe Stock)

Efeitos negativos, problema a longo prazo

Embora os efeitos na perda de peso e no controle do diabetes pareçam muito favoráveis, o semaglutido pode levar a efeitos colaterais, como distúrbios gastrointestinais como náuseas, vômitos, diarréia, dor abdominal e constipação. O professor Robert Doyle, da Universidade de Syracuse, nos Estados Unidos, que está trabalhando em moléculas anti-obesidade com menos efeitos colaterais, observa: “Dentro de um ano, 80-90% das pessoas que começam a tomar esses medicamentos (anólogos GLP-1, como o semaglutido) deixam de tomá-los. O semaglutídio também está contra-indicado em algumas pessoas, como aquelas com pancreatite.

Ler também: Medicamentos contra a obesidade (como semaglutida): entrevista com uma especialista

Artigo atualizado em 29 de março de 2023. Por Xavier Gruffat (Dipl. Pharm. ETH Zurich, Suíça). Fontes: The Wall Street Journal, NZZ.ch, Pharmawiki.ch, MSN.com (e R7.com). Leia nosso artigo original em francês sobre o Creapharma.ch.

CBD pode ajudar em casos de ansiedade?

Você recentemente já deve ter ouvido falar sobre CBD (canabidiol), alguém próximo que começou a tomar ou até mesmo recebeu uma “indicação” na mesa de bar depois de contar sobre seus problemas em lidar com o estresse, ansiedade ou dificuldade para dormir. Mas para além do boca-a-boca, será que o CBD tem de fato efeito para acalmar a ansiedade?

A ansiedade é um transtorno mental comum, que muitas de nós experimentamos nos últimos anos com a pandemia do COVID-19. Esse transtorno pode causar preocupação e medo excessivo, levando a um impacto significativo na vida das pessoas que o manifestam. Embora existam diversas opções de tratamento disponíveis, muitas pessoas não respondem bem aos tratamentos convencionais ou têm efeitos colaterais indesejados. É por essas e outras que os tratamentos naturais têm sido cada vez mais procurados e o CBD ganha destaque nessa procura.

O Criasaude fez uma pesquisa dos estudos recentes sobre CBD e ansiedade, além de entrevistar a Dra. Shadia Fouad Sharaf El Din (CRM-SP 185580) – que é médica especialista em Neurociências pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), pós-graduada em Medicina do Estilo de Vida pelo Hospital Israelita Albert Einstein, que atualmente  pesquisa o efeito do óleo de cannabis provenientes de associações terapêuticas em pessoas que convivem com dor crônica na Unifesp- para te ajudar a decidir se o CBD pode ou não ser uma boa opção para lidar com a sua ansiedade.

Dra. Shadia Fouad Sharaf El Din

O que é o CBD?
O canabidiol (CBD) é um dos muitos compostos canabinóides encontrados na Cannabis sativa, popularmente chamada como maconha. Ele age no sistema endocanabinoide do corpo humano, que é responsável por regular várias funções corporais, incluindo o humor e a resposta ao estresse. Sua ação se dá através de receptores CB1, predominantemente no Sistema Nervoso Central, e de receptores CB2 que estão presentes em órgãos periféricos e nas células do sistema imune. Uma de suas possíveis ações é de “acalmar” o sistema nervoso central. A vantagem do CBD, ao contrário do THC (a molécula responsável pelo efeito psicoativo), é que ele não causa alucinações ou efeitos psicoativos, mas leva a um relaxamento muscular e pode também atuar como analgésico. O CBD é frequentemente vendida em óleo, por exemplo, como tintura, chá de ervas, comida ou bebida.

O CBD realmente ajuda a reduzir a ansiedade?
No que diz respeito aos estudos científicos, há várias evidências de que o CBD realmente tenha efeito em casos de ansiedade e outros distúrbios neuropsiquiátricos (ex. epilepsia e esquizofrenia), como demonstrado em um estudo de 2019 publicado na revista Current Opinion in Psychiatry1 e que revisou várias pesquisas sobre o uso de CBD para tratar a ansiedade.
Outro estudo que demonstrou o efeito do CBD em casos de ansiedade foi o estudo clínico randomizado publicado em 2021 na revista JAMA Netw Open2, que envolveu 120 profissionais de saúde que utilizaram 300 mg de canabidiol (ou placebo) por 28 dias.
É verdade que ainda são necessários estudos clínicos maiores para que haja um entendimento maior do efeito do CBD sob a ansiedade e para investigar a dose eficaz para esse e outros fins. Esses estudos são difíceis de serem realizados pois são poucos os países em que a maconha ou seus derivados estão legalizados e há pouco controle sobre a qualidade dos produtos.

Ainda assim, diversas pessoas já estão em uso do CBD e a maioria delas reagem bem seu ao uso, como é o caso das pessoas tratadas pela da Dra. Shadia Sharaf, que “reagem muito bem e percebem efeitos já na primeira semana de uso”, ainda que seja necessário ajustar a dose e horário nas primeiras semanas do tratamento.

