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5 plantas medicinais com propriedades anti-inflamatórias

Índia GengibreA natureza é cheia de plantas com propriedades úteis para o ser humano, daí o conceito de plantas medicinais. Descubra abaixo 5 plantas com propriedades anti-inflamatórias que ajudam a reduzir a dor. Deve-se saber que a inflamação é uma resposta natural do organismo frente a uma agressão, como uma doença, uma infecção ou uma lesão, e pode se manifestar por meio de dor, calor, vermelhidão e inchaço da área. Uma inflamação aguda é muitas vezes útil para alertar o organismo do perigo, mas uma inflamação crônica, ao contrário, é prejudicial ao corpo. Algumas plantas ricas em antioxidantes (por exemplo, flavonóides) podem ajudar a combater a inflamação crônica.

1. Gengibre
O gengibre (Zingiber officinalis) é uma planta da família zingiberaceae. Esta planta contém compostos com propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes tais como os gingeróis, paradóis e shogaóis. É por esta razão que é particularmente eficaz no alívio da dor causada pela artrite e outras doenças reumáticas inflamatórias. Para aproveitar ao máximo as propriedades do gengibre, recomenda-se que se coma fresco. O consumo diário de gengibre não causa efeitos secundários específicos, mas pode resultar em diarréia leve ou sensação de queimação no estômago. Estes sintomas eventualmente desaparecem quando o corpo se adaptar ao gengibre.

2. Aroeira
A aroeira ou aroeira-pimenteira (Schinus terebinthifolius) vem de uma árvore nativa do Peru. Os índios da América do Sul a utilizam há muito tempo por suas virtudes naturais. Hoje, é conhecida pelos seus benefícios musculares e articulares. Disponível na forma de óleo essencial, a aroeira destina-se principalmente ao uso externo. Misturado com um pouco de óleo vegetal, é frequentemente usado como um óleo de massagem para tratamento da dor relacionada à artrite e à osteoartrite. Também é eficaz no tratamento de dores e outros traumatismos articulares. O óleo essencial extraído desta planta medicinal ajuda os atletas a se prepararem para o esforço físico. A aroeira também é eficaz no tratamento de crises de gota e dores de dente.
Observe também que, no Brasil, esta planta é uma das poucas plantas medicinais oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), planta indicada especialmente durante infecções fúngicas por Candida.

3. Chá verde
O chá verde (Camellia sinensis) deve suas propriedades anti-inflamatórias à sua riqueza em polifenóis, incluindo a catequina, uma substância com poder antioxidante cerca de 200 vezes maior do que a vitamina E. Vários estudos mostraram que o chá verde é um excelente analgésico e anti-inflamatório. É especialmente eficaz no tratamento de doenças inflamatórias, particularmente na redução ou mesmo cessação da ruptura da cartilagem que esse tipo de doença causa. Para aproveitar ao máximo as virtudes do chá verde, é aconselhável deixar infundir por 3 a 5 minutos. Beba este chá de uma a várias vezes por dia.

Açafrão-da-terra4. Açafrão-da-terra
O açafrão-da-terra (Curcuma aromatica, Curcuma longa) tem sido usado há muito tempo na Índia e na China para tratar doenças inflamatórias crônicas. Testes in vitro e em animais demonstraram que este tempero é eficaz no tratamento de pancreatite, artrite reumatóide ou mesmo da colite ulcerativa. Em pessoas com osteoartrite, o tratamento a base de açafrão-da-terra fornece efeitos comparáveis aos anti-inflamatórios convencionais como o ibuprofeno. Os extratos padronizados desta planta medicinal também reduzem os sintomas do intestino irritável e melhoram o conforto das pessoas que sofrem dessa doença. O consumo de açafrão-da-terra também ajuda a prevenir a ocorrência de doenças inflamatórias do fígado e do intestino, como obstrução da via biliar e hepatite.

5. Azeite de oliva
O azeite de oliva é rico em oleocantal, um composto que tem as mesmas propriedades terapêuticas do ibuprofeno, um anti-inflamatório comumente usado. Quatro colheres de sopa de azeite de oliva correspondem a cerca de 10% da dose necessária para combater a dor. A longo prazo, o consumo regular de azeite de oliva ajuda a reduzir o risco de desenvolver muitos tipos de câncer e também doença de Alzheimer.

Última atualização: 19.12.2022. Pela equipe editorial do Criasaude.com.br. Supervisão científica: Xavier Gruffat (farmacêutico).
Créditos fotográficos: Fotolia.com, Creapharma.ch

14 doenças que podem ser prevenidas bebendo muito líquido

12 doenças que podem ser prevenidas bebendo muito líquidoNós todos sabemos que o consumo regular de água durante o dia é muito importante para o corpo e a saúde em geral, e o ser humano não sobrevive mais do que alguns dias sem água. De acordo com especialistas, os homens devem beber diariamente 2,1 litros e as mulheres 1,5 litros, além da água dos alimentos. Infelizmente essa quantidade ideal raramente é alcançada. Incluindo a água dos alimentos, uma recomendação frequentemente utilizada pelos cientistas é de 3,7 litros para os homens e 2,7 litros para as mulheres. Agora sabemos que para algumas doenças, beber água tem um terapêutico e preventivo importante.
Uma forma fácil de saber se você bebe bastante água é ver a cor de sua urina. Se estiver clara, é que provavelmente você bebe o suficiente, se em vez disso é amarelo escura, significa que você deve beber mais durante o dia. Há também escalas “inteligentes” que medem o nível de hidratação para um resultado mais preciso.
É importante beber regularmente durante o dia sem esperar sentir sede. Sabemos também que com a idade a sensação de sede diminui, mas continuamos precisando sempre nos hidratar. A desidratação também pode levar a distúrbios de humor ou sonolência.
O Criasaude apresenta 14 doenças para as quais beber água é essencial, como indicado por muitos cientistas:

Sintomas cistite1. Cistite. Nos casos de cistite ou infecção do trato urinário, beber irá limpar e eliminar as bactérias. Beba bastante água e em frequência durante o dia. Essa medida é muito importante para complementar a terapia convencional com antibióticos. 

2. Constipação. A ingestão de líquidos durante o dia amolece as fezes. Outra dica importante é comer muita fibra. Além disso, beber água entre as refeições promove a produção de saliva1, que ajuda a melhorar a digestão dos açúcares na boca, evitando que alimentos mal digeríveis atingindo o estômago ou intestinos e levando ao inchaço.

3. Síndrome do intestino irritável. Alimentos ricos em água, em particular, melhoram os sintomas desta síndrome, especialmente a constipação. A menta tem uma cura comprovada para a síndrome, sendo aconselhável consumir esta planta como um chá.

