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6 benefícios da L-arginina

Você já ouviu falar da arginina? Este aminoácido é utilizado diariamente pelo corpo em muitas funções, ela é conhecida por melhorar a circulação sanguínea, ajudar no ganho de massa magra e na recuperação de doenças graves. Mas é necessário ter cuidado ao suplementar, pois ela pode interagir com diversos medicamentos e não é recomendada em algumas condições.

O Criasaude fez uma pesquisa profunda em artigos científicos para explicar os benefícios da suplementação de L-arginina, que pode ser utilizada por diversas populações, porém pode não ser tão efetiva quanto as empresas de suplementos divulgam.

O que é a arginina?

A arginina é um aminoácido semi essencial, ou seja, o corpo pode produzi-lo, mas em situações como gravidez, infância (crescimento), doenças críticas ou traumas, precisamos de quantidades extras e o nosso corpo não dá conta de produzir tudo que precisamos. Ela é fundamental para a produção de óxido nítrico, uma molécula que relaxa os vasos sanguíneos, melhora a circulação e participa da produção de células do sistema imunológico (linfócitos T)1. Por desempenhar funções essenciais no organismo, a falta de arginina pode comprometer o funcionamento das células e órgãos, resultando em graves consequências para a saúde.

Ela pode ser produzida através da quebra de proteínas do nosso corpo ou adquirida através da alimentação.

Alimentos ricos em arginina

A arginina pode ser obtida através de alimentos ricos em proteínas, como2:

– carnes,

– peixes,

– laticínios (leite, iogurte, queijo),

– nozes e sementes (amêndoas, castanhas de caju, sementes de abóbora),

– leguminosas (soja, grão de bico)

– grãos integrais (arroz integral, aveia).

6 benefícios da L-Arginina

Suplementos de L-arginina

A arginina na forma de suplemento é geralmente encontrada como L-Arginina, uma das formas sintéticas da arginina que mais absorvemos, e podem ser administradas por via3:

– oral como cápsula, comprimidos ou pó;

– tópica como creme para pele e cabelos (para fins estéticos);

– intra-intravenosa (IV).

Para que serve a suplementação L-arginina?

Os suplementos de L-arginina são utilizados por atletas e pessoas com condições médicas como hipertensão, além de serem empregados clinicamente no tratamento de doenças e feridas graves. Embora estudos apontem benefícios potenciais do seu uso, os resultados são variados, e sua eficácia pode não ser tão significativa quanto alegam algumas empresas de suplementos. Confira os 6 benefícios que a suplementação de L-arginina pode gerar:

1. Saúde do coração e pressão arterial

A L-arginina contribui para a produção de óxido nítrico, que relaxa os vasos sanguíneos e melhora a circulação sanguínea, ajudando a reduzir a pressão arterial. Uma revisão de 2016 analisou sete estudos e concluiu que a suplementação oral ou intravenosa de L-arginina reduziu a pressão sistólica em até 5,4 mmHg e a diastólica em até 3,1 mmHg em adultos hipertensos4.

2. Desempenho físico

A L-arginina pode melhorar o fluxo de sangue para os músculos, aumentando o transporte de oxigênio e nutrientes. Isso pode ajudar atletas a reduzir a fadiga e melhorar o desempenho físico5. Contudo, os resultados ainda são variados, alguns estudos não demonstrando uma melhora no desempenho físico quando a L-arginina é utilizada somente logo antes do exercício6.

3. Cicatrização e tratamento de doenças críticas

Em casos de doenças graves (como infecções, inclusive na recuperações de COVID-197), queimaduras ou cirurgias, a demanda por L-arginina aumenta. Ela é essencial para a cicatrização e fortalecimento do sistema imunológico8.

4. Disfunção erétil

Uma revisão de 2019 de 10 estudos encontrou que o uso de suplementos de arginina em doses variando de 1,5 a 5 gramas diárias melhorou significativamente a disfunção erétil, em comparação com um placebo ou nenhum tratamento9.

5. Controle do açúcar no sangue

Para pessoas com risco de diabetes, a L-arginina pode melhorar a sensibilidade à insulina. Estudos indicam que a suplementação prolongada pode ajudar a prevenir a doença10.

6. Prevenção e controle de pré-eclâmpsia

Estudos demonstraram que o tratamento com L-arginina durante a gravidez pode ajudar a prevenir e tratar a pré-eclâmpsia, uma condição perigosa caracterizada por hipertensão e proteína na urina11.

Como tomar L-arginina?

A dose recomendada varia conforme o objetivo. Em geral, doses entre 1,5 a 6 gramas diárias são seguras por um tempo específico de tratamento (3 a 24 meses). É essencial que procure um profissional de saúde qualificado para as devidas recomendações e acompanhamentos, especialmente se você tem alguma doença cardíaca, está tomando outros medicamentos ou está grávida.

Para melhor absorção, os suplementos devem ser tomados entre as refeições.

Efeitos colaterais

A L-arginina é segura em doses adequadas, mas pode causar alguns efeitos colaterais, embora seja raro, como12: inchaço, diarreia, tontura, náusea ou vômito, reação alérgica (urticária, coceira ou erupção cutânea), dificuldade para respirar ou sensação de aperto no peito e insuficiência cardíaca.

Se você sentir qualquer efeito colateral, procure imediatamente seu médico ou vá à emergência mais próxima.

Quem não deve tomar L-arginina?

Evite suplementar L-arginina nos seguintes casos: asma grave ou doenças pulmonares, uso de medicamentos para pressão arterial baixa, uso de anticoagulantes.

Gestantes devem suplementar apenas com orientação médica, em casos como pré-eclâmpsia.

A L-arginina pode interagir com diversos medicamentos, portanto, caso você faça uso recorrente de alguma medicação não tome a L-arginina sem que seu médico saiba.

Nota do Criasaude

A L-arginina é um aminoácido importante que pode beneficiar a saúde cardiovascular, a performance física, a função imunológica e muito mais. Para pessoas com demandas específicas, a suplementação pode ser uma opção interessante, desde que haja orientação profissional. Como sempre, o mais importante é buscar um estilo de vida equilibrado e consultar um profissional de saúde antes de iniciar qualquer suplementação.

Fontes e referências:
PubMed, Artigo em inglês da Cleveland Clinic:L-Arginine, revisado em março de 2022, acessado pelo Criasaude em dezembro de 2024, link funcionando nesta data.

Data:
27.12.2024

Redação:
Adriana Sumi (farmacêutica pelo USP)

10 alimentos ricos em proteínas

As proteínas são nutrientes que desempenham um papel essencial no corpo. Elas estão envolvidas na construção e reparação de tecidos e músculos, na produção de enzimas e hormônios e na manutenção de um sistema imunológico saudável. Em geral, o corpo necessita de 0,8 a 1g de proteína por kg de peso corporal1,mas isso pode variar dependendo da idade, da massa muscular, do nível de atividade diária, do objetivo em termos de peso e do estado de saúde de cada pessoa. Na verdade, o médico pode recomendar limitar a ingestão de proteínas em caso de doença renal. Aqui estão dez alimentos ricos em proteínas saudáveis que o ajudarão a obter o suficiente de sua ingestão diária.

1. Carne magra

As carnes magras, como o frango, o peru ou a carne bovina magra, são uma excelente fonte de proteínas. Assim, 100g de peito de frango contêm cerca de 27g de proteínas, além de ferro e vitamina B. Da mesma forma, uma porção de 100g de carne bovina magra contém entre 17 a 25g de proteínas, além de outros nutrientes, como ferro, zinco, selênio e vitaminas B12 e B6.

2. Ovo

Os ovos inteiros são uma fonte de proteínas de alta qualidade e de fácil absorção. Um ovo grande fornece cerca de 6g de proteínas. Além disso, o ovo contém todos os aminoácidos essenciais e é rico em nutrientes como a colina, benéfica para a saúde cerebral.

10 alimentos ricos em proteínas

3. Peixe e frutos do mar

O peixe é uma grande fonte de proteínas, vitaminas e minerais importantes, como iodo, selênio e vitamina B12, conforme relatado no periódico Nutrients (DOI: 10.3390/nu10070952). Peixes como salmão, atum ou bacalhau oferecem cerca de 20 a 25g de proteínas por 100g e contêm ômega-3, benéfico para a saúde cardiovascular. Os frutos do mar, como camarões e mexilhões, também são boas alternativas para se obter proteínas e minerais.