Durante o transtorno de ansiedade a transmissão (“conversa” entre regiões do cérebro e entre o cérebro e o resto do corpo) mediada pela serotonina parece estar diminuída e existem regiões do cérebro, principalmente as áreas relacionadas à detecção de perigo, que ficam muito estimuladas. O CBD pode ser benéfico para esses dois desencadeamentos, pois age facilitando a transmissão serotoninérgica, ativando receptores de serotonina do tipo 5HT1, além de “estimular o principal neurotransmissor inibitório do SNC, conhecido como GABA, que diminui a conversa entre os neurônios”, é o que explica a Dra. Shadia Sharaf.    

Portanto, ainda que haja necessidades de estudos científicos maiores, o uso do CBD e de outros canabinóides pode ser uma boa opção para você que está lutando por uma vida menos ansiosa, com baixo risco envolvido e efeitos positivos que podem ser observados rapidamente. Mas é importante lembrar que cada pessoa é única e pode responder de forma diferente ao tratamento com CBD, então é fundamental utilizar o CBD sob a supervisão de uma equipe médica qualificada, de forma segura e procurando produtos de qualidade.

Cuidados ao tomar CBD
Segundo a Dra. Shadia Sharaf, o CBD é considerado muito seguro e com poucos efeitos colaterais. A sonolência é um dos principais efeitos do CBD e ela pode ser considerada um efeito terapêutico ou colateral dependendo de cada caso.

Mas atenção, o CBD pode alterar a concentração sanguínea de alguns medicamentos. Então se você faz uso de outros medicamentos, consulte a equipe médica que já te atende para saber se será necessário ajustar a dose.

Outro cuidado muito importante que você deve ter é em relação à qualidade do produto que você está consumindo. Existem óleos com diferentes dosagens de CBD e outros canabinóides (como o THC), nem sempre a dose relatada é a dose encontrada nesses produtos, por isso procure sempre fontes confiáveis.

Redação
Adriana Sumi (farmacêutica). 21.03.2023.

Fontes e Referências
– Entrevista realizada em março de 2023 pelo Criasaude.com.br com Dra. Shadia Fouad Sharaf El Din (CRM-SP 185580), médica generalista formada pela Universidade Federal do Rio Grande – FURG, especialista em Neurociências pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), pós-graduada em Medicina do Estilo de Vida pelo Hospital Israelita Albert Einstein, que atualmente pesquisa o efeito do óleo de cannabis provenientes de associações terapêuticas em pessoas que convivem com dor crônica no programa interdisciplinar em ciências da saúde de mestrado Unifesp.
Estudos:
– Estudo científico: Crippa JAS, Zuardi AW, Guimarães FS, et. All. Efficacy and Safety of Cannabidiol Plus Standard Care vs Standard Care Alone for the Treatment os Emotional Exhaustion and Burnout Among Frontline Health Care Workers During the COVID-19 Pandemic: A Randomized Clinical Trial. JAMA Netw Open, edição de agosto de 2021, páginas 2;4(8). doi: 10.1001/jamanetworkopen.2021.20603.
– Estudo científico: Bonaccorso S, Ricciardi A, Zangani C, Chiappini S, Schifano F. Cannabidiol (CBD) use in psychiatric disorders: A systematic review. Neurotoxicology. Edição de setembro de 2019, páginas 74:282-298. doi: 10.1016/j.neuro.2019.08.002.
– Estudo científico: Spinella TC, Stewart SH, Naugler J, Yakovenko I, Barrett SP. Evaluating cannabidiol (CBD) expectancy effects on acute stress and anxiety in healthy adults: a randomized crossover study. Psychopharmacology (Berl). Edição de Julho de 2021; 238(7):1965-1977. doi: 10.1007/s00213-021-05823-w.
– Estudo científico: Crippa JA, Derenusson GN, Ferrari TB, et. all. Neural basis of anxiolytic effects of cannabidiol (CBD) in generalized social anxiety disorder: a preliminary report. J Psychopharmacol. Edição de janeiro de 2011 ;25(1):121-30. doi: 10.1177/0269881110379283.

Magnésio pode ajudar a ter uma boa noite de sono?

Quem nunca ficou rolando na cama sem conseguir dormir? Demorar a para pegar no sono ou acordar no meio da noite, têm sido cada vez mais comum e a busca pela tão sonhada boa noite sono uma saga. Nesta busca, o magnésio tem ganhado destaque como um dos mais recentes suplementos utilizados para esse fim, mas será que realmente tem efeito de melhorar a qualidade do sono?

O que é magnésio?

O magnésio é um nutriente (um mineral) que está envolvido em várias funções corporais importantes. Ele desempenha um papel na função muscular e nervosa, está envolvido na regulação da pressão sanguínea e do açúcar no sangue e até ajuda a construir ossos e DNA. O magnésio é o quarto mineral mais abundante no corpo humano, depois do cálcio, potássio e sódio.

O magnésio pode ajudar você a ter uma boa noite de sono?

O magnésio é necessário para a produção de neurotransmissores importantes para dormir bem. Os neurotransmissores são substâncias químicas que transmitem mensagens entre as células nervosas do cérebro e do corpo. Ele também interage com alguns receptores de neurotransmissores:  bloqueia o receptor N-metil-d-aspartato (NMDA) e é um agonista do receptor do ácido γ-aminobutírico (GABA). A ativação aumentada do receptor NMDA pode causar uma arquitetura de sono ruim, enquanto o aumento do receptor GABA pode melhorar a arquitetura do sono. Então para pessoas que apresentam uma deficiência de magnésio não é surpreendente que desenvolvam distúrbios do sono e nestes casos a suplementação com magnésio é comprovadamente eficaz1. Nos Estados Unidos, a dose diária recomendada de magnésio para adultos na forma de suplementos dietéticos é de 400 a 420 mg por dia para homens e 310 a 320 mg por dia para mulheres2.