4. Hemorroidas. Neste caso também, beber reduz a prisão de ventre, uma causa comum de hemorroidas.

10 alimentos contra a depressão5. Fadiga. A desidratação é uma das causas de fadiga. Bebidas ricas em cafeína, como chá, café ou cola dão energia, mas também podem desidratar. É aconselhável beber a quantidade diária recomendada (ler o início do artigo), que pode ser água, caldo ou suco. A água ajuda a hidratar as células do corpo, o que pode melhorar o trabalho e também ajudar a uma melhor eliminação de toxinas. Beber regularmente também ajuda a evitar certas dores de cabeça, pois sabemos que nosso cérebro é composto por 70% de água.   

6. Gota. A desidratação é uma causa da gota, e por isso é aconselhável para beber 2-3 litros de água ou suco por dia, em especial durante um ataque de gota. Sinta-se livre para beber 500 mL de água na parte da manhã, imediatamente após acordar.

7. Febre. Beber cerca de 2 litros de líquido por dia é essencial para compensar a desidratação causada pela febre. Água e chás de ervas (por exemplo) são fortemente recomendados.

8. Sinusite. Beber bastante dilui as secreções nasais. A aplicação local de solução salina também melhora os sintomas de forma significativa.

9. Influenza e resfriado. Em casos de influenza e resfriado, 2 doenças virais, beber bastante dilui o vírus e facilita a sua eliminação. Como a febre é frequentemente associada a essas duas doenças infecciosas, a água ajuda a combater a desidratação.

10. Dor de garganta. É muito importante beber muito em casos de dor de garganta, cerca de 3 litros por dia (duas vezes a ingestão diária recomendada). A bebida pode limpar a garganta e lutar contra a garganta seca. Também é recomendado para gargarejar, por exemplo, solução à base de sálvia.

11. Tosse. É aconselhável beber líquidos quentes, como chás de ervas. A infusão perfeita para tosse é o chá de tomilho com um pouco de mel. O mel tem um efeito comprovado no tratamento de tosses.

Câncer de pele12. Queimadura solar. Calor, muitas vezes associada a uma queimadura solar, naturalmente promove a desidratação, e é essencial beber muito para prevenir e tratar as queimaduras solares. Prefira água e evite refrigerantes.

13. Cálculos urinários. Uma ingestão insuficiente de líquidos, especialmente água, aumenta o risco de formação de cristais que são a origem de cálculos urinários muito dolorosos. A água ajuda a diluir a urina e, assim, reduz a formação de cristais.
No verão, há um aumento de casos de cálculos urinários devido ao calor e também à seca, que pode levar a uma desidratação.

14. Sobrepeso e obesidade. Um estudo publicado em julho 2016 mostrou que as pessoas que não eram suficientemente hidratadas, isto é, que não bebem o suficiente, apresentaram em média um IMC superior em relação a aquelas que se hidratavam o suficiente. Este estudo centrou-se na análise de quase 10.000 adultos. No entanto, os cientistas acreditam que não há necessariamente uma relação causal, ou seja, pessoas obesas e com sobrepeso podem tornar-se naturalmente mais desidratadas. O que é certo é que beber regularmente e também consumir alimentos ricos em água, como frutas, são excelentes hábitos para uma boa saúde, levando à perda ou manutenção de peso. O pesquisador Dr. Tammy Chang, da Universidade de Michigan (EUA), conduziu o estudo que foi publicado na edição de julho e agosto de 2016 na revista especializada Annals of Family Medicine.

Dicas para se manter bem hidratado durante o dia:
– Comece o dia com um copo de água no café da manhã
– Leve sempre consigo uma garrafa de água de 500ml ou mais durante o dia, leve-a consigo para todo o lado (trabalho, lazer)
– Beba um copo de água antes de dormir
– Siga uma dieta saudável rica em frutas e vegetais, que são naturalmente ricos em água
– Se você não gosta de beber água como ela é (in natura), pode adicionar um pouco de limão (incluindo lima) ou outras frutas cítricas

Artigo atualizado em 15 de dezemb ro de 2022. Baseado em uma ideia original de Xavier Gruffat (farmacêutico). Fontes: Mayo Clinic, Wake Forest Baptist Medical Center, CBSNews, El Pais Uruguai, outras fontes mencionadas no artigo. Correção do artigo: Christine Gruffat (18 de dezembro de 2018). Créditos fotográficos: Fotolia.com. Crédito infográficos: Criasaude.com.br (Pharmanetis Sàrl)

10 alimentos ricos em flavonoides

10 alimentos ricos em flavonoidesSÃO PAULOOs flavonóides são moléculas muito importantes na fitoterapia vindos do metabolismo das plantas, são encontrados em diferentes partes da planta como nas frutas, flores e folhas. Os cientistas já identificaram mais de 5.000 flavonóides diferentes, essas moléculas pertencem à grande família de compostos fenólicos.
Os flavonóides mais comuns são quercetinas, isoflavonas, antocianinas e catequinas. Os principais efeitos dessas substâncias são venotônicos, anti-inflamatórios, protetores (dos vasos), com efeito benéfico em doenças cardiovasculares e antioxidantes. Algumas dessas moléculas têm até um efeito antitumoral, ou seja, na prevenção do câncer. Um estudo publicado na Nature Communications em 13 de agosto de 2019 mostrou que pessoas que normalmente consumiam quantidades moderadas a altas de alimentos ricos em flavonóides eram menos propensas a morrer de câncer e de doenças cardíacas. Neste estudo, com mais de 53.000 dinamarqueses avaliados por um período de 23 anos, o efeito protetor pareceu ser mais alto em pessoas com alto risco de doenças crônicas devido ao tabagismo e naquelas que consomem mais de dois copos de bebida alcoólica por dia. Os participantes que consumiram aproximadamente 500 mg de flavonóides totais por dia tiveram menor risco de câncer e de morte relacionada a doenças cardíacas. Segundo os pesquisadores, que falaram do estudo em um comunicado de imprensa, é importante consumir uma variedade de flavonóides diferentes, encontrados em alimentos e bebidas à base de plantas. Isso é facilmente alcançado na alimentação, por exemplo, uma xícara de chá, uma maçã, uma laranja, 100 g de mirtilos e 100 g de brócolis fornecem uma ampla variedade de compostos flavonóides e mais de 500 mg de flavonóides totais.

Os flavonóides são pigmentos que dão cor às flores e, em alguns casos, às folhas. Essas substâncias podem ser amarelas (origem da palavra flavo), vermelhas, azuis ou violetas.

Descubra 10 alimentos ricos em flavonóides:

1. Chá. Chá preto, branco e verde são ricos em flavonoides. Estima-se que até 30% das folhas de chá são compostas por flavonoides como a quercetina, ácido gálico e catequinas. Prefira consumir as folhas de chá sem processamento, pois são mais ricas em flavonoides.