4. Laticínios

O leite, o iogurte e o queijo são ricos em proteínas. Um pote de iogurte grego pode conter até 10g de proteínas por porção. Além das proteínas, esses alimentos oferecem cálcio e outros nutrientes importantes, sendo pobres em gordura. O leite integral, por exemplo, contém quase todos os nutrientes necessários ao organismo e é uma boa fonte de proteínas de alta qualidade para pessoas que não possuem intolerância à lactose.

5. Leguminosas

As leguminosas, como lentilhas, grãos-de-bico e feijões, são ideais para quem segue uma dieta vegetariana ou vegana. Cerca de 100g de lentilhas cozidas oferecem aproximadamente 9g de proteínas. Elas também são ricas em folato, potássio, ferro e fibras, o que favorece a digestão. Estudos, como os publicados em 2019 no Indian Journal of Gastroenterology (DOI: 10.1007/s12664-019-00937-8) e em 2016 no Nutrition, Metabolism and Cardiovascular Diseases (DOI: 10.1016/j.numecd.2022.10.006), mostram que pessoas que consomem regularmente lentilhas e outras leguminosas apresentam menor risco de desenvolver problemas de saúde, como doenças cardíacas ou fígado gorduroso.

6. Frutas oleaginosas e sementes

As amêndoas, nozes, sementes de chia e de linhaça são excelentes fontes de proteínas vegetais e gorduras saudáveis. Cerca de 100g de amêndoas fornecem aproximadamente 21g de proteínas. Esses alimentos também são ricos em antioxidantes, fibras, vitamina E, manganês e magnésio. Além disso, o consumo de amêndoas traz benefícios à saúde, como a redução dos fatores de risco de doenças cardíacas2.

7. Quinoa

A quinoa é um grão integral que se destaca pelo seu teor de proteínas. Com cerca de 8g de proteínas por xícara cozida, é também rica em fibras, folato, cobre, ferro e zinco, e sua quantidade de proteínas é superior à de muitos outros cereais, segundo o FoodData Central. Frequentemente considerada uma proteína completa, a quinoa contém os 9 aminoácidos essenciais que o corpo não pode produzir sozinho: histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano e valina. Uma xícara de quinoa cozida, cerca de 185g, fornece quase 8g de proteínas.

8. Tofu e tempeh

O tofu e o tempeh, derivados da soja, são excelentes fontes de proteínas vegetais. O tofu contém cerca de 8g de proteínas por 100g, enquanto o tempeh fornece aproximadamente 19g. Eles também são ricos em cálcio e ferro.

9. Cereais integrais

Os cereais como aveia e trigo integral também oferecem uma quantidade razoável de proteínas. Por exemplo, uma xícara de aveia cozida contém cerca de 6g de proteínas. Eles também são ricos em fibras, o que ajuda a manter a saciedade.

10. Semente de abóbora

As sementes de abóbora são uma excelente fonte de minerais como ferro, fósforo, magnésio e zinco. Além disso, são ricas em proteínas e fibras de origem vegetal, segundo o Food Data Central. Elas podem ser adicionadas a saladas, assados, aveia, iogurtes, ou misturadas com frutas secas sem açúcar e amêndoas para um lanche mais saudável. Um quarto de xícara, aproximadamente 30g, de sementes de abóbora fornece quase 8g de proteínas. Outras sementes ricas em proteínas incluem as sementes de girassol, com 7g por porção de um quarto de xícara (cerca de 35g), e as sementes de linhaça, que fornecem 7g de proteínas por porção de um quarto de xícara (cerca de 42g).

Referências e Fontes:
– Journal Nutrients (DOI : 10.3390/nu10070952)
– Indian Journal of Gastroenterology (DOI : 10.1007/s12664-019-00937-8)
– Nutrition, Metabolism and Cardiovascular Diseases (DOI : 10.1016/j.numecd.2022.10.006)
Food Data Central
– Cleveland Clinic

Pessoas responsáveis e envolvidas na redação deste artigo:
Seheno Harinjato (Redatora do Criasaude.com.br, responsável pelos infográficos).

Data da última atualização do artigo:
21.10.2024 (primeira publicação)

Créditos das fotos:
Criasaude.com.br, Adobe Stock, © 2024 Pixabay

Crédito da infografia:
Pharmanetis Sàrl (Crisaude.com.br)

Própolis: um remédio natural com múltiplos benefícios?

A própolis é um produto da colmeia que as abelhas utilizam como uma espécie de argamassa e agente anti-infeccioso para desinfetar a colmeia. Ela é conhecida por diversas propriedades benéficas à saúde, como suas propriedades antimicrobianas e anti-inflamatórias. No entanto, a ciência nem sempre apoia a maioria das qualidades que lhe são atribuídas. O que é a própolis, quais são seus benefícios e os riscos para a saúde? O Criasaude traz um panorama sobre o tema.

O que é a própolis?

A própolis é uma substância resinosa coletada pelas abelhas a partir dos brotos e cascas de algumas árvores. As abelhas a utilizam para proteger a colmeia contra infecções e parasitas, além de tapar as rachaduras com ela. Há séculos, esse produto é coletado e utilizado de várias maneiras, inclusive no campo da saúde, pois seus adeptos a consideram um suplemento alimentar interessante devido às suas qualidades antibacterianas, antifúngicas e anti-inflamatórias. Desde a antiguidade, era utilizada em diversas aplicações, como no envernizamento de violinos e na fabricação de perfumes gregos. Naquela época, já se acreditava que a própolis podia ajudar a cicatrizar feridas, prevenir infecções ou até mesmo aliviar certos sintomas, principalmente no tratamento do câncer. A própolis é uma substância natural que contém mais de 500 compostos, entre eles polifenóis, que são nutrientes de origem vegetal que ajudam o corpo a gerenciar a inflamação e a combater o estresse oxidativo1.

Própolis: um remédio natural com múltiplos benefícios?

Do que é composta a própolis?

A composição da própolis pode variar de uma colmeia para outra, dependendo principalmente das plantas que as abelhas visitam. De maneira geral, a própolis é composta principalmente de resina e cera: cerca de 40 a 50% de resina e 25% de cera, para ser mais preciso. Ela também pode conter pólen, óleos essenciais e diversos compostos bioativos, incluindo flavonoides, ácidos fenólicos e terpenos, que as abelhas coletam e utilizam para construir e reparar suas colmeias. Esses elementos conferem à própolis suas propriedades consideradas medicinais.

Benefícios para a saúde

Existem estudos que apoiam o uso da própolis em três principais áreas: controle do diabetes tipo 2, tratamento de herpes labial e alívio dos efeitos colaterais da quimioterapia, especialmente a mucosite, que é uma inflamação das mucosas da boca.

Diabetes tipo 2

A própolis pode ter um efeito benéfico em pessoas com diabetes tipo 2. Um estudo publicado em 2019 na revista Phytotherapy Research (DOI : 10.1002/ptr.6356) sugere que a suplementação com própolis pode ser eficaz para controlar os níveis de glicemia em pacientes com diabetes tipo 2. No entanto, são necessários mais estudos para confirmar esses resultados. Outro estudo, publicado no mesmo ano no Journal of Complementary Therapies in Medicine (DOI: 10.1016/j.ctim.2019.03.001), reforça essa ideia, mostrando que o tratamento com própolis pode ser útil como suplemento alimentar para melhorar o estado glicêmico, reduzir a resistência à insulina e aumentar o estado antioxidante em pacientes com diabetes tipo 2. Este suplemento, sem efeitos colaterais, também pode aumentar a eficácia dos medicamentos prescritos contra a diabetes. Contudo, existem alternativas eficazes para o controle do diabetes, como a redução de carboidratos refinados na alimentação, a prática de exercícios físicos, a melhoria do sono e a adesão ao tratamento medicamentoso. Dessa forma, o uso da própolis pode ser uma opção complementar, mas não essencial.