Já em relação à população em geral, os estudos científicos são controversos, alguns estudos demonstraram eficácia para melhorar a qualidade do sono enquanto outros concluem que não há efeito, portanto para uma conclusão científica ainda são necessários estudos maiores3.

Mas para quem está na saga da tão sonhada boa noite de sono, a suplementação de magnésio pode ser uma possibilidade a se tentar, sempre com acompanhamento de profissionais de saúde especializados (médico/as especialistas em sono e nutricionistas) e em conjunto com outras medidas que auxiliam o sono, como fazer atividade física, diminuir o uso de telas de noite, uma alimentação balanceada, entre outros. Suplementos de magnésio em geral são seguros, mas podem interferir com alguns medicamentos e devem ser utilizados com precaução em pessoas com problemas no coração.

Qual o melhor magnésio para dormir?

Existem vários tipos de suplementos de magnésio, mas segundo a Cleveland Clinic4, os suplementos para serem testados em casos de distúrbios do sono são:
– Glicinato de magnésio (200 mg – tomar uma vez por dia, à noite, cerca de 45 minutos antes de dormir).
– Citrato de magnésio (200mg – tomar uma vez por dia, à noite, cerca de 45 minutos antes de dormir).
O óxido de magnésio é provavelmente muito menos útil para sua insônia. No mercado, especialmente no Brasil, existem muitos suplementos de magnésio à base de sal de óxido de magnésio.

Para os distúrbios do sono, é aconselhável que um adulto tome um comprimido de magnésio (200 mg ou mesmo 300 mg) antes de dormir, se possível com um comprimido de cálcio de 300 mg, cerca de 45 minutos antes de se deitar.

23.02.2023. Por Adriana Sumi (farmacêutica). Supervisão final: Xavier Gruffat (farmacêutico).

Saiba mais dicas para lidar com a insônia em: Insônia e 10 dicas para mandar a insônia para longe

Medicamentos contra a obesidade (como semaglutida): entrevista com uma especialista

SÃO PAULO – Os agonistas do receptor GLP-1, como a semaglutida (Ozempic®, Rybelsus®, Wegovy®) e a liraglutida (Victoza®, Saxenda®) permitiram enormes avanços nos tratamentos contra o sobrepeso e a obesidade. No Brasil, o Wegovy® acaba de ser aprovado pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, aprovada em 2 de janeiro de 2023) para o uso no controle de peso e apesar desta molécula já estar disponível em outros formatos, especialistas como o médico endocrinologista Dr. Paulo Miranda, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), considera que esta aprovação é um marco importante no tratamento contra a obesidade.

O Wegovy® é o nome comercial da simaglutida 2,4 mg, uma injeção subcutânea de dose semanal, que demonstrou ter uma maior potência na redução de peso de forma sustentada em combinação com uma dieta balanceada, atividade física e acompanhamento multidisciplinar1.

Mas afinal, qual a diferença do Wegovy® em relação aos outros medicamentos agonistas do receptor GLP-1? O Criasaude realizou uma entrevista com a Dra. Jacqueline Rizzolli, CRM 19507, que é endocrinologista do Centro de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital São Lucas da PUCRS e membra da diretoria da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO), e fez um compilado dos principais estudos sobre o assunto para ajudar a responder essa pergunta.

Como agem os agonistas do receptor de GLP-1?
Tanto a simaglutida quanto a liraglutida são moléculas sintéticas que agem em nosso organismo imitando a ação do GLP-1 (glucagon-like-peptide-1), que é produzido naturalmente em nosso organismo. Elas se ligam aos receptores de GLP-1 levando a uma diminuição da produção de glicose no fígado, um aumento da produção de insulina, uma diminuição dos movimentos peristálticos do intestino, um retardo no esvaziamento do estômago e a uma redução da sensação de apetite.
Segundo a Dra. Jacqueline Rizzoli cerca de 85% das pessoas que utilizam estas medicações para a redução do peso respondem bem ao tratamento, mas salienta que “a redução de peso depende do controle da alimentação, atividade física e do uso correto do medicamento, sempre com acompanhamento médico”.

Diferença entre as semaglutidas – Wegovy®, Omzempic® e Rybelsus®?
A grande diferença do Wegovy® para as outras simaglutidas é que este medicamento tem indicação específica para tratar sobrepeso e obesidade com estudos que comprovam sua maior eficácia para esse tipo de tratamento, já às outras semaglutidas tem indicação para tratar diabetes tipo 2, embora já venham sendo usadas para esse fim mesmo sem a indicação na bula, uso off label.
O Wegovy® é de aplicação subcutânea, o que melhora sua absorção em relação ao Rybelsus®, que é um comprimido por via oral. Já em relação ao Ozempic®, que também é uma injeção subcutânea semanal, o Wegovy® pode alcançar uma dosagem maior, levando a um maior efeito na perda de peso.