2. Soja. O grão de soja é rico em isoflavonas com importantes funções no aparelho reprodutor feminino. As isoflavonas da soja são usadas para reduzir os sintomas da menopausa, reduzir a osteoporose e os níveis de colesterol no sangue.

3. Frutas vermelhas. Morango, amora, framboesa e mirtilo (blueberry) estão entre os alimentos mais ricos em flavonoides. Essas frutas são ricas em antocianinas e ácido elágico, antioxidantes que previnem o envelhecimento celular e a formação de tumores. Estudos ainda apontam que dietas ricas em frutas vermelhas previnem problemas de memória.

4. Alho. O alho é rico em flavonoides e compostos sulfurados que têm propriedades anti-inflamatórias, antibacterianas e anti-virais. Estudos também mostram que o alho ajuda a reduzir os níveis de colesterol no sangue e prevenir doenças cardíacas, como o infarto.

5. Maçã. Essa fruta é rica em vitaminas, sais minerais, fibras e um flavonoide chamado quercitina. A quercetina ajuda a reduzir o risco de doenças vasculares cerebrais (como o AVC) e certos cânceres, como o de estômago, pulmão e fígado.

6. Chocolate amargo. O chocolate amargo contém altos níveis do flavonoide catequina. Esse composto é um poderoso antioxidante, além de possuir propriedades antialérgicas e anti-inflamatórias. Estudos também apontam que o consumo de chocolate amargo está relacionado a menor risco de doença cardíaca coronariana. Prefira os chocolates amargos com alto teor de cacau e baixo teor de gorduras. Ler cacau

Australiano afirma ter a fórmula ideal de um vinho bom e virtuoso7. Uva (e derivados). As uvas e seus derivados (vinho tinto e suco de uva) são ricos em catequinas e estão associadas à redução no risco de doenças cardíacas, infarto do coração e redução do colesterol no sangue. Além disso, as sementes da uva são ricas em resveratrol, um polifenol que supostamente tem ação no retardamento do envelhecimento celular, contra diabetes e prevenção do câncer.
Resveratrol
O resveratrol é um polifenol encontrado no vinho. A ele são atribuídas muitas qualidades, como prevenção do envelhecimento celular, prevenção do diabetes e do câncer. No entanto, um estudo italiano publicado em Maio de 2014 mostrou que o resveratrol não teve nenhum efeito milagroso para a saúde, ao contrário do que se pensa. O consumo regular de resveratrol e outros polifenóis, muito presentes no vinho tinto, era anteriormente atribuído à proteção de doenças cardiovasculares.
A pesquisa, realizada com um grupo de pessoas que vivem na Toscana, onde o famoso vinho italiano Chianti é produzido, indicou que aqueles que tinham uma dieta com altos níveis de resveratrol não viveram mais tempo ou tiveram menor incidência de doenças cardiovasculares ou câncer quando comparados com aqueles que consumiram pequenas quantidades deste antioxidante.
“A história do resveratrol parece ser um novo caso de uma substância que tem recebido uma grande influência da mídia a respeito de seus benefícios para a saúde, que, segundo esse estudo, não foram confirmados”, disse o Dr. Richard Semba, Professor de Oftalmologia da Escola Johns Hopkins de Medicina, em Baltimore (Maryland, EUA). Este médico é o principal autor da pesquisa publicada no Journal of The American Medical Association, Internal Medicine.
“A idéia era que certos alimentos ou bebidas são bons para você, pois contêm resveratrol. Nós não encontramos nenhuma evidência que suporte isso”, acrescenta.
Apesar destes resultados negativos, os estudos mostram que o consumo de vinho tinto, de chocolate amargo e frutas vermelhas reduzem a inflamação em algumas pessoas e isso talvez tenha efeitos protetores para o coração.
“Nossa pesquisa está focada agora em polifenóis que explicam esses benefícios”, disse Luigi Ferrucci, epidemiologista do Instituto Americano de Envelhecimento (National Institute of Aging), um dos autores da pesquisa.

8. Espinafre. Essa e outras folhas verdes são ricas em flavonoides com propriedades anti-inflamatórias e também antioxidantes, que protegem as células contra lesões de radicais livres. Além disso, o espinafre é também rico em carotenoides, pigmentos com propriedades anticâncer e que melhoram a visão.

9. Brócolis. Esse vegetal é rico em flavonoides que previnem o desenvolvimento de câncer, sobretudo o câncer de pulmão de fumantes.

10. Cebola. Esse vegetal é rico em flavonoides e talvez uma das principais fontes na dieta regular das pessoas. Além disso, as cebolas são conhecidas por suas propriedades anti-inflamatória e antibacterianas.

A lista dos alimentos ricos em flavonoides é grande. Tente sempre inclui-los em sua dieta. Uma dica final é montar o prato de maneira bem colorida, pois muitas frutas e vegetais coloridos são ricos em flavonoides.

Por que as plantas produzem os flavonoides?
No metabolismo secundário (é neste metabolismo, não no primário – responsável principalmente pela síntese de proteínas, lipídeos e carboidratos, que a planta medicinal sintetiza seus ingredientes ativos) a planta medicinal produz os flavonoides, principalmente para proteger dos raios UV do sol, proteger contra fungos e bactérias, favorecer a polinização ou consolidar a parede celular. Encontramos uma grande quantidade de flavonoides na pele de frutas, por exemplo, precisamente para proteger contra os raios UV do sol.

Update: 08.12.2022. Por Xavier Gruffat (farmacêutico). Fotos: Adobe Stock.

12 substituições que ajudam na dieta

12 substituições que ajudam na dietaComeçar uma nova dieta nem sempre é fácil. Além da força de vontade, é necessário certo conhecimento sobre os alimentos para fazer as substituições adequadas. Muitas pessoas acabam colocando a dieta a perder ao não comerem as quantidades adequadas de vitaminas, minerais e macronutrientes. Outras pessoas acabam engordando sem notar pois fazem as substituições erradas e acabam ingerindo calorias em excesso. Leia nossas dicas para conhecer algumas substituições saudáveis que vão te ajudar a emagrecer com saúde e ter as quantidades adequadas de nutrientes.

1. Pão branco por pão integral. A farinha integral é rica em fibras e dá sensação de saciedade, fazendo com que a pessoa coma menos. Além disso, as fibras ajudam a absorver gorduras e colesterol e aumentam o índice glicêmico (quantidade de açúcar no sangue) gradualmente, diminuindo as chances de desenvolver diabetes.