Herpes labial

A própolis também pode favorecer a cicatrização de herpes labial, causado pelo vírus HSV-1. Embora o herpes labial não seja grave do ponto de vista médico, ele pode ser socialmente estigmatizante. Alguns estudos de pequena escala, com controle por placebo, sugerem que o uso de pomada à base de própolis pode reduzir o tempo de cicatrização das lesões. Um estudo publicado em 2016 na revista Phytotherapy Research (DOI: 10.1002/ptr.5605) revelou que a aplicação de própolis três vezes ao dia poderia acelerar a cicatrização do herpes labial. No entanto, isso não significa que a própolis seja o tratamento mais eficaz, pois existem antivirais em forma de comprimidos e pomadas, mais potentes e bem documentados, que podem ajudar a alcançar o mesmo objetivo.

Mucosite após quimioterapia

A própolis também pode ajudar a aliviar a mucosite bucal, um efeito colateral comum e doloroso da quimioterapia e radioterapia. Essas úlceras ou aftas na boca podem ser extremamente incômodas no contexto de uma doença grave como o câncer, e as opções de tratamento são bastante limitadas. A mucosite bucal manifesta-se por uma inflamação das mucosas da boca, resultando em vermelhidão, inchaço, dor e feridas. Embora esses sintomas sejam temporários, eles podem ser muito difíceis de suportar, levando alguns pacientes a reduzirem ou interromper o tratamento quimioterápico. Um estudo publicado em 2015 na revista Current Oral Health Reports2 confirma que algumas pessoas interrompem ou reduzem seus tratamentos de quimioterapia devido à insuportabilidade destas mucosites. O uso de própolis pode ajudar nesses casos, pois um tratamento com própolis poderia melhorar consideravelmente a qualidade de vida desses pacientes3. No entanto, a supervisão de um profissional de saúde é recomendada.

Outras utilizações

É comum ouvir que a própolis pode curar diversas questões de saúde, como dor de garganta, acne ou alergias. No entanto, não há provas suficientes para apoiar sua eficácia nesses casos.

Na prática, ela também é frequentemente usada para fortalecer o sistema imunológico, tratar infecções respiratórias, reduzir inflamações ou acalmar irritações na pele em aplicações tópicas para queimaduras, queimaduras solares ou lesões. Estudos demonstraram que a própolis pode favorecer a cicatrização de feridas ao estimular a regeneração dos tecidos4. No cuidado dental, a própolis é geralmente incorporada em cremes dentais e enxaguantes bucais devido às suas propriedades antibacterianas.

Efeitos colaterais e precauções

Embora a própolis seja uma substância natural, ela não está isenta de riscos para a saúde. Ela pode causar reações alérgicas em algumas pessoas, especialmente naquelas que são sensíveis a produtos derivados de abelhas. Recomenda-se fazer um teste de pele antes do uso tópico e consultar um profissional de saúde antes de incluir a própolis na rotina, especialmente em caso de alergias conhecidas.

Além disso, a própolis pode interagir com certos medicamentos, especialmente anticoagulantes e imunossupressores. É essencial conversar com o médico antes de utilizá-la, especialmente para quem faz uso de medicamentos.

Os efeitos da própolis em mulheres grávidas ou lactantes também não são suficientemente estudados. Recomenda-se evitar seu uso sem orientação médica prévia.

Referências e Fontes:
– Revista Phytotherapy Research (DOI : 10.1002/ptr.6356) – (DOI : 10.1002/ptr.5605)
Journal Complementary Therapies in Medicine (DOI : 10.1016/j.ctim.2019.03.001)
– Revista Current Oral Health Reports
– Cleveland Clinic

7 alimentos ricos em vitamina B3

A vitamina B3, também conhecida como niacina, é um nutriente essencial em muitas funções biológicas do corpo1. A niacina é um nutriente que deve ser consumido através dos alimentos, porque o corpo não consegue sintetizá-lo nem o armazenar. Devido ao seu papel no metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas, participa na conversão de nutrientes em energia. A niacina também ajuda a manter a hidratação da pele e a proteger contra os danos do sol. Também lhe são atribuídas outras funções como a manutenção da saúde cerebral, a participação na síntese de neurotransmissores ou mesmo na regulação do colesterol.

A ingestão nutricional recomendada de vitamina B3 é de aproximadamente 16 mg por dia para os homens e de 14 mg por dia para as mulheres, o que é suficiente para atender às necessidades de cerca de 98% dos adultos2. Aqui estão 7 alimentos ricos em vitamina B3 para te ajudar a consumir o suficiente.

1. Fígado

O fígado é um dos melhores fornecedores de niacina. Uma porção de 100g de fígado de boi, vitela e cordeiro, refogado ou cozido, fornece entre 17 a 22mg de vitamina B33. Este alimento particularmente nutritivo também contém outros elementos como ferro, colina, vitamina A e outras vitaminas do complexo B.

7 alimentos ricos em vitamina B3

2. Atum

O atum não é apenas rico em ácidos graxos ômega-3, mas também em niacina. Uma porção de 100g de atum fornece cerca de 22mg de vitamina B3, o que corresponde a quase 110% das necessidades diárias recomendadas. Pessoas que não consomem carne, mas que podem comer peixe, podem incluir o atum em sua dieta. Vale ressaltar que o atum também é rico em proteínas, selênio e vitaminas B6 e B12. Consumir uma lata de atum por semana não apresenta risco de toxicidade por bioacumulação de mercúrio, como às vezes é alegado em relação ao atum4.

3. Frango

O frango, especialmente pedaços como o peito ou fígado, é uma excelente fonte de niacina. Uma porção de 100g de frango cozido contém cerca de 13,4mg de vitamina B3. Além disso, o peito de frango é rico em proteínas magras, tornando-se uma ótima opção para dietas hipocalóricas e hiper proteicas.

4. Amendoins

Os amendoins oferecem uma excelente fonte vegetal de niacina. Uma porção de 100g fornece cerca de 12mg de vitamina B3. Além disso, eles são ricos em gorduras saudáveis, proteínas, vitamina E e B6, magnésio, fósforo e manganês. Embora sejam relativamente calóricos, estudos mostram que o consumo diário de amendoins pode ser benéfico para a saúde, como a redução do risco de diabetes tipo 25. Além disso, o consumo diário de amendoins não leva ao ganho de peso6.

5. Salmão

O salmão é uma excelente fonte de vitamina B3 e ácidos graxos ômega-3, especialmente o salmão selvagem. Uma porção de 100g de salmão contém cerca de 8mg de niacina. Além disso, é uma boa fonte de proteínas e vitamina D. O salmão é também uma rica fonte de minerais, incluindo cálcio, fósforo, magnésio e potássio.

6. Carne de porco

A carne de javali e de porco magro, como o filé ou as costeletas, tem um alto teor de niacina. Os rins de porco são especialmente ricos em vitamina B3, com cerca de 6mg por porção de 100g de porco cozido. Além de serem ricos em proteínas e vitaminas, os rins contêm poucas gorduras e carboidratos. No entanto, como esse alimento é calórico e rico em colesterol, é recomendável consumi-lo de forma ocasional.

7. Abacate

Um abacate médio contém cerca de 3,5mg de niacina. Os abacates também são ricos em fibras, gorduras saudáveis e várias vitaminas e minerais, como o potássio. Devido ao seu conteúdo de gorduras monoinsaturadas, eles podem ajudar a reduzir o risco de doenças cardíacas quando consumidos regularmente7.

Referências e Fontes
Journal Annals of Nutrition and Metabolism (DOI : 10.1159/000343103), Journal Advances in Nutrition (DOI : 10.3945/an.115.011239), National Nutrient Database for Standard Reference, Environmental Research (DOI : 10.1016/j.envres.2015.04.019), JAMA (DOI : 10.1001/jama.288.20.2554), International journal of obesity and related metabolic (DOI : 10.1038/sj.ijo.0802050), Current Atherosclerosis Reports (DOI : 10.1007/s11883-016-0597-y).

Pessoas responsáveis e envolvidas na elaboração deste dossiê:
Seheno Harinjato (Redatora do Criasaude.com.br, responsável pelos infográficos).

Data da última atualização deste artigo:
02.11.2024 (primeira publicação)

Créditos fotográficos:
Criasaude.com.br, Adobe Stock, © 2024 Pixabay

Créditos infográficos:
Pharmanetis Sàrl (Criasaude.com.br)

Lúpus: Como viver melhor através da alimentação

Lúpus é uma doença autoimune que pode afetar diferentes órgãos e causar uma variedade de sintomas. Embora ainda não tenha cura, existem diversos tratamentos que ajudam a controlar os sintomas e reduzir os impactos negativos na saúde e no dia a dia. Manter um estilo de vida saudável, incluindo uma alimentação equilibrada, é um grande aliado no manejo da doença.