Qual a diferença entre a semaglutida e a liraglutida?
Uma das principais diferenças entre o uso da semaglutida e a liraglutida é a frequência de aplicação. A aplicação da liraglutida é diária, já o da semaglutida é semanal, o que leva há uma diferença considerável no número de picadas que a pessoa precisa levar ao longo de um tratamento de 6 meses há 1 ano. Um estudo publicado em janeiro de 2022 no JAMA, comparou o uso da semaglutida 2,4mg por semana com o uso da liraglutida 3,0 mg por dia, ambas associadas a uma alimentação balanceada e atividade física. A semaglutida levou a uma maior perda de peso.2.

Preocupações e recomendações

De acordo com a Dra. Jacqueline Rizzoli estes medicamentos são contraindicados para pessoas que já tiveram pancreatite ou possuem histórico de câncer medular. Os efeitos colaterais mais comuns são náuseas, que ocorrem em cerca de 30% dos pacientes. Os efeitos colaterais costumam ser leves e transitórios, o ajuste da dose do medicamento é feito gradativamente para amenizar estes efeitos colaterais.

Estima-se que o Wegovy® chegue ao mercado Brasileiro entre março e abril de 2023 e “apesar de ser uma medicação com maior efeito na perda de peso (cerca de 17% do peso corporal, por exemplo uma pessoa de 100kg pode reduzir 15-20kg usando esta medicação no decorrer de 6-12 meses), o custo desta medicação é ainda mais alto do que as que já estão no mercado, o que limita sua utilização para a população em geral e não é coberto pelo SUS”, é o que considera a Dra. Jacqueline Rizzoli.

Uso sempre em associação com uma mudança no estilo de vida, com uma alimentação balanceada, atividade física e acompanhamento médico.

Fontes & Referências:
– Entrevista realizada em janeiro de 2023 pelo Criasaude.com.br com a Dra.Jacqueline Rizzolli, CRM 19507, Endocrinologista do Centro de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital São Lucas da PUCRS e membra da diretoria da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO).
– Artigo científico: Wulding, J.P.H.; Batterham, R.L.; et.al.; Once-Weekly Semaglutide in Adults with Overweight or Obesity, N Engl J Med, março de 2021, páginas 384:989-1002, DOI: 10.1056/NEJMoa2032183.
– Artigo científico: Rubino, D.M.; Greenway, F.L.; et al. Effect of Weekly Subcutaneous Semaglutide vs Daily Liraglutide on Body Weight in Adults With Overweight or Obesity Without Diabetes.The STEP 8 Randomized Clinical Trial. JAMA. 2022;327(2):138-150. doi:10.1001/jama.2021.23619.
– Para as bulas e histórico de aprovação da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária): https://consultas.anvisa.gov.br.

Redação:
Adriana Sumi (farmacêutica)

Data da primeira publicação:
17.01.2023

EUA: tratamentos de obesidade recomendados para crianças obesas com 12 anos ou mais

Tratamentos de obesidade como orlistate e especialmente semaglutide são agora claramente recomendados para crianças obesas com 12 anos ou mais, de acordo com as últimas diretrizes da principal sociedade pediátrica americana, a American Academy of Pediatrics (AAP). Esses medicamentos devem ser prescritos em conjunto com mudanças de estilo de vida e terapias comportamentais. Essas recomendações, divulgadas em 9 de janeiro de 2023, são as primeiras a aconselhar claramente o uso de medicamentos em crianças obesas de 12 anos ou mais.

Obesidade: 1 em cada 5 crianças

Cerca de uma em cada cinco crianças nos Estados Unidos é obesa, de acordo com os números dos Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos citados pelo Wall Street Journal em 9 de janeiro de 2023. A AAP informa que 14 milhões de crianças e adolescentes americanos são obesos. A doença está associada a sérios problemas de saúde a curto e longo prazo, incluindo doenças cardiovasculares e diabetes. A determinação da obesidade em uma criança ou adolescente é feita medindo o IMC, mas ao contrário dos adultos, é comparada a outras crianças ou adolescentes do mesmo sexo e faixa etária.

Medicamentos

A associação AAP menciona medicamentos ou moléculas que podem ser usadas para tratar a obesidade em crianças de 12 anos ou mais. Entre elas, orlistate, que bloqueia a absorção de gordura, e sobretudo de semaglutide (Ozempic® ou Wegovy®), que atua como um supressor de apetite. Ambos os medicamentos são aprovados pela FDA nos Estados Unidos para tratar a obesidade em pessoas de 12 anos ou mais. A metformina, um conhecido medicamento para diabetes do tipo 2, também aparece na lista. No entanto, não é oficialmente aprovado para a obesidade, mas é frequentemente usado fora do rótulo (off-label) para tratar a obesidade em crianças ou adolescentes.