2. Refrigerante e sucos artificiais por suco natural ou água. Os refrigerantes são ricos em açúcar e componentes químicos que aumentam a acidez gástrica, descalcificam os ossos e aumentam chances de câncer. Os sucos naturais de frutas contém pigmentos naturais que reforçam as defesas do corpo, eliminam radicais livres, além de serem ricos em vitaminas e minerais. A água é um repositor natural de minerais, além de hidratar o corpo e ajudar a eliminar toxinas.
ATENÇÃO: se você está em dieta para emagrecer, tome suco de frutas com moderação, pois eles contêm açúcar.

12 substituições que ajudam na dieta

3. Folhas e vegetais cozidos pelos crus. Ao cozinhar vegetais e folhas, as vitaminas hidrossolúveis e minerais se dissolvem na água e são eliminadas. Além disso, o calor pode degradar vitaminas e fibras, fazendo com que os alimentos cozidos tenham menor teor nutricional que folhas e vegetais crus.

12 substituições que ajudam na dieta

4. Batata frita pro batata assada. Durante a fritura, a batata absorve muita gordura, sendo que cerca de 30% do seu peso é óleo. Evite o consumo de batata frita e frituras no geral e substitua por versões assadas, de preferência sem óleo.

5. Biscoito recheado por biscoitos integrais sem recheio. O recheio dos biscoitos é rico em açúcar e gorduras trans. Substitua-os por biscoitos integrais, que são mais ricos em fibras e vitaminas.

6. Molho branco por molho vermelho. O molho branco, normalmente à base de creme de leite e queijo, é rico em gorduras saturadas e colesterol. O molho de tomate vermelho, por sua vez, além de ter menos calorias, é rico em vitamina E, um poderoso antioxidante.

12 substituições que ajudam na dieta

7. Leite integral por leite desnatado. O leite é um alimento rico em vitaminas, cálcio e proteínas. Entretanto, a versão integral contém também colesterol e gordura saturada. A versão desnatada tem todos os benefícios do leite, mas com bem menos calorias e sem gorduras. Isso também se aplica aos derivados do leite como queijos, iogurtes e coalhadas.

8. Frango frito ou coxa de frango por peito de frango grelhado ou assado. O frango é uma carne magra, entretanto a pele é rica em gordura saturada e colesterol. O peito de frango sem pele é rico em proteínas. Evite fritá-lo em óleo e coma a versão assada da carne.

9. Presunto, salame e mortadela por peito de peru. O peito de peru é rico em proteínas e tem baixo teor de gordura, sendo ideal para um lanche da tarde com um pão integral. Presunto gordo, salame e outros embutidos são ricos em gorduras, sobretudo colesterol e gorduras saturadas.

10. Sal por ervas aromáticas. O excesso de sal predispõe a hipertensão. Substitua parte do sal por ervas como alecrim, sálvia, manjericão, pimenta, canela, etc. Elas dão sabor aos alimentos e não possuem sódio, o responsável pelo aumento da pressão arterial.

11. Pizza de quatro queijos por pizza com massa integral e queijos magros. A pizza quatro queijos é uma das mais calóricas. Você pode substituí-la por por pizza de atum, peito de peru magro, marguerita, rúcula, manjericão e outras pizzas com vegetais. A substituição por massa integral diminui a quantidade de calorias e aumenta a porcentagem de ingestão de fibras.

12. Carne vermelha por peixe ou carne branca. A carne vermelha é rica em gorduras saturadas e colesterol. Sempre que possível, tente trocá-la por carne branca ou peixe. O peixe é rico em fósforo e ácidos graxos essenciais, como ômega-3 eômega-6.

A lista de substituições é grade e você pode usar a sua criatividade para realizar as alterações que preferir. Priorize vegetais e folhas cruas, carnes magras, grãos, frutas e evite açúcar refinado, frituras, refrigerantes e bebidas alcoólicas. Não se esqueça de praticar atividades físicas e também evitar o estresse. Dessa maneira, você vai ter uma vida saudável e com mais energia.

Pela equipe do Criasaude.com.br (gerente de conteúdo: Xavier Gruffat, farmacêutico). Atualizado em 30 de novembro de 2022.

A que horas deve-se tomar os seus remédios? Guia prático

Os analgésicos opiáceos matam mais do que a cocaína e a heroínaA maioria dos medicamentos (remédios, drogas) é consumida diariamente na mesma hora. Entretanto, seria preferível tomá-los pela manhã, à noite, antes de ir dormir, de jejum ou após a refeição? Apanhado geral de várias classes de medicamentos à venda sem necessidade de receita médica ou mediante prescrição médica.
Antes de entrar na minúcia, realcemos que sempre é importante ler com atenção as informações contidas na embalagem e na bula, assim como consultar o seu médico ou farmacêutico. Efetivamente, pode haver exceções em função das particularidades de cada indivíduo ou medicamento.

Por que existem diferenças no horário de tomar remédios?
A administração de determinados medicamentos em um momento específico do dia pode se mostrar mais recomendada que a adoção de outro horário. Este estado de coisas deve-se principalmente ao ciclo circadiano, responsável pela regulagem do organismo, especialmente ao nível dos hormônios e do sono. Tomar um medicamento em um momento bem específico do dia possibilita, por exemplo, aumentar o seu efeito ou minimizar alguns efeitos colaterais, tal como ocorre com os antidepressivos (ler a seguir). A ciência que estuda estes fenômenos denomina-se cronobiologia ou cronoterapia.

Corticoides. Pela manhã
Como a cortisona é predominantemente produzida pelo organismo pela manhã, é preferível igualmente tomar corticoides (por exemplo, a cortisona) neste momento do dia. A consequência da administração nestas condições é um equilíbrio em relação ao ciclo circadiano natural. Salvo exceção médica, aconselha tomar aproximadamente 2 terços da dose de corticoide pela manhã, após o café da manhã, e o restante (1 terço) no início da tarde.

Antidepressivos. Pela manhã (com algumas exceções)
Em geral, o médico que prescreve antidepressivos recomenda tomá-los pela manhã, sobretudo, no tocante aos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (tais como, por exemplo: fluoxetina, citalopram). Estes medicamentos podem desencadear efeitos colaterais com perturbação do sono. Mas a mirtazapina, um antidepressivo atípico, deve ser tomada à noite por causa de seu forte efeito calmante (sonolência).

MineraisBisfosfonatos. Pela manhã em jejum
Esses medicamentos, muito utilizados no tratamento e na prevenção da osteoporose, devem ser tomados pela manhã, em jejum. Atenção, esses medicamentos são com frequência tomados uma vez por semana e não cotidiana ou em várias vezes ao dia, como a maioria dos medicamentos. Solicite auxílio junto ao seu médico ou farmacêutico para informações mais detalhadas. É preciso saber que os bisfosfonatos são frequentemente mal absorvidos ao nível gastrointestinal. Esta é a razão pela qual eles devem ser tomados em jejum. Aconselha-se com frequência ingeri-los uma hora antes da refeição.