Para esclarecer dúvidas sobre qual a melhor alimentação e suplementação para pessoas que convivem com lúpus, o Criasaude conversou com a nutricionista Dra. Liz Helena, formada em Nutrição e pós-graduada em Adequação Nutricional e Manutenção da Homeostase. Ela é criadora do Protocolo de Alimentação Autoimune, voltado para o controle de inflamações e a promoção do equilíbrio do organismo. Além disso, Liz convive com o lúpus, o que traz uma perspectiva prática e sensível às necessidades dos pacientes.

O que é Lúpus?

Lúpus é uma doença autoimune crônica em que o sistema imunológico ataca tecidos saudáveis do próprio corpo, confundindo-os com ameaças externas. Isso pode causar inflamação em diversos órgãos, como pele, articulações, rins e coração. Apesar de poder afetar várias partes do corpo, em muitos casos os sintomas são localizados em um único órgão.

Os sinais de lúpus são variados, incluindo fadiga extrema, dores musculares, lesões na pele, febre e, em casos graves, comprometimento de órgãos vitais. Essa diversidade de sintomas exige tratamentos personalizados que combinem medicamentos, cuidados físicos e suporte nutricional.

O papel da alimentação

Embora não exista uma dieta única para todas as pessoas com lúpus, a alimentação desempenha um papel crucial no manejo da doença. Alguns alimentos ajudam a reduzir a inflamação e melhorar a imunidade, enquanto outros podem agravar os sintomas.
Em geral, uma alimentação funcional e anti-inflamatória, rica em alimentos naturais, com baixo teor de açúcar, evitando soja e farinhas brancas beneficia a maioria das pessoas com lúpus, é o que recomenda a Dra. Liz Helena.

Alimentos a evitar

  • Ultraprocessados e gordurosos. Alimentos industrializados com alto teor de gorduras saturadas, sódio e aditivos químicos aumentam os níveis de inflamação no corpo, piorando os sintomas.
  • Glúten, leite animal e açúcar refinado. Esses alimentos podem ser altamente inflamatórios para muitas pessoas com lúpus, especialmente aquelas com maior sensibilidade intestinal.

A Dra. Liz Helena enfatiza que a retirada de alimentos inflamatórios deve ser feita sob orientação de um profissional de saúde qualificado. “A restauração da imunidade intestinal é fundamental para melhorar a resposta imunológica. No entanto, esse processo pode desencadear reações iniciais mais intensas, o que exige acompanhamento”, explica.

Alimentos anti-inflamatórios

Alimentos anti-inflamatórios são ricos em nutrientes como ômega-3, polifenóis, flavonoides e vitaminas essenciais.

Incorporá-los na rotina é mais simples do que parece, aqui estão algumas dicas da Dra. Liz Helena:

Lúpus: Como viver melhor através da alimentação

Esses pequenos ajustes ajudam a combater inflamações crônicas, promovendo alívio dos sintomas.

Um estudo publicado em 2019 na Critical Reviews in Food Science and Nutrition, mostrou que o ômega-3 ajuda a reduzir a inflamação, a disfunção endotelial e o estresse oxidativo. Este mesmo estudo, demonstrou o efeito da curcuma em reduzir a destruição e perda de proteínas e de células do sangue, além de reduzir a pressão sanguínea1.

Suplementação: quando e por quê?

Suplementação pode ser uma ferramenta importante no tratamento do lúpus, especialmente porque muitos pacientes enfrentam deficiências nutricionais específicas.

A deficiência de vitamina D é comum em pessoas com lúpus devido à baixa exposição solar. Outras suplementações úteis incluem:

Glutamina: Para fortalecer a barreira intestinal e reduzir inflamações;

Ômega-3: Reconhecido por suas propriedades anti-inflamatórias2;

Ferro e zinco carnosina: essenciais para o metabolismo e a saúde celular.

A Dr.Liz Helena ressalta que exames laboratoriais são indispensáveis para avaliar as necessidades de cada paciente, garantindo a segurança e eficácia dos suplementos. Outro cuidado muito importante é a saúde intestinal, por ser responsável pela absorção dos nutrientes e por poder gerar inflamações crônicas no organismo.

A arte da substituição

Um dos maiores desafios relatados por pacientes é abrir mão de alimentos que fazem parte da alimentação tradicional. Liz conta que, no início, teve dificuldade em retirar glúten e derivados do leite, enfrentando recaídas que pioraram os sintomas. Foi então que ela descobriu a “Arte da Substituição”:

“Entendi que mudar não é abrir mão, mas substituir. Por exemplo, troquei o leite animal por leites vegetais e os pães tradicionais por versões sem glúten. Essa mudança foi libertadora e transformou minha relação com a comida.”

A importância de um estilo de vida integrado

Embora ajustes alimentares sejam poderosos, a Dr.Liz Helena enfatiza que prevenir ou minimizar crises de lúpus exige uma abordagem multidimensional. “Somente a alimentação não é suficiente. É preciso cuidar da saúde mental, manter atividade física leve, seguir o tratamento médico e adotar hábitos saudáveis”, recomenda.

Além disso, a nutricionista compartilha sua melhor dica para quem enfrenta o lúpus:

“Compreenda que, muitas vezes, o seu ritmo será diferente. Isso não significa que você é menos capaz. Encontre seus motivos para avançar e não desista de si mesma. Tome as rédeas do seu tratamento e viva com coragem.”

Por um dia a dia melhor

O manejo do lúpus é desafiador, mas estratégias como a adoção de uma alimentação funcional, suplementação adequada e suporte emocional podem transformar a vida da pessoa. Lembre-se de sempre buscar orientação profissional antes de fazer mudanças na alimentação ou iniciar suplementações. Com equilíbrio e determinação, é possível viver bem com lúpus e superar os desafios da doença.

Referências e fontes
– ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Brasil)
– Pubmed

Redação
Adriana Sumi (farmacêutica)

Conheça os benefícios e usos do carvão ativado

O carvão ativado já é um velho conhecido no tratamento de intoxicações, seja de envenenamentos, overdose de drogas, medicamentos ou intoxicações alimentares. Seu efeito desintoxicante ocorre devido à capacidade de se ligar a substâncias, evitando sua absorção no organismo.

Nos últimos tempos, o carvão ativado tem ganhado popularidade, prometendo benefícios como a redução de colesterol, emagrecimento, eliminação de gases, clareamento dental e até cura de ressacas. No entanto, esses usos são realmente seguros? Existem evidências científicas que comprovam sua eficácia?

Nós do Criasaude mergulhamos a fundo nas pesquisas científicas para trazer as informações mais confiáveis a respeito do carvão ativado.

O que é o carvão ativado?

O carvão ativado, ou carvão vegetal ativado, não é o mesmo que o carvão usado em churrascos. Embora ambos possam ter como base madeira ou coco, o carvão de churrasco contém substâncias tóxicas e não passa pelo mesmo tratamento que o carvão ativado.

O carvão ativado é submetido a altas temperaturas e um tratamento com oxigênio, o que diminui seu tamanho, aumenta sua porosidade e área de superfície. O resultado é um pó preto altamente poroso e com carga negativa, que se liga a diversas substâncias, como toxinas e gases1.

Como o carvão ativado age em nosso organismo?

O carvão ativado não é absorvido pelo nosso organismo, ele age ligando-se a substâncias (toxinas, bactérias, etc) líquidas ou gasosas que estão em nosso trato gastrointestinal (estômago e intestino), eliminando-as através das fezes antes que elas sejam absorvidas por nosso organismo2.

Embora muitas toxinas tenham sua absorção diminuída na presença de carvão ativado, algumas substâncias, como álcool, metais (ferro e lítio), eletrólitos (magnésio, potássio, sódio) e ácidos ou bases, não se ligam bem a ele.
O que é positivo no caso de eletrólitos, pois o organismo precisa absorvê-los para funcionar adequadamente3.

Usos do carvão ativado

O carvão ativado tem potenciais benefícios para a saúde e o meio ambiente. No entanto, muitos estudos que embasam seu uso são antigos e requerem revisão, e alguns resultados são controversos, portanto, devemos tomar cuidado com indicações de internet.