Semaglutide

Semaglutide, que pertence aos agonistas da GLP-1, é um medicamento muito eficaz que atua tanto sobre diabetes quanto sobre a perda de peso. Nos adultos, o semaglutido é prescrito com tanto sucesso que vários países têm uma escassez desse medicamento tomado como injeção, Wegovy®. É especificamente indicado para a obesidade e não apenas para a diabetes, como o são Ozempic® (também injeção) e Rybelsus® (comprimido). Semaglutide e outros agonistas das GLP-1 (por exemplo, liraglutide) imitam o sentimento natural de saciedade e também atuam como supressores de apetite. Em um estudo com adultos, o Wegovy® (semaglutide) resultou em uma perda de peso média de 15% quando combinado com conselhos sobre estilo de vida, em comparação com uma perda de 2,5% para placebo e conselhos1. Os efeitos colaterais mais comuns possíveis do semaglutido são distúrbios gastrointestinais como náuseas, vômitos, diarréia, dor abdominal e constipação.

Cirurgia bariátrica

Essas diretrizes da AAP, a maior associação pediátrica dos Estados Unidos, também recomendam que os pediatras encaminhem crianças de 13 anos ou mais com obesidade grave a cirurgiões que realizam cirurgia bariátrica para avaliação.

Tratar sem esperar

A idéia com essas novas recomendações é tratar a obesidade infantil o mais rápido possível, sem esperar. Há mais evidências do que nunca de que o tratamento da obesidade infantil é seguro e eficaz, de acordo com o AAP.

Crédito fotográfico: Adobe Stock

9 de janeiro de 2023. Por Xavier Gruffat (farmacêutico). Fontes: The Wall Street Journal, American Academy of Pediatrics (AAP). Estudo: doi :10.1542/peds.2022-060641.

Dores na articulação, quando devo procurar atendimento médico? Entrevista com um ortopedista

SÃO PAULO – A dor é a maneira do seu corpo dizer que algo está errado. Mas nem sempre diz exatamente o que está errado e se você precisa de tratamento médico. Quando a dor se desenvolve nas articulações como você sabe se deve tratá-la em casa ou consultar um médico?

Nós do Criasaude.com.br conversamos com o Dr. Gabriel Paris (CRM/SP191523 – Instagram), médico cirurgião ortopedista pela Universidade Federal de São Paulo, que explica quando devemos procurar atendimento médico em casos de dores nas articulações e os cuidados em casos de dores agudas ou crônicas.

Quando devo procurar atendimento médico?
Podemos diferenciar, de forma geral, dois tipos de dores: dores agudas e dores crônicas.
A dor aguda é decorrente de um trauma, entorse, pancada ou contusão. Nestes casos há necessidade de procurar atendimento médico quando houver uma debilidade ou uma incapacidade funcional daquela articulação e o atendimento indicado é o pronto-socorro.
Já a dor crônica não tem uma forma causal direta relacionada a um trauma e o recomendado, geralmente, é esperar de 6 a 8 semana e buscar ajuda médica caso não tenha modificação na condição da dor, ou seja, se a dor não mudar de local, não melhorar nada ou piorar após essas semanas procure um atendimento médico especializado com ortopedista para realizar uma avaliação dos motivos dessa dor. Mas caso haja sinais de uma inflamação aguda (inchaço, vermelhidão, aumento de temperatura ou surgimento de secreções na articulação) sem que tenha havido um trauma, adiante a consulta com ortopedista.

Compressas geladas ou quentes?
As compressas geladas ou quentes são utilizadas para patologias diferentes.
As compressas geladas são indicadas para situações decorrentes de traumas (pancadas, entorses, contusões), caso você tenha sofrido algum acidente, batido em algum lugar ou torcido. Outro uso muito comum da compressa gelada é em casos agudos de distensão muscular, quando por exemplo você está praticando algum esporte e sente uma dor forte na parte posterior da coxa, na panturrilha, entre outros.
Já as compressas quentes são recomendadas para as dores crônicas que não tenham origem de sobrecarga, como em caso de contraturas musculares na fase crônica e dores articulares crônicas (ex.: dor lombar, dor cervical, dor de tendinites, entre outros

Posso massagear?
Depende, se a dor for decorrente de uma pancada ou um trauma a massagem não é uma das coisas mais indicadas, pois nosso corpo começa a formar hematoma e um processo inflamatório na região como um mecanismo de proteção e cura, mas com a massagem a área do hematoma e da inflamação podem aumentar. Então nas pancadas, nos traumas e nas contusões, melhor não massagear a parte dolorida. Depois de 2 ou 3 semanas, é possível massagear as regiões que ficaram ainda doloridas. As dores crônicas no geral são podem ser massageadas, fazer liberação miofascial ou manipulação articular.

Quando imobilizar as articulações?

As articulações do corpo humano têm movimento e quando restringimos o movimento pode acabar levando a um quadro chamado artrofibrose, uma cicatriz na articulação por não mexer. Então as articulações são feitas para serem mexidas, a restrição de movimento de algumas delas são feitas geralmente quando se precisa de uma estabilidade absoluta, como por exemplo em fraturas, que o osso precisa colar e para isso precisa de estabilidade óssea. Para outros problemas articulares, como por exemplo a tendinite e bursite, que são as causas mais comuns de dor nas articulações, a imobilização geralmente não é recomendada.

Última atualização:
04.08.2022

Fontes
Entrevista realizada pelo Criasaude.com.br com o médico cirurgião ortopedista Dr.Gabriel Paris (CRM/SP 191523), graduado, residência em ortopedia e especialização em cirurgia ombro e cotovelo pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo. Foto: Adobe Stock.