Hormônio da tireóide. Pela manhã
É aconselhável tomar levotiroxina, um hormônio da tireóide, pela manhã. Além disso, a levotiroxina deve ser tomada com o estômago vazio (ex. de manhã 30 minutos antes do café da manhã), pois isso resulta em uma biodisponibilidade significativamente melhor, conforme observado em outubro de 2019 pela revista científica da Universidade de Basel (Suíça) [email protected].

AlergiaAntialérgicos. À noite
Recomenda-se tomar os antialérgicos e, sobretudo, os anti-histamínicos, à noite. Esses medicamentos podem levar à sonolência, o que aumenta o risco de acidentes. Uma administração noturna, por exemplo, para combater a renite alérgica, possibilita igualmente fortalecer os efeitos do medicamento no início da manhã. Com efeito, os sintomas da renite alérgica são mais intensos pela manhã.  É preciso saber que o efeito mais intenso destes antialérgicos é com frequência obtido entre 8 e 12 horas após a sua administração.

Aspirina. À noite
Para evitar eventuais efeitos colaterais afetando o trato digestivo, a aspirina deve ser preferencialmente ingerida à noite e, se possível no momento da refeição.

Hormônios de crescimento. À noite
Como este hormônio é natural e principalmente produzido durante a noite, a administração noturna é a mais indicada. O objetivo é similar ao caso dos corticóides (ver acima), ou seja, alcançar uma aproximação do ciclo circadiano natural.

Medicamentos para hipertensão (hipotensivas). À noite ou tanto faz (de acordo com o estudo de agosto de 2022, leia abaixo)
Questionamento
Um estudo apresentado no congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia (sigla em inglês: ESC) em agosto de 2022 em Barcelona estima que o horário de tomar anti-hipertensivos (hipotensores) não tem influência na sua eficácia. Em agosto de 2022, o estudo ainda não havia sido publicado em uma revista científica, mas como é de praxe com apresentação em congresso, a publicação deve seguir nos próximos meses. Este estudo randomizado levou em consideração mais de 20.000 pacientes, metade tomando o(s) medicamento(s) à noite e o outra pela manhã. O estudo mostrou claramente que ataques cardíacos (infarto do miocárdio), acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e mortes vasculares ocorreram de forma semelhante, independentemente do horário de administração (por exemplo, manhã ou noite). Pessoas com pressão alta devem tomar seus medicamentos regulares para pressão arterial em uma hora do dia que seja conveniente para elas e que minimize os efeitos adversos, de acordo com o comunicado de imprensa do estudo datado de 26 de agosto de 2022.

Estatinas. À noite, ante de se deitar
Muito utilizados pela população, aconselha-se a administração desses medicamentos à noite, antes de o indivíduo ir se deitar. A razão deriva do fato de o fígado produzir muito mais colesterol neste período que durante a tarde. Sabe-se que as estatinas possibilitam reduzir o colesterol ruim (LDL) no sangue.

Analgésicos. À noite, ante de se deitar
Alguns medicamentos para a dor, como a codeína, têm um efeito indutor do sono, pelo que faz sentido tomá-los à noite, antes de ir dormir, para evitar sonolência durante o dia.

Tratamento tuberculoseAntibióticos. Variável
Determinadas classes de antibióticos, tais como os macrólidos, a fosfomicina ou a cefalexina são melhor absorvidos quando administrados em momentos distantes de uma refeição. Em contrapartida, uma molécula como a amoxicilina deve preferencialmente ser ingerida no momento da refeição. Em relação aos antibióticos, sempre consulte o seu médico ou farmacêutico.

Antiácidos. Após a refeição, se possível à noite
Os antiácidos são frequentemente administrados duas horas após a refeição. Em geral, os medicamentos contra as úlceras são tomados uma hora após a refeição.
Tomar esses medicamentos após a refeição ou logo antes de ir dormir é uma boa ideia, pois o estômago produz um volume considerável de ácidos gástricos entre às 22:00 e às 2:00 da madrugada.
Atenção, os antiácidos podem apresentar interações com outros medicamentos, tais como o ferro e determinados antibióticos (por exemplo, a tetraciclina). É preciso deixar um intervalo de no mínimo duas horas entre a administração de antiácidos e aquela de outros medicamentos com risco de interação, como o ferro.

Anti-inflamatórios. Em geral no momento da refeição
Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINS) muito utilizados, tais como o ibuprofeno, são com frequência melhor tolerados quando ingeridos no momento de uma refeição. Os AINS podem causar distúrbios digestivos como as úlceras.

Por Xavier Gruffat (farmacêutico). Artigo atualizado em 14.10.2022. Fotos: Fotolia.com & Criasaude.com.br

8 maneiras de prevenir hemorroidas – dicas de um especialista

Você sabia que todo ser humano tem hemorroidas? Na verdade, elas são vasos sanguíneos (veias) que existem normalmente na região anal. O que popularmente chamamos de hemorroidas, na verdade são crises de hemorroidas, o que acontece quando essas veias que temos naturalmente na região anal incham e inflamam, podendo causar: dores intensas, incômodos, coceira, dificuldade para defecar, formação de prolapsos e presença de sangue nas fezes.

As crises de hemorroida são mais comuns do que pensamos ou falamos a respeito. Sua prevalência não é conhecida ao certo, mas especialistas estimam que 1 a cada 2 pessoas irão ter inflamação das hemorroidas em algum momento da vida.

Uma vez que a pessoa apresenta um quadro de crises constantes de hemorroidas, “a cura é só com algum procedimento cirúrgico. Pomadas e remédios apenas aliviam os sintomas”, explica o Dr. Fernando Lemos, Coloproctologista pelo Hospital São Lucas da PUC – Porto Alegre – Brasil e criador do canal do YouTube “Planeta Intestino”, em entrevista para o Criasaude.com.br realizada em agosto de 2022.

Dr. Fernando Lemos

Após a cirurgia, os vasos podem voltar a inflamar, porém com as novas tecnologias (ex.: laserterapias, infra-vermelho, PPH, desarterialização, etc) elas dificilmente voltam a incomodar, ressalta Dr. Fernando Lemos.

Mas o que fazer para evitar uma crise de hemorroidas?

Nós do Criasaude juntamos 8 dicas simples do Dr. Fernando Lemos, Coloproctologista pelo Hospital São Lucas da PUC – Porto Alegre, e da Cleveland Clinic para evitar que as hemorroidas virem um problema de saúde, que também evitam a piora dos sintomas:

1. Não aumente de peso, ou perca peso em caso de obesidade.

2. Vá ao banheiro quando tiver vontade. Quando “adiamos” a ida ao banheiro, as fezes podem se tornar duras e secas no intestino, ficando mais difícil de passar. O esforço para fazer com que as fezes passem aumenta o risco de desenvolver hemorroidas, então evite forçar.