O uso do carvão ativado para ingestão deve ser sempre acompanhado por especialistas (equipe médica ou profissionais de saúde qualificados).

Tratamento de intoxicação

O carvão ativado é usado desde os anos 1800 para tratar envenenamento e overdose, pois pode se ligar a uma variedade de drogas, reduzindo seus efeitos. Ele é mais efetivo quando utilizado imediatamente (até 1h) após a ingestão da substância tóxica, mas ainda é eficaz quando utilizado em até 4 horas. Apesar de ser a substância mais utilizada em casos de intoxicação, não é recomendada para todas as situações, como intoxicações por álcool ou metais pesados. O uso deve ser sempre supervisionado por profissionais de saúde4.

Além de diminuir a absorção de drogas, alguns estudos indicam que o carvão ativado pode ainda ajudar na eliminação de drogas e medicamentos já absorvidos ou administrados intravenosamente5.

Tratamento de diarreias

A diarreia pode ser causada por infecções, síndrome do intestino irritável, uso de medicamentos e outras condições. Na maioria das vezes, não requer tratamento, mas em casos mais graves, o carvão ativado pode ajudar a eliminar substâncias e toxinas causadoras, além de aliviar os desconfortos6.

Alívio de gases intestinais

A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Brasil), reconhece seu efeito na absorção de gases7, porém não há uma indicação específica para gases intestinais.

A opinião de especialistas diverge em relação a sua eficácia para esse fim. Na opinião do médico de emergência Dr. Seth Podolsky existem outros remédios que são mais seguros e melhor tolerados a longo prazo para tratar casos de gases e estufamento8. Já a nutricionista Lori Chong da Medicina Familiar e Medicina Integrativa da Ohio State University recomenda o uso do carvão ativado para diminuição de gases em casos específicos e sempre com o acompanhamento médico do tratamento9.

Os estudos científicos mais antigos dizem que o carvão ativado não tem efeito em diminuir os gases intestinais10. Já os estudos mais recentes, como o de 2020, apontam para sua eficácia na diminuição dos gases intestinais11.

Portanto, apesar de ainda serem necessários mais estudos, é possível dizer que o carvão ativado pode ser utilizado para diminuir gases intestinais, mas não são para todas as pessoas ou qualquer situação. Seu uso sempre deve ser feito sob acompanhamento de especialistas.

Pode reduzir o colesterol

Pesquisas sugerem que o carvão ativado pode reduzir os níveis de colesterol total e LDL ao se ligar ao colesterol no intestino, prevenindo sua absorção. No entanto, esses estudos são antigos e mais pesquisas são necessárias para validar esses resultados12.

Um dos estudos ainda aponta para um aumento da síntese de colesterol após o tratamento com carvão ativado, provavelmente causado pela interferência com a circulação enteral hepática dos ácidos biliares13.

As agências reguladoras de medicamentos do Brasil (ANVISA) e Estados Unidos (FDA), não possuem aprovação para o uso do carvão ativado para esse fim.

Outros possíveis usos do carvão ativado

Pode auxiliar na função renal, especialmente em pessoas com doença renal crônica. O carvão ativado pode promover a função renal ao reduzir o número de resíduos que os rins precisam filtrar, sendo benéfico para pessoas com doença renal crônica14.

Pode auxiliar na Síndrome do odor de peixe (trimetilaminúria). O carvão ativado pode ajudar a reduzir odores desagradáveis em pessoas com trimetilaminúria (TMAU), uma condição genética que causa acúmulo de trimetilamina (TMA), substância com cheiro de peixe podre, no corpo15.

Branqueamento dos dentes. Não há estudos que comprovem o efeito do carvão ativado para o branqueamento dos dentes16. Alguns estudos até apontam para sua ineficácia ou risco de desgaste do esmalte dental17.

Prevenção de ressaca. O carvão ativado é às vezes considerado um remédio para ressaca. No entanto, essa substância não absorve o álcool de forma eficaz, tornando esse benefício muito improvável18.

Emagrecimento. Não há estudos científicos que embasam o uso do carvão ativado para esse fim.

Curativo de feridas e tratamentos para pele. A aplicação do carvão ativado na pele é mencionada como um tratamento para acne, caspa e picadas de insetos ou cobras. No entanto, quase não há evidências que sustentem essas afirmações19. Mas existem indicações do seu possível uso combinado com prata coloidal em curativos de feridas,20.

Eliminar poluentes da água e ar. Em relação ao meio ambiente ele pode ser aplicado no controle da emissão de gases poluentes e no tratamento de águas ( residuais e para consumo), removendo substâncias tóxicas como inseticidas, herbicidas, metais pesados e fenóis21.

Segurança, riscos e efeitos adversos

O carvão ativado é geralmente seguro, mas pode causar reações adversas raras, como língua e fezes pretas, vômitos, diarreia e constipação. Ele também pode interagir com medicamentos, diminuindo sua eficácia, por isso é fundamental consultar um médico antes do uso22.

A Academia Americana de Toxicologia Clínica desaconselha seu uso em casos de sangramentos ou perfurações no trato gastrointestinal. Quando usado como antídoto, deve ser administrado apenas a pessoas conscientes, pois pode entrar nos pulmões se a pessoa estiver sonolenta ou vomitar.

Formas farmacêuticas

O carvão ativado está disponível em diversas formas, incluindo pó, comprimidos e cápsulas, além de adicionado em cosméticos e pasta de dente. Ele também pode ser encontrado em formas não farmacêuticas, como alimentos e filtros de água e ar.

Referências e fontes:
– European Scientific Journal
– ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Brasil)
– Pubmed
– Jornal da USP

Redação:
Adriana Sumi (farmacêutica)

Data da última atualização do artigo:
30.10.2024 (primeira publicação)

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CBD e THC no tratamento da dor

O canabidiol (CBD) e o tetraidrocanabinol (THC) são duas moléculas ativas presentes na cannabis. Elas têm atraído a curiosidade de pesquisadores por seus potenciais efeitos terapêuticos, especialmente como analgésicos. No entanto, esses dois componentes não parecem agir da mesma forma no organismo. O THC é reconhecido por seus efeitos psicoativos, responsáveis pela sensação de euforia provocada pela planta, enquanto o CBD está mais associado a efeitos terapêuticos sem causar o “high”, ou seja, uma intoxicação que pode alterar o estado mental. Mas como é a utilização do CBD e do THC como analgésicos, considerando que ainda existem incertezas e controvérsias?

O THC

O tetraidrocanabinol (THC) atua principalmente ligando-se aos receptores canabinoides no cérebro, especialmente os receptores CB1. Essa interação modifica a liberação de neurotransmissores e afeta várias funções cerebrais, como a percepção da dor, o humor e a memória. Devido a essas propriedades, o THC também é utilizado para aliviar a dor, estimular o apetite em pacientes com doenças como câncer ou HIV, e reduzir náuseas causadas por tratamentos de quimioterapia. O THC também pode ajudar a diminuir espasmos musculares em condições como a esclerose múltipla. No entanto, seu uso expõe o paciente a uma série de efeitos colaterais, incluindo problemas de memória, alterações na percepção e riscos de dependência. Por causa desses efeitos, o THC geralmente é usado sob supervisão médica em contextos específicos, e sua legalidade varia conforme as legislações locais.

Uma revisão sistemática avaliou a eficácia do THC no manejo da dor crônica e encontrou evidências substanciais apoiando seu uso. Um dos estudos que podemos citar nesse campo foi publicado no Journal of Pain and Symptom Management (DOI: 10.1016/j.jpain.2013.01.007)1, que demonstrou que o THC pode reduzir significativamente a dor neuropática. Os pesquisadores também observaram que os participantes tratados com THC apresentaram uma redução da dor em comparação com aqueles que receberam placebo. Os resultados mostraram que o THC tem efeitos analgésicos significativos e melhora a qualidade de vida dos pacientes, especialmente ao reduzir a dor e melhorar o sono.

CBD e THC no tratamento da dor

O CBD

O canabidiol (CBD) é um dos muitos compostos canabinoides presentes na cannabis (Cannabis sativa), também conhecida como maconha. Ao contrário do tetraidrocanabinol (THC), o CBD não afeta o estado mental ou a percepção. Ele atua principalmente no sistema endocanabinoide, uma rede complexa de receptores e neurotransmissores presentes no corpo humano, que regula várias funções fisiológicas, incluindo o humor e a resposta ao estresse.