Redação
Adriana Sumi (farmacêutica)

A biotina é tão boa quanto anunciam para a queda de cabelo?

Caso você esteja na busca de tratamentos capilares, invariavelmente você irá se deparar com a biotina em sua pesquisa ou dicas de tratamentos. Essa vitamina, que faz parte do conjunto de vitaminas do complexo B, tem a fama de melhorar a aparência e manter os cabelos, unhas e pele em dia. Mas será que isso significa que pode aumentar o volume dos seus cabelos?

O Criasaude fez um apanhado das pesquisas sobre o tema e entrevistou a Dra. Marcella Quitete, médica dermatologista pelo Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, para conseguir responder isso para você.

O que é a biotina?

A biotina é uma vitamina essencial (micronutriente), faz parte do complexo B, que auxilia na produção de queratina, uma proteína responsável pela formação das unhas, pele e cabelos.

A biotina ajuda no crescimento ou queda do cabelo?

Para responder a essa pergunta, primeiro precisamos entender que existem diferentes causas para queda de cabelo (queda de cabelo em homens e queda de cabelo em mulheres), que podem envolver um problema mais sistêmico como distúrbios endócrinos, anemia, uso de medicamentos, entre outros. Mas “existem várias razões para suspeitar do papel dos micronutrientes nesses tipos de queda de cabelo”, segundo a dermatologista Dra. Marcella Quitete.

É importante entender o que está causando a queda de cabelo, mas isso pode exigir uma investigação médica, que na maioria das vezes começa por um exame físico completo e exames de sangue.

Algumas pesquisas, incluindo um estudo de 2016, mostraram que a falta de biotina no organismo pode levar à queda de cabelo1.

Porém, até o momento, não há pesquisas suficientes para afirmar definitivamente que a biotina pode ajudar a crescer o cabelo. Mas a biotina demonstrou ajudar na prevenção da calvície e da queda de cabelo, segundo artigo publicado na Cleveland Clinic em 20222.

Um estudo publicado em 2017, que revisou estudos sobre o uso da biotina para queda de cabelo, concluiu que em casos de queda de cabelo em que há deficiência de biotina, a suplementação da biotina pode ser benéfica, no entanto esses casos são incomuns e mais pesquisas precisam ser realizadas a respeito de sua eficácia para queda de cabelo.3.

A realidade é que faltam pesquisas robustas sobre o assunto. Mas a biotina é algo que você deveria tentar? A boa notícia é que tomar biotina em quantidades razoáveis dificilmente irá gerar efeitos indesejados.

Sempre consulte especialistas, no caso dermatologistas, para saber qual é a melhor opção para o seu caso. “Atualmente existem outras medicações de escolha para o tratamento das diversas causas de alopecia”, declarou a Dra. Marcella Quitete em entrevista para o Criasaude em dezembro de 2022.

A biotina é segura, tem efeitos colaterais?

Trabalhar mais biotina em seu sistema (seja por meio de suplementos ou na alimentação) geralmente é seguro. Mas é importante não exagerar. Em alguns casos raros, muita biotina de suplementos pode causar problemas estomacais, problemas para dormir e erupções cutâneas.

Outra preocupação em torno da biotina é que ela pode interferir em certos testes de laboratório comuns feitos por seus médicos.

Redação:
Adriana Sumi (farmacêutica). Supervisão final do texto: Xavier Gruffat (farmacêutico). 27.12.2022.

Fontes e Referências
– Entrevista realizada com a Dra. Marcella Oliveira Menezes Quitete de Campos, CRM 188620, dermatologia pelo Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, em dezembro de 2022 pelo Criasaude.com.br.
– Artigo da Cleveland Clinic “Is Biotin as Good as Advertised for Your Hair Loss?(tradução livre: A biotina é tão boa para a queda de cabelo quanto anunciado?) de 26 de outubro de 2022, acessado em novembro de 2022 pelo Criasaude.com.br.
– Artigo científico: Trüeb RM. Serum Biotin Levels in Women Complaining of Hair Loss. Int J Trichology. 2016 Apr-Jun;8(2):73-7. DOI: 10.4103/0974-7753.188040. PMID: 27601860; PMCID: PMC4989391.
– Artigo científico: Patel D.P., Swink S.M.,Castelo-Soccio L.A Review of the Use of Biotin for Hair Loss. Skin Appendage Disord. Agosto de 2017, páginas 166-169, DOI: 10.1159/000462981.

5 plantas medicinais com propriedades anti-inflamatórias

Índia GengibreA natureza é cheia de plantas com propriedades úteis para o ser humano, daí o conceito de plantas medicinais. Descubra abaixo 5 plantas com propriedades anti-inflamatórias que ajudam a reduzir a dor. Deve-se saber que a inflamação é uma resposta natural do organismo frente a uma agressão, como uma doença, uma infecção ou uma lesão, e pode se manifestar por meio de dor, calor, vermelhidão e inchaço da área. Uma inflamação aguda é muitas vezes útil para alertar o organismo do perigo, mas uma inflamação crônica, ao contrário, é prejudicial ao corpo. Algumas plantas ricas em antioxidantes (por exemplo, flavonóides) podem ajudar a combater a inflamação crônica.