3. Não leia ou faça outras atividades no vaso sanitário: nada de revista, celular, palavras cruzadas na hora de ir ao banheiro. Quanto mais tempo você fica no vaso sanitário mais você irá forçar os movimentos de evacuação. Além disso, a posição sentada é um fator estressante para as veias anais. Esses dois fatores aumentam os riscos de hemorroida.

4. Mantenha as fezes pastosas e fáceis de passar. Para isso beba líquidos em abundância e tenha uma alimentação balanceada com fibras alimentares (vegetais verdes, frutas e grãos). Escute também o seu corpo e evite alimentos que irritam seu intestino: para algumas pessoas a lactose, glúten e alimentos muito refinados podem ser irritantes.

5. Faça o uso adequado do papel higiênico (com batidas em vez de esfregar). Caso seja possível evite o papel higiênico, prefira a lavagem ou uso de lenços umedecidos.

6. Evite alimentos que deixem as fezes ácidas (condimentos em excesso, embutidos, molho e extrato de tomate em excesso).

7. Faça exercícios regularmente. Os exercícios moderados ajudam a melhorar ou prevenir diversas doenças, incluindo questões intestinais. Mas se você já tem problemas com as hemorroidas, evite agachamentos pesados com levantamento de peso e movimentos semelhantes que aumentam a pressão abdominal. Se você está tentando prevenir hemorroidas, esses exercícios podem fazer mais mal do que bem.

8. Vá a uma consulta médica com especialista (coloproctologista). Caso apresente sintomas como sangue nas fezes, dor, coceira ou desconfortos ao evacuar, vá a uma consulta com proctologista e faça exames de acompanhamento. Quanto antes começar o tratamento, na maioria das vezes não cirúrgic, melhor. Além disso, pode ser necessária a investigação de outras doenças.

Escrito por:
Adriana Sumi (farmacêutica), 05.09.2022

Fontes e Referências:
1. Entrevista realizada com o Dr. Fernando Lemos, Coloproctologista pelo Hospital São Lucas da PUC – Porto Alegre – Brasil e criador do canal do YouTube “Planeta Intestino”, em 28 de agosto de 2022 pelo  Criasaude.com.br.
2. Artigo da Cleveland Clinic “ 5 Simple Ways To Prevent Hemorrhoids(tradução livre: 5 maneiras simples de prevenir hemorroidas) publicado em 1 de abril de 2022, acessado em 28 de agosto de 2022.

Medicamentos para emagrecer (2022)

Existem medicamentos cada vez mais eficazes para emagrecer, pelo menos a curto ou médio prazo. É sempre uma boa ideia comer de forma saudável e fazer exercícios regularmente, mas às vezes somente a boa força de vontade não é suficiente. Para algumas pessoas, por exemplo, por razões genéticas, perder peso é muito complicado. É por isso que a medicação pode ser uma opção útil. A maioria dos medicamentos no mercado funciona suprimindo o apetite ou ajudando a se sentir mais saciada1. O orlistat (Xenical e genéricos) é utilizado cada vez menos por não ser muito eficaz, atua reduzindo a absorção de gorduras. Graças aos novos medicamentos que surgiram nos últimos anos, como a liraglutida, alguns pacientes podem perder até 20% do peso2.

Agonistas do receptor GLP-1, reais supressores de apetite

Os agonistas do receptor de GLP-1, como a liraglutida ou semaglutida, agora desempenham um papel muito importante na perda de peso, especialmente em pessoas obesas. São medicamentos originalmente desenvolvidos contra a diabetes, administrados geralmente na forma de injetáveis, para combater a obesidade e são comercializados somente com prescrição médica estrita. Por exemplo, alguns pacientes tratados com liraglutida perderam entre 20 e 25 kg ou mais de 20% do peso corporal e estão atualmente com peso normal, de acordo com o médico diabetologista Marc Donath, da Universidade de Basel, que falou no jornal suíço NZZ em 25 de junho de 2022. A liraglutida injetada diariamente facilita a sensação de saciedade, porque a evacuação do bolo alimentar no estômago é mais lenta. Muitos pacientes tratados com esta classe de medicamentos relatam que já se sentem cheios após meia porção. Atenção, os agonistas do receptor GLP-1 podem causar efeitos colaterais como náusea, vômito, constipação ou diarreia, mas nenhum efeito colateral grave (exceto exceções ou contraindicação) foi relatado até agora. Há também contraindicações como para casos específicos de câncer de tireoide. Graças aos agonistas do receptor GLP-1, menos cirurgias de obesidade (cirurgia bariátrica) são esperadas no futuro.

Orlistate (Xenical)

O orlistate (Xenical e genéricos) foi um dos primeiros medicamentos indicados contra o sobrepeso e a obesidade, mas agora essa molécula é cada vez menos usada devido à baixa eficácia e aos efeitos colaterais às vezes dolorosos, como aumento da frequência das fezes e fezes oleosas. Lembre-se de que o orlistate não afeta o apetite3. Com a ingestão desse medicamento, as gorduras “passam direto”, ou seja, passam pelo trato gastrointestinal sem serem absorvidas. Em seu relatório anual de medicamentos a serem descartados para 2022, a revista francesa Prescrire, conhecida por sua independência da indústria farmacêutica, critica o orlistate e recomenda seu descarte.

Outros medicamentos (Estados Unidos)

Em alguns países, principalmente nos Estados Unidos, existem diversos medicamentos indicados para combater o sobrepeso e a obesidade. A Mayo Clinic, em um artigo de junho de 2022, observa que alguns médicos(as) prescrevem uma associação com a bupropiona (um antidepressivo e um medicamento usado na luta contra o tabagismo) e a naltrexona (um medicamento usado principalmente na dependência de certos opioides). Esta combinação de duas moléculas tem alguns efeitos colaterais, particularmente no nível gastrointestinal. A fentermina, um derivado da anfetamina, é usada como medicamento para reduzir o apetite. A fentermina é um medicamento registrado pelo FDA e pela ANVISA, agências reguladoras de medicamentos nos Estados Unidos e no Brasil, para uso de curto prazo contra a obesidade4.

Atenção, a fentermina apresenta um alto risco de efeitos colaterais e dependência.

20 de agosto de 2022. Por Xavier Gruffat (farmacêutico). Fontes: Mayo Clinic, NZZ (jornal de referência suíço de língua alemã), Prescrire (França). Revisão (Seheno Harinjato, editor em Criasaude.com,br).