O CBD é conhecido por suas propriedades anti-inflamatórias, ansiolíticas e analgésicas. Ele é utilizado para aliviar várias condições, como ansiedade, dor crônica, epilepsia e alguns distúrbios neurológicos, como a esclerose múltipla. Também está sendo estudado por seus potenciais efeitos no tratamento da acne e de distúrbios do sono. O CBD age por meio dos receptores CB1, localizados principalmente no sistema nervoso central, e dos receptores CB2, presentes nos órgãos periféricos e nas células do sistema imunológico. Ao modificar a liberação de neurotransmissores e outras substâncias químicas, o CBD ajuda a acalmar o sistema nervoso central e a reduzir a inflamação e a ansiedade, fatores associados à dor.

Os efeitos colaterais do CBD são geralmente leves e podem incluir náuseas, fadiga ou alterações no apetite. Ao contrário do THC, o CBD não provoca euforia ou mudanças na percepção. Apesar de não possuir os efeitos psicoativos do THC, o CBD também foi estudado por suas propriedades analgésicas.

Um estudo descritivo sobre o uso de canabidiol (CBD) para aliviar a dor, publicado em 2023, mostrou uma redução da dor após o uso de CBD2.Entre os participantes que receberam tratamento para a dor, 53% relataram uma diminuição no uso de analgésicos após começarem a utilizar CBD. Além disso, nos cuidados paliativos, o cannabis e os canabinoides podem ser considerados como um tratamento adjuvante para dores relacionadas ao câncer quando opioides ou outros analgésicos estabelecidos são insuficientes, de acordo com o Journal of Cachexia, Sarcopenia and Muscle3.Medicamentos à base de cannabis também podem ser considerados como uma terceira linha de tratamento para dores neuropáticas crônicas. De fato, alguns estudos, como o publicado na revista médica Current Pain and Headache Reports4, demonstraram evidências modestas de sua eficácia em dores neuropáticas, especialmente na neuropatia diabética, dor central e neuropatia associada ao HIV. Mais especificamente, existem evidências clínicas limitadas sobre o uso de cannabis medicinal e nabiximols, mas não de dronabinol ou nabilona, para dores neuropáticas crônicas.

Limitações e controvérsias

Embora os efeitos analgésicos do CBD e do THC sejam reconhecidos por alguns estudos, outras publicações ainda levantam dúvidas quanto ao uso farmacêutico desses compostos contra a dor. Um artigo publicado na Revue Médicale Suisse em junho de 20155 aponta uma eficácia limitada e um benefício clínico modesto em relação ao seu uso para dores crônicas. O artigo também destaca que o perfil de interações medicamentosas desses compostos ainda é pouco documentado, e que é necessário entender melhor os mecanismos subjacentes ao seu efeito analgésico. Assim, as evidências ainda são insuficientes para promover um medicamento específico à base de cannabis, já que não foram realizadas comparações diretas entre diferentes medicamentos à base de cannabis ou fitocanabinoides no tratamento da dor.

CBD e THC no tratamento da dor

Referências e fontes:
– Journal of Pain and Symptom Management (DOI :10.1016/j.jpain.2013.01.007 )
– Journal of Cachexia, Sarcopenia and Muscle (DOI : 10.1002/jcsm.12273)
– Revista médica Current Pain and Headache Reports (DOI: 10.1007/s11916-018-0658-8)

Pessoas responsáveis e envolvidas na elaboração deste artigo:
Seheno Harinjato (Redatora do Criasaude.com.br, responsável pelos infográficos).

Data da última atualização do artigo:
07.11.2024 (primeira publicação)

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7 fatos sobre a dopamina

A dopamina é um neurotransmissor produzido pelo sistema nervoso. Ela influencia muitos aspectos do nosso comportamento e saúde, mas é essencialmente conhecida por seu papel como “centro de recompensa”. Ou seja, quando vivenciamos uma experiência agradável ou gratificante, o cérebro libera dopamina, criando assim uma sensação de prazer e satisfação, daí o seu outro nome que é “molécula do prazer”1.

Dada suas funções, a falta de dopamina pode tornar certos estímulos sem resposta, levando à apatia, à diminuição da concentração ou à perda de motivação. Outras consequências, como fadiga e lapsos de memória, também podem aparecer. Alguns alimentos favorecem a liberação de dopamina. Esse é o caso dos alimentos ricos em tirosina, um precursor da dopamina, como as bananas e os abacates, que ajudam a aumentar os níveis de dopamina. Aqui estão 7 fatos para se conhecer sobre a dopamina e suas diversas funções ligadas à memória, ao movimento, à motivação, ao humor, à atenção e à cognição.

1. Ativação do circuito de recompensa

A dopamina é frequentemente associada ao sistema de recompensa do cérebro. Ela é liberada durante atividades prazerosas, proporcionando um influxo de prazer. A busca por esse prazer despertará posteriormente o desejo de continuar esse comportamento que provoca a liberação de dopamina. Seja comendo, bebendo ou praticando qualquer atividade, os centros cerebrais envolvidos no prazer e na recompensa são ativados assim que surgem estímulos agradáveis, tornando-os desejáveis.

7 fatos sobre a dopamina

2. Impacto na motivação

De acordo com um artigo da Cleveland Clinic2, a dopamina deixa você feliz e promove a motivação. Segundo um estudo publicado na revista Neuron3, os neurônios dopaminérgicos são bem conhecidos por suas fortes respostas às recompensas e por seu papel essencial na motivação positiva. Na verdade, a dopamina atua antes mesmo de obtermos recompensas. Nos leva a agir, seja para obter algo bom ou para evitar algo ruim. Um artigo publicado online pela Vanderbilt University4mostra que as pessoas dispostas a trabalhar duro tinham níveis mais elevados de dopamina no corpo estriado e no córtex pré-frontal, duas áreas do cérebro conhecidas por terem impacto na motivação e na recompensa.

3. Influência no movimento

A dopamina também desempenha um papel essencial no controle do movimento. A doença de Parkinson, por exemplo, é caracterizada pela degeneração dos neurônios dopaminérgicos, levando a problemas motores.

4. Regulação do humor

As flutuações da dopamina também podem estar relacionadas a mudanças no humor. Muitos argumentos neuroquímicos e farmacológicos demonstram que a dopamina e outras monoaminas, como a serotonina, desempenham funções importantes na regulação do humor e das emoções, estando envolvidas em doenças psiquiátricas como a esquizofrenia e a depressão. Estudos realizados em animais e em seres humanos também mostraram a implicação do sistema dopaminérgico no circuito de recompensa e as disfunções desses dois sistemas em várias patologias psiquiátricas graves, incluindo a esquizofrenia, dependências de drogas e transtornos do humor5.

Além disso, a dopamina também influencia o sono. Níveis adequados de dopamina são necessários para regular os ciclos de sono. Desequilíbrios dopaminérgicos podem, portanto, perturbar o sono, enquanto a falta de sono pode agravar os distúrbios de humor.

5. Relação com transtornos psiquiátricos

Níveis anormais de dopamina estão associados a diversos transtornos mentais, como a esquizofrenia e a depressão. A hiperdopaminergia seria um fator chave na esquizofrenia. Um estudo publicado online em 2020 pela Cochrane Database of Systematic Reviews (DOI: 10.1002/14651858.CD008016) parte do contexto de que os sintomas e sinais da esquizofrenia estão relacionados a níveis elevados de dopamina em áreas específicas do cérebro (sistema límbico). Por isso, os medicamentos antipsicóticos ajudam a bloquear a transmissão de dopamina no cérebro, reduzindo assim os sintomas agudos desse transtorno.

6. Interação com as funções cognitivas

A dopamina também está envolvida em funções cognitivas como atenção e memória. Ela desempenha um papel na tomada de decisões. Níveis desequilibrados de dopamina podem levar a problemas de motivação, como a apatia observada em síndromes depressivas, por exemplo. Além disso, a dopamina parece estar envolvida na eficiência da memória de trabalho, uma função que permite manter e mobilizar uma pequena quantidade de informações na memória pelo tempo necessário para processá-las. Essencial no dia a dia desde a infância, essa memória permite, por exemplo, reter uma instrução até que seja aplicada ou, para os mais velhos, lembrar um número de telefone até anotá-lo.