1. Gengibre
O gengibre (Zingiber officinalis) é uma planta da família zingiberaceae. Esta planta contém compostos com propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes tais como os gingeróis, paradóis e shogaóis. É por esta razão que é particularmente eficaz no alívio da dor causada pela artrite e outras doenças reumáticas inflamatórias. Para aproveitar ao máximo as propriedades do gengibre, recomenda-se que se coma fresco. O consumo diário de gengibre não causa efeitos secundários específicos, mas pode resultar em diarréia leve ou sensação de queimação no estômago. Estes sintomas eventualmente desaparecem quando o corpo se adaptar ao gengibre.

2. Aroeira
A aroeira ou aroeira-pimenteira (Schinus terebinthifolius) vem de uma árvore nativa do Peru. Os índios da América do Sul a utilizam há muito tempo por suas virtudes naturais. Hoje, é conhecida pelos seus benefícios musculares e articulares. Disponível na forma de óleo essencial, a aroeira destina-se principalmente ao uso externo. Misturado com um pouco de óleo vegetal, é frequentemente usado como um óleo de massagem para tratamento da dor relacionada à artrite e à osteoartrite. Também é eficaz no tratamento de dores e outros traumatismos articulares. O óleo essencial extraído desta planta medicinal ajuda os atletas a se prepararem para o esforço físico. A aroeira também é eficaz no tratamento de crises de gota e dores de dente.
Observe também que, no Brasil, esta planta é uma das poucas plantas medicinais oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), planta indicada especialmente durante infecções fúngicas por Candida.

3. Chá verde
O chá verde (Camellia sinensis) deve suas propriedades anti-inflamatórias à sua riqueza em polifenóis, incluindo a catequina, uma substância com poder antioxidante cerca de 200 vezes maior do que a vitamina E. Vários estudos mostraram que o chá verde é um excelente analgésico e anti-inflamatório. É especialmente eficaz no tratamento de doenças inflamatórias, particularmente na redução ou mesmo cessação da ruptura da cartilagem que esse tipo de doença causa. Para aproveitar ao máximo as virtudes do chá verde, é aconselhável deixar infundir por 3 a 5 minutos. Beba este chá de uma a várias vezes por dia.

Açafrão-da-terra4. Açafrão-da-terra
O açafrão-da-terra (Curcuma aromatica, Curcuma longa) tem sido usado há muito tempo na Índia e na China para tratar doenças inflamatórias crônicas. Testes in vitro e em animais demonstraram que este tempero é eficaz no tratamento de pancreatite, artrite reumatóide ou mesmo da colite ulcerativa. Em pessoas com osteoartrite, o tratamento a base de açafrão-da-terra fornece efeitos comparáveis aos anti-inflamatórios convencionais como o ibuprofeno. Os extratos padronizados desta planta medicinal também reduzem os sintomas do intestino irritável e melhoram o conforto das pessoas que sofrem dessa doença. O consumo de açafrão-da-terra também ajuda a prevenir a ocorrência de doenças inflamatórias do fígado e do intestino, como obstrução da via biliar e hepatite.

5. Azeite de oliva
O azeite de oliva é rico em oleocantal, um composto que tem as mesmas propriedades terapêuticas do ibuprofeno, um anti-inflamatório comumente usado. Quatro colheres de sopa de azeite de oliva correspondem a cerca de 10% da dose necessária para combater a dor. A longo prazo, o consumo regular de azeite de oliva ajuda a reduzir o risco de desenvolver muitos tipos de câncer e também doença de Alzheimer.

Última atualização: 19.12.2022. Pela equipe editorial do Criasaude.com.br. Supervisão científica: Xavier Gruffat (farmacêutico).
Créditos fotográficos: Fotolia.com, Creapharma.ch

14 doenças que podem ser prevenidas bebendo muito líquido

12 doenças que podem ser prevenidas bebendo muito líquidoNós todos sabemos que o consumo regular de água durante o dia é muito importante para o corpo e a saúde em geral, e o ser humano não sobrevive mais do que alguns dias sem água. De acordo com especialistas, os homens devem beber diariamente 2,1 litros e as mulheres 1,5 litros, além da água dos alimentos. Infelizmente essa quantidade ideal raramente é alcançada. Incluindo a água dos alimentos, uma recomendação frequentemente utilizada pelos cientistas é de 3,7 litros para os homens e 2,7 litros para as mulheres. Agora sabemos que para algumas doenças, beber água tem um terapêutico e preventivo importante.
Uma forma fácil de saber se você bebe bastante água é ver a cor de sua urina. Se estiver clara, é que provavelmente você bebe o suficiente, se em vez disso é amarelo escura, significa que você deve beber mais durante o dia. Há também escalas “inteligentes” que medem o nível de hidratação para um resultado mais preciso.
É importante beber regularmente durante o dia sem esperar sentir sede. Sabemos também que com a idade a sensação de sede diminui, mas continuamos precisando sempre nos hidratar. A desidratação também pode levar a distúrbios de humor ou sonolência.
O Criasaude apresenta 14 doenças para as quais beber água é essencial, como indicado por muitos cientistas:

Sintomas cistite1. Cistite. Nos casos de cistite ou infecção do trato urinário, beber irá limpar e eliminar as bactérias. Beba bastante água e em frequência durante o dia. Essa medida é muito importante para complementar a terapia convencional com antibióticos. 