O papel da nutrição na recuperação da Síndrome pós-COVID-19

Estamos prestes a completar 3 anos desde o primeiro caso de infecção pelo SARS-CoV-2, ou novo coronavírus, em humanos que deflagrou a pandemia da Covid-19. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), já atingimos 556.897.312 casos confirmados de Covid-19, destes 6.356.812 resultaram em mortes, portanto são aproximadamente 550.540.500 sobreviventes do Covid-19 em todo o mundo. No Brasil são 33.076.779 casos confirmados e 674.482 mortes1.

A essa altura já sabemos que para além de tomar medidas preventivas para evitar ou diminuir o contágio, precisamos também nos preocupar com as condições de saúde de sobreviventes desta doença, cujos sintomas e sequelas podem durar muitos meses ou anos.

Estudos já apontam para a presença da Síndrome Pós-Covid-19 ou covid prolongado, que é caracterizada por sintomas, que podem durar até 6 meses, como: inflamação sistêmica, fadiga, cansaço, dores musculares, dores articulares, queda de cabelo, alteração em padrão de sono, da saúde cerebral e emocional.

Segundo a revisão científica publicada na revista Nutrients2 em março de 2022, esta síndrome é mais frequente em pacientes hospitalizados (85%), mas também afeta 10 a 35% dos pacientes não hospitalizados.

Um fator relevante para recuperação, que deve ser considerado durante e após a infecção, é a condição nutricional. Muitas vezes as pessoas já apresentavam uma deficiência nutricional antes da infecção por Covid-19 ou a desenvolvem durante a fase aguda, seja por diminuição de ingestão de alimento, aumento da demanda energética ou alterações da microbiota. A má nutrição afeta a recuperação de todos os outros sistemas impactados na síndrome pós-Covid-19, sendo um componente muito importante a ser considerado.

Nutrição e COVID-19

Apesar de, até o momento, não haver fortes evidências de que suplementação ou a alteração da dieta modifica sintomas de pessoas com síndrome de fadiga crônica (SFC) pós-Covid-19, já se sabe que a deficiência de alguns nutrientes – vitamina C, vitaminas do complexo B, sódio, magnésio, zinco, l-carnitina, l-triptofano, ácidos graxos essenciais e coenzima Q10 – são importantes no grau de severidade e progressão dos sintomas da SFC devido ao aumento do estresse oxidativo. Diversos estudos demonstraram o benefício do uso de suplementação de vitamina-antioxidante-glicofosfolipidica e outros antioxidantes que auxiliam na melhora do grau de fadiga apresentado por pacientes com SFC.

Para a restauração da massa corpórea e sarcopenia a suplementação de proteína através de uma dieta balanceada ou suplementos alimentares podem ser benéficos para a recuperação. Em casos mais graves, esteroides parenterais também são uma opção.

Outra alteração muito comum de correr durante a COVID-19 é a modificação da microbiota, que é muito importante para manter um metabolismo saudável, uma boa absorção de nutrientes e um bem-estar psicológico. O consumo de probióticos e polifenóis ajudam a restaurar a microbiota.

A Síndrome Pós-Covid-19 não atinge só a saúde física, ela também afeta a saúde mental, podendo levar à ansiedade, depressão, estresse pós-traumático e comprometimento cognitivo. Segundo a revisão científica publicada na revista Nutrients em março de 2022, uma alimentação com baixo índice glicêmico e com altas quantidades de vegetais e frutas pode estar associada a um menor risco de depressão no geral. 

Este estudo também relata que há fortes evidências que uma alimentação rica em vegetais, compostos bioativos como o ômega-3, com um baixo consumo de gorduras-trans e carboidratos refinados, podem aumentar o bem-estar psicológico, e portanto, ter um papel na recuperação da Síndrome pós-COVID-19. Sendo a dieta mediterrânea um dos possíveis caminhos para uma alimentação equilibrada.

Existem muitas outras questões nutricionais que podem afetar a recuperação da Síndrome pós-COVID-19, uma avaliação com especialistas e recomendação dietética personalizada, feita por nutricionistas, pode ser uma das estratégias mais eficazes na recuperação.

Dicas
– Faça refeições com quantidades menores e mais vezes
– Beba longe das refeições para evitar a sensação de saciedade antecipada
– Prefira alimentos leves com baixas calorias e gorduras
– Consuma carboidratos com baixo índice glicêmico (ex. aveia, arroz integral, milho, etc)
– Consuma alimentos com alta qualidade proteica de fontes animais e vegetais (15 a 30g de proteína por refeição)
– Mantenha uma dieta rica em ômega-3 (1,5 a 3 g/dia)
– Consuma azeite de oliva extravirgem, devido a suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes.
– Consuma bastante fibras através de vegetais, legumes e frutas.

Fontes e referências
Organização Mundial da Saúde (https://covid19.who.int/ link, acessado em 15 de julho de 2022 pela equipe da Criasuade.com.br), Nutrients  (https://doi.org/10.3390/nu14061305)

Escrito por:
Adriana Sumi (farmacêutica), 20.07.2022

9 alimentos que não devem ser comidos crus

Se os alimentos crus se tornaram uma verdadeira tendência alimentar destinada a preservar o máximo de nutrientes nos alimentos, existem certos produtos que definitivamente devem ser cozidos antes do consumo. Descubra 9 alimentos que não devem ser comidos crus para se manter saudável. Também tome cuidado para não adotar uma alimentação com alimentos crus fraca ou de forma repentina, pois o corpo, acostumado a digerir alimentos cozidos, pode ser perturbado por essa mudança.

1. A carne de porco
A carne de porco às vezes pode estar contaminada com bactérias como as salmonellas ou as Campylobacter. Da mesma forma, pode conter parasitas como triquinose e Taenia solium. Para evitar qualquer risco, é aconselhável nunca comer esta carne crua. Tenha cuidado, o javali também pode ser infectado por esse mesmo parasita e as mesmas precauções também se aplicam.

2. O frango
O frango é um dos alimentos que não devem ser consumidos crus. As bactérias como a salmonella crescem naturalmente no intestino das aves, aumentando o risco de contaminação. Outras bactérias, como campylobacter, também devem ser temidas, especialmente para pessoas com sistemas imunológicos mais fracos.

3. As carnes vermelhas (em geral)
Embora existam muitas receitas que pedem o consumo de carnes mal-passada, o risco de contaminação por bactérias como Salmonella, Campylobacter, E. coli e muitas outras continua existindo. A carne moída é particularmente perigosa porque promove a propagação de germes e, portanto, aumenta o risco de intoxicação alimentar se não for cozida. A melhor precaução a tomar antes de consumir alimentos à base de carne é cozinhá-los bem.

4. Os peixes
O peixe cru é popular em muitos pratos asiáticos, mas esteja ciente de que, como outras carnes, o peixe pode estar contaminado com bactérias como Listeria ou Salmonella. O mais perigoso no consumo de peixe cru é o anisakis, um parasita que pode causar alergias e distúrbios digestivos. Congelar a carne pode limitar o risco de intoxicação pelo peixe, mas cozinhar continua sendo a melhor maneira de evitar a contaminação.