7. Implicação na dependência

A dopamina está fortemente envolvida nos mecanismos de dependência. Um estudo publicado em 2007 na revista Archives of Neurology (DOI: 10.1001/archneur.64.11.1575) mostra que os efeitos reforçadores das drogas em seres humanos dependem não apenas do aumento da dopamina no estriado dorsal, que é uma pequena estrutura nervosa situada sob o córtex cerebral, mas também da velocidade desse aumento. Assim, quanto mais rápida for a elevação dos níveis de dopamina, mais intensos serão os efeitos reforçadores. Os resultados também demonstraram que níveis elevados de dopamina no estriado dorsal estão envolvidos na motivação para obter a droga quando uma pessoa dependente é exposta a estímulos associados à droga ou a estímulos condicionados. Por outro lado, o uso prolongado de drogas parece estar associado a uma diminuição da função dopaminérgica. Algumas drogas, como a cocaína e as anfetaminas, agem aumentando a liberação de dopamina ou inibindo sua recaptação.

7 fatos sobre a dopamina

Referências e fontes:
– Instituto do Cérebro e da Medula Espinhal (Institut du Cerveau et de la Moelle épinière)
– Cleveland Clinic
– Artigo publicado online pela Vanderbilt University
– Journal of Neuroscience
– Journal Neuron (DOI: 10.1016/j.neuron.2010.11.022)
– Estudo publicado online em 2020 pela Cochrane Database of Systematic Reviews (DOI: 10.1002/14651858.CD008016)
– Revista Archives of Neurology (DOI: 10.1001/archneur.64.11.1575)

Pessoas responsáveis e envolvidas na elaboração deste artigo:
Seheno Harinjato (Redatora do Criasaude.com.br, responsável pelos infográficos).

Data da última atualização do artigo:
07.11.2024 (primeira publicação)

Créditos fotográficos:
Criasaude.com.br, Adobe Stock, © 2024 PixabayCréditos dos infográficos:
Pharmanetis Sàrl (Crisaude.com.br)

7 coisas para saber sobre clareamento dental

O sorriso é um dos nossos principais cartões de visita, e dentes brancos costumam ser sinônimo de saúde e beleza. Ao longo do tempo, é comum que os dentes fiquem amarelados ou manchados devido à idade, hábitos alimentares e outros fatores. Para reverter isso, muitas pessoas recorrem ao clareamento dental, um procedimento que se tornou bastante popular. Mas será que é seguro e eficaz?

Entrevistamos o dentista Dr. José Francisco Lopes Caccere (CRO 16214), clínico geral pela Faculdade de odontologia de Bauru – USP, para esclarecer as controvérsias em torno do clareamento dental e fornecer dicas importantes para aumentar sua eficácia.

7 coisas para saber sobre clareamento dental

Por que os dentes escurecem?

Nossos dentes são compostos por três camadas principais: esmalte, dentina e polpa. O esmalte é a camada externa, translúcida, enquanto a dentina, que fica logo abaixo, é amarelada. Com o tempo, o desgaste do esmalte expõe mais da dentina, deixando os dentes com um aspecto mais escuro. Além disso, o consumo de alimentos e bebidas com pigmentos fortes, como café, vinho, sucos com corantes, molhos em excesso e refrigerantes, pode manchar os dentes. Além do tabaco (cigarro), que também contribui para o amarelamento dos dentes.

Fatores genéticos, condições de saúde, uso de certos medicamentos e traumas nos dentes também podem causar mudanças na cor.

1. A busca por dentes “hiper brancos”

Atualmente, há uma tendência crescente de dentes extremamente brancos, muitas vezes vistos em celebridades e jogadores de futebol, que impulsiona a procura por tratamentos mais intensos de branqueamento dental, afirma o Dr. Caccere. Esse “branco de cinema” vai além do tom natural dos dentes, e é importante ponderar sobre a segurança e necessidade desse tipo de clareamento.

2. Como funciona o clareamento dental?

Existem dois tipos principais de clareamento: o caseiro supervisionado e o feito em consultório. Ambos utilizam substâncias como peróxido de carbamida ou peróxido de hidrogênio, que clareiam os dentes ao liberar oxigênio, quebrando as moléculas que causam manchas.

No clareamento caseiro supervisionado, o dentista confecciona uma moldeira personalizada e fornece um gel clareador de baixa concentração para ser usado em casa. O tratamento dura entre duas semanas e um mês e meio, com o uso diário da moldeira por uma ou duas horas. Este método é mais gradual, mas pode ser mais confortável para pessoas com sensibilidade dental, permitindo ajustes como a redução do tempo de exposição ao gel.

O clareamento em consultório, envolve a aplicação de um gel clareador de maior concentração pelo dentista. Cada sessão dura cerca de 40 a 50 minutos, e o resultado costuma ser mais rápido e intenso do que no clareamento caseiro. Esse método é preferível para casos de retração gengival, segundo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo1.

3. E os produtos de farmácia?

Há várias opções disponíveis nas farmácias, como fitas de clareamento, cremes dentais e enxágues. Esses produtos também contêm agentes clareadores, mas em concentrações mais baixas do que as usadas em uma cirurgia odontológica ou no clareamento caseiro supervisionado. A maioria usa peróxido, embora alguns produtos novos usem os chamados produtos naturais ou orgânicos (PAP ou ácido ftalimidoperoxicapróico, bem como hidroxiapatita). O PAP funciona visando às estruturas moleculares que causam a descoloração e quebrando-as sem danificar o esmalte. Em geral, não é possível ver resultados em curto prazo com os derivados de peróxido, mas em longo prazo pode haver algum efeito. No entanto, precisa ter cuidado com os produtos mais abrasivos, que desgastam o esmalte do dente se usados em excesso, explica o Dr. Caccere.

4. É seguro fazer clareamento dental?

Em geral, o clareamento dental é seguro quando realizado sob supervisão de um dentista. No entanto, efeitos colaterais como sensibilidade dental e irritação nas gengivas são comuns. Além disso, o clareamento não é recomendado para certos grupos, como mulheres grávidas ou lactantes, menores de 10 anos ou pessoas com alergia ao peróxido de hidrogênio.

5. Quem tem sensibilidade nos dentes, pode fazer clareamento?

É possível fazer o clareamento dos dentes mesmo quando a pessoa já tem sensibilidade. No entanto, é importante adotar algumas estratégias para minimizar a sensibilidade, especialmente no clareamento caseiro. Isso inclui reduzir o tempo de uso da moldeira, diminuir a concentração do gel ou usar um gel dessensibilizante, mas tudo isso seu dentista poderá recomendar conformo for necessário. Além disso, evitar alimentos ácidos, como abacaxi, limão e refrigerantes, pode ajudar a controlar a sensibilidade durante o tratamento. Converse com seu dentista para investigar as possibilidades.

6. Cuidados antes e depois do clareamento

Antes de iniciar qualquer procedimento clareador, é fundamental que o paciente esteja com a saúde bucal em dia. Isso significa realizar uma limpeza profissional, tratar cáries e qualquer doença gengival. O procedimento não é recomendado para dentes com cáries ativas ou gengivites.

Após o tratamento, manter uma boa higiene bucal é essencial para garantir que os dentes fiquem brancos por mais tempo. Isso envolve escovar os dentes duas vezes ao dia, usar fio dental e evitar alimentos e bebidas que mancham, como café, vinho e cigarros, que aceleram o processo de escurecimento.

7. Alternativas caseiras funcionam?

Métodos alternativos, como o uso de carvão ativado, vinagre de maçã ou óleo de coco, são populares online, mas os dentistas são claros: não há comprovação científica de que esses métodos sejam eficazes. Produtos como o carvão ativado e bicarbonato podem até remover manchas superficiais, mas são abrasivos e podem desgastar o esmalte dos dentes com o tempo, levando a maior sensibilidade e danos permanentes.

Um estudo publicado em 2022, sugere que produtos naturais como cúrcuma e casca de banana podem, na verdade, causar amarelamento com o uso prolongado, e o carvão ativado pode aumentar a rugosidade nos dentes, resultando em manchas ainda mais intensas2.