2. Constipação. A ingestão de líquidos durante o dia amolece as fezes. Outra dica importante é comer muita fibra. Além disso, beber água entre as refeições promove a produção de saliva1, que ajuda a melhorar a digestão dos açúcares na boca, evitando que alimentos mal digeríveis atingindo o estômago ou intestinos e levando ao inchaço.

3. Síndrome do intestino irritável. Alimentos ricos em água, em particular, melhoram os sintomas desta síndrome, especialmente a constipação. A menta tem uma cura comprovada para a síndrome, sendo aconselhável consumir esta planta como um chá.

4. Hemorroidas. Neste caso também, beber reduz a prisão de ventre, uma causa comum de hemorroidas.

10 alimentos contra a depressão5. Fadiga. A desidratação é uma das causas de fadiga. Bebidas ricas em cafeína, como chá, café ou cola dão energia, mas também podem desidratar. É aconselhável beber a quantidade diária recomendada (ler o início do artigo), que pode ser água, caldo ou suco. A água ajuda a hidratar as células do corpo, o que pode melhorar o trabalho e também ajudar a uma melhor eliminação de toxinas. Beber regularmente também ajuda a evitar certas dores de cabeça, pois sabemos que nosso cérebro é composto por 70% de água.   

6. Gota. A desidratação é uma causa da gota, e por isso é aconselhável para beber 2-3 litros de água ou suco por dia, em especial durante um ataque de gota. Sinta-se livre para beber 500 mL de água na parte da manhã, imediatamente após acordar.

7. Febre. Beber cerca de 2 litros de líquido por dia é essencial para compensar a desidratação causada pela febre. Água e chás de ervas (por exemplo) são fortemente recomendados.

8. Sinusite. Beber bastante dilui as secreções nasais. A aplicação local de solução salina também melhora os sintomas de forma significativa.

9. Influenza e resfriado. Em casos de influenza e resfriado, 2 doenças virais, beber bastante dilui o vírus e facilita a sua eliminação. Como a febre é frequentemente associada a essas duas doenças infecciosas, a água ajuda a combater a desidratação.

10. Dor de garganta. É muito importante beber muito em casos de dor de garganta, cerca de 3 litros por dia (duas vezes a ingestão diária recomendada). A bebida pode limpar a garganta e lutar contra a garganta seca. Também é recomendado para gargarejar, por exemplo, solução à base de sálvia.

11. Tosse. É aconselhável beber líquidos quentes, como chás de ervas. A infusão perfeita para tosse é o chá de tomilho com um pouco de mel. O mel tem um efeito comprovado no tratamento de tosses.

Câncer de pele12. Queimadura solar. Calor, muitas vezes associada a uma queimadura solar, naturalmente promove a desidratação, e é essencial beber muito para prevenir e tratar as queimaduras solares. Prefira água e evite refrigerantes.

13. Cálculos urinários. Uma ingestão insuficiente de líquidos, especialmente água, aumenta o risco de formação de cristais que são a origem de cálculos urinários muito dolorosos. A água ajuda a diluir a urina e, assim, reduz a formação de cristais.
No verão, há um aumento de casos de cálculos urinários devido ao calor e também à seca, que pode levar a uma desidratação.

14. Sobrepeso e obesidade. Um estudo publicado em julho 2016 mostrou que as pessoas que não eram suficientemente hidratadas, isto é, que não bebem o suficiente, apresentaram em média um IMC superior em relação a aquelas que se hidratavam o suficiente. Este estudo centrou-se na análise de quase 10.000 adultos. No entanto, os cientistas acreditam que não há necessariamente uma relação causal, ou seja, pessoas obesas e com sobrepeso podem tornar-se naturalmente mais desidratadas. O que é certo é que beber regularmente e também consumir alimentos ricos em água, como frutas, são excelentes hábitos para uma boa saúde, levando à perda ou manutenção de peso. O pesquisador Dr. Tammy Chang, da Universidade de Michigan (EUA), conduziu o estudo que foi publicado na edição de julho e agosto de 2016 na revista especializada Annals of Family Medicine.

Dicas para se manter bem hidratado durante o dia:
– Comece o dia com um copo de água no café da manhã
– Leve sempre consigo uma garrafa de água de 500ml ou mais durante o dia, leve-a consigo para todo o lado (trabalho, lazer)
– Beba um copo de água antes de dormir
– Siga uma dieta saudável rica em frutas e vegetais, que são naturalmente ricos em água
– Se você não gosta de beber água como ela é (in natura), pode adicionar um pouco de limão (incluindo lima) ou outras frutas cítricas

Artigo atualizado em 15 de dezemb ro de 2022. Baseado em uma ideia original de Xavier Gruffat (farmacêutico). Fontes: Mayo Clinic, Wake Forest Baptist Medical Center, CBSNews, El Pais Uruguai, outras fontes mencionadas no artigo. Correção do artigo: Christine Gruffat (18 de dezembro de 2018). Créditos fotográficos: Fotolia.com. Crédito infográficos: Criasaude.com.br (Pharmanetis Sàrl)