5. Os cogumelos selvagens
Você deve ter muito cuidado com cogumelos selvagens. Já que nem todos são comestíveis, mas além disso, alguns contêm componentes de difícil digestão, que podem causar reações tóxicas ou alérgicas. É melhor sempre cozinhá-los. Mesmo para cogumelos paris e cogumelos cremini que podem ser consumidos em saladas, não é aconselhável consumir cogumelos em grandes quantidades ou com muita frequência.

6. A batata-inglesa
As batatas-inglesas têm meios de proteção contra parasitas. Esses componentes são tóxicos, embora não fatais. Estes são principalmente a solanina e a chaconina, esses alcaloides que podem causar distúrbios como náuseas ou vômitos. Da mesma forma, as batatas cruas podem causar flatulência devido à resistência dos amidos aos sucos digestivos. No entanto, deve-se notar que essas toxinas são fracas e concentram-se principalmente nas gemas, nas flores e na pele, especialmente quando ela está verde.

7. A berinjela
Assim como as batatas, a berinjela contém a solanina. A concentração dessa substância é menor em vegetais maduros do que naqueles ainda jovens. Mesmo que os efeitos gastrointestinais indesejáveis ligados à toxicidade deste vegetal sejam menores, é prudente favorecer o cozimento. Você pode fritar, grelhar, ferver ou assar a berinjela de acordo com seu gosto.

8. Os brotos e germinados
Muito apreciados em saladas tanto pela cor e sabor quanto pela qualidade nutricional, os brotos e germinados são obtidos pela germinação das sementes em ambiente quente e úmido. Estas condições são favoráveis ​​ao desenvolvimento de bactérias que podem contaminar os alimentos durante o cultivo, colheita ou durante diversas operações de manipulação. É por isso que você tem que ter cuidado. As crianças, os idosos, as mulheres grávidas e pessoas com sistema imunológico fraco não devem consumir esses alimentos crus. As principais bactérias que são recorrentemente encontradas em brotos e germinados são a Salmonella, a E.coli e a Listeria. O melhor é comprar produtos frescos, limpá-los bem e, tanto quanto possível, cozinhá-los em vez de comê-los na forma de saladas (cruas).

9. O leite
Não é aconselhável consumir leite cru, ou seja, o leite que vem diretamente da vaca (sem processamento). De fato, ele às vezes pode ser contaminado por bactérias perigosas para a saúde, como a Salmonella ou a E. coli ou por outros elementos externos. Se você puder garantir que não haja risco de contaminação, o leite cru pode ser benéfico para sua saúde, pois ainda retém todas as vitaminas perdidas durante a pasteurização. Este tipo de leite deve ser sempre mantido fresco e consumido rapidamente.

Artigo atualizado em 23 de maio de 2022. Pela equipe editorial do Criasaude.com.br. Créditos fotográficos: Fotolia.com.

Por que as mulheres de meia-idade tomam tantos antidepressivos?

NOVA YORK – Nos Estados Unidos, cerca de uma em cada cinco mulheres entre 40 e 59 anos toma antidepressivos, enquanto menos de 10% dos homens na mesma faixa etária os tomam. Além disso, cerca de 1 em cada 4 mulheres com 60 anos ou mais toma antidepressivos em comparação com cerca de 1 em 10 para aquelas com 18 a 39 anos. Como pode ser visto, são principalmente as mulheres de meia-idade que começam a tomar antidepressivos. Essas estatísticas coletadas nos Estados Unidos vêm do National Center for Health Statistics e se referem a pessoas que tomaram antidepressivos nos últimos 30 dias entre 2015 e 2018. Esses dados foram coletados antes da pandemia de Covid-19. Supõe-se que com aproximadamente 2 anos de Covid-19, o número de mulheres entre 40 e 60 anos em uso de antidepressivos aumentou ainda mais, especialmente entre as mulheres na pós-menopausa, conforme observado pelo Wall Street Journal em uma de suas edições do início de abril de 2022. Na Suíça, um relatório publicado em abril de 2022 mostrou que, em geral, as mulheres são mais propensas do que os homens a receber antidepressivos.

Por que essas mulheres são tão afetadas pela depressão?


Para muitas mulheres, os 50 anos marcam a entrada na menopausa. A pesquisa científica mostrou que os anos antes, durante e após a menopausa são particularmente propensos a sofrer de depressão. A menopausa é caracterizada por uma grande variação nos hormônios estrogênio e progesterona. Essas mudanças hormonais abruptas podem afetar a moral. Além disso, existem muitos receptores de estrogênio e progesterona no cérebro.

Menopausa, período de risco

A entrada na menopausa é definida como quando uma mulher não menstrua há mais de 12 meses. Nos Estados Unidos, a idade média da menopausa é de 51 anos. Existem diferenças bastante significativas, algumas mulheres podem estar na menopausa em seus 30 ou 40 anos e outras em seus 50 ou mesmo 60 anos. O risco de uma mulher sofrer de depressão grave na idade da menopausa é 2 a 4 vezes maior do que em outros períodos da vida, de acordo com o Wall Street Journal, baseado em estudos científicos. Uma pesquisa norte-americana do instituto National Institute of Mental Health mostrou que o risco de depressão é maior 2 anos antes e 2 anos após a última menstruação, ou seja, por um período de cerca de 4 anos. Dito isto, 2 pequenos estudos suíços publicados em 2016 na revista científica World Psychiatry estimaram, pelo contrário, que a menopausa não teve impacto na depressão. Mas a maioria dos estudos publicados acredita que a menopausa aumenta o risco de sofrer de depressão.

Outra causa
O estresse é outra causa de depressão. Sabemos que muitas mulheres entre 40 e 60 anos muitas vezes têm que fazer malabarismos entre uma vida profissional às vezes ocupada e sua família. Todos esses elementos explicam por que as mulheres de meia-idade são as principais consumidoras de antidepressivos junto com aquelas com mais de 60 anos. As mulheres tomam mais antidepressivos do que os homens, talvez também porque vão a um médico ou psiquiatra com mais facilidade.

Novos medicamentos

Novos medicamentos direcionados em particular aos receptores de estrogênio no cérebro podem ser lançados no mercado nos próximos anos. Os hormônios de reposição podem ser tratamentos eficazes durante o período da menopausa, converse com seu médico pois esses medicamentos possuem contraindicações para algumas mulheres.

13 de abril de 2022 (última atualização). Por Xavier Gruffat (farmacêutico). Fonte: The Wall Street Journal. Revisão (Seheno Harinjato, editor da Creapharma.ch)