Considerações finais

O clareamento dental é uma opção eficaz para quem deseja um sorriso mais branco, mas é importante lembrar que ele não substitui uma boa higiene bucal e visitas regulares ao dentista para procedimentos de prevenção (limpeza de tártaro e polimento). Se você está pensando em clarear os dentes, é essencial consultar um profissional para escolher o método mais adequado e minimizar os possíveis efeitos colaterais. Com cuidados contínuos e as orientações corretas, é possível manter um sorriso bonito e saudável por muito tempo.

Fontes e referências
Artigo em inglês da Cleveland Clinic: Are Teeth Whiteners Safe and Worth Trying?, de 15 de julho de 2024.
Artigo em inglês da Cleveland Clinic: Brighten Your Smile: How To Get Whiter Teeth, de 11 de julho de 2024.

Redação
Adriana Sumi (farmacêutica)

Data da primeira publicação:
24.09.2024

7 classes de alimentos ricos em ferro

O ferro é um dos oligoelementos mais essenciais para o corpo. Uma queda nos níveis de ferro pode reduzir a capacidade física e intelectual. Sua principal função é transportar oxigênio dos pulmões para os diversos órgãos. Ele desempenha um papel fundamental na formação de glóbulos vermelhos. O ferro está presente apenas em pequenas quantidades no corpo, por isso é essencial incluir alimentos ricos em ferro na alimentação. A falta de ferro pode causar anemia, principalmente anemia por deficiência de ferro (ferropriva, em inglês: iron deficiency anemia). Os sintomas de deficiência significativa de ferro podem ser fadiga extrema e tontura. O ferro também ajuda a proteger nosso corpo contra infecções. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a anemia ferropriva a deficiência nutricional mais comum no mundo, estimando que afete 30% da população mundial1.

Dose diária recomendada

As mulheres com menos de 50 anos devem consumir mais ferro do que homens da mesma faixa etária, 18 mg por dia para mulheres de 19 a 50 anos. A partir dos 51 anos, uma mulher pode consumir 8 mg por dia2. A dose diária recomendada de ferro para os homens é de 8 mg.

Duas formas: fontes animais e vegetais

O ferro é absorvido pelo trato digestivo. Ele está disponível em duas formas: ferro heme (em inglês: heme iron), que é encontrado principalmente em carnes, peixes e frutos do mar3 e ferro não-heme (em inglês: non-heme iron) como em plantas e laticínios. O ferro heme, de origem animal, é melhor absorvido pelo organismo do que o ferro não heme (plantas). No corpo, o ferro é transportado e armazenado pela proteína ferritina. Consumir ferro suficiente através dos alimentos permite naturalmente que o fígado produza mais ferritina.

Se você é vegetariano, vá direto ao ponto 4. Também é importante você saber que a vitamina C ajuda na absorção do ferro não heme (de origem vegetal), por isso no final do artigo apresentamos alimentos ricos nesta vitamina. Descubra 7 classes de alimentos para escolher uma ingestão equilibrada de ferro.

Ferro heme (em inglês: heme iron, um tipo de ferro facilmente absorvido pelo sistema gastrointestinal)

1. Miúdos

Os alimentos mais ricos em ferro são os miúdos, especificamente o sangue de porco (morcela). Uma porção de 100 g de morcela contém até 22,8 mg de ferro, o que cobre as necessidades diárias de ferro de um adulto. Para prevenir a deficiência de ferro, recomenda-se consumir morcela cerca de uma vez a cada quinze dias. Para aqueles que não gostam de morcela, há também os rins de cordeiro, que contêm cerca de 12 mg para cada 100 g. O fígado de vitela também está entre os miúdos mais ricos em ferro. Uma fatia de 100 g de fígado de vitela contém cerca de 7,9 mg de ferro.

2. Carne vermelha

Embora os miúdos e o espinafre (veja o ponto 4) sejam as principais fontes de proteínas, a carne vermelha também é uma boa fonte de ferro. Uma porção de 100 g de carne bovina fornece ao corpo cerca de 4 mg de ferro. A carne de cavalo contém 5 mg, na mesma quantidade. Se você gosta de caça, o veado contém cerca de 3 mg por 100 g. O cordeiro também é rico em ferro.

Atenção, porém, ao consumo de ferro proveniente da carne vermelha. Um estudo realizado em 2017 pela Duke-NUS Medical School em Singapura mostrou que consumir carne vermelha e aves aumentava o risco de diabetes tipo 2. O ferro, na forma de heme, encontrado em grandes quantidades na carne e nas aves, explicaria em parte esse aumento no risco de desenvolver diabetes. Este estudo foi publicado em 22 de agosto de 2017 no American Journal of Epidemiology.

3. Mariscos e frutos do mar

Os mariscos estão entre os alimentos mais ricos em ferro. De acordo com a agência nacional de segurança alimentar, 100 g de mariscos contêm cerca de 15 mg de ferro. As amêijoas apresentam uma quantidade significativa de ferro; 100 g de amêijoas, cerca de 13 unidades de tamanho médio, contém 13 mg de ferro. Se você prefere mexilhões, saiba que 100 g de mexilhões contém 5,47 mg de ferro. As ostras, o atum, as vieiras e os camarões também são ricos em ferro. Esses frutos do mar e peixes, como a carne, contém ferro heme, enquanto plantas contêm ferro não-heme.

7 classes de alimentos ricos em ferro

Outros alimentos ricos em ferro heme incluem: frango, peru, ovos, sardinhas, cavalas.

Ferro não heme (ferro não heme, um ferro menos facilmente absorvido pelo sistema gastrointestinal)

4. Espinafre cozido

Depois das miudezas, o alimento que mais fornece ferro ao organismo é o espinafre. Ao contrário de outros vegetais que devem ser consumidos crus para não perderem as suas propriedades nutricionais, recomenda-se comer espinafre cozido. É quando são cozidos que ficam mais ricos em ferro. 100g de espinafre cozido contém cerca de 15,7g de ferro. Para aumentar a absorção de ferro de vegetais como espinafre, coma alimentos ricos em vitamina C, como tomate, ao mesmo tempo.

5. Cacau

O cacau é outro alimento rico em ferro. Em 100 g de cacau em pó, sem adição de açúcar, há 10,9 mg de ferro. Se você gosta de chocolate, escolha aqueles que são ricos em cacau, são os mais ricos em ferro. Uma barra de 100 g de chocolate amargo 70% contém 10,7 mg de ferro.

6. Legumes secos (por exemplo, feijão, lentilha) e frutas secas

Os vegetais secos são ricos em ferro. Depois de cozidas, as lentilhas secas contêm 8mg/100g, em comparação com 7mg por 100g do feijão branco. O feijão amarelo cru também contém 7mg por 100g.

O ferro das plantas é sempre preferido. O tofu também contém quantidades significativas de ferro.

Certas frutas secas, como uvas ou damascos, também contêm uma quantidade significativa de ferro4. Os figos, as tâmaras e as ameixas (incluindo o suco) também são frutas com quantidade significativa de ferro.

7. Sementes de girassol e outras sementes

Algumas sementes, como as de girassol, também são ricas em ferro. De modo geral, 100 g dessa semente podem conter entre 4,3 e 6,4 mg de ferro. Outras sementes ricas em ferro são: sementes de abóbora (abóbora), sementes de gergelim ou sementes de linhaça.

Outros alimentos ricos em ferro não heme são: spirulina, tomilho seco, tempeh (soja fermentada), alimentos enriquecidos com ferro, como cereais, farinha de milho, aveia, brócolis, feijão verde, dente de leão, repolho verde, couve, batata, repolho e couve de Bruxelas, pasta de tomate, nozes, pistache, amêndoas, castanha de caju, pinhão, macadâmia.

Alimentos ricos em vitamina C

Uma forma complementar de aumentar a concentração de ferro no sangue é consumir alimentos ricos em vitamina C5, já que essa vitamina favorece a absorção de ferro. Alguns exemplos de alimentos ricos em vitamina C incluem:

– os pimentões;

–  os vegetais de folhas verdes, como brócolis;

– as frutas inteiras: kiwi, melão, laranja, morango, toranja, etc;

– os sucos, como suco de laranja ou limão.

7 classes de alimentos ricos em ferro

Artigo atualizado em 23 de setembro de 2024. Por Seheno Harinjato da redação do Crisaude.com.br. Controle científico: Xavier Gruffat (farmacêutico). Fontes (entre outras): Prevention (revista estadunidense de saúde), Mayo Clinic, Cleveland Clinic. Créditos fotográficos: Adobe Stock.