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Gengivite

Resumo sobre gengivite

A gengivite é uma inflamação das gengivas. Esta condição é muito comum entre a população, é a doença mais comum do tecido periodontal.
A principal causa da gengivite é a escovação inadequada dos dentes, que provoca o acúmulo de placa bacteriana, bem como o aparecimento de resíduos de alimentos na cavidade oral. Outras causas são: as variações hormonais, as lesões nas gengivas, a gravidez, a diabetes (descontrolada), o tabagismo, o estresse, a desnutrição ou os efeitos colaterais de certos medicamentos.

Os principais sintomas da gengivite são gengivas vermelhas, um inchaço ou até um sangramento, principalmente ao escovar os dentes. A dor pode ou não estar presente. A gengivite é uma doença reversível.

Em geral, com uma boa higiene bucal (escovação regular dos dentes, uso do fio dental), a gengivite pode ser bem controlada e tratada. Em casos mais avançados de gengivite, especialmente quando a placa dentária ou bacteriana endurece e se transforma em tártaro, somente dentistas ou higienistas dentais podem removê-la.
Também é importante verificar regularmente o estado das suas gengivas.

Definição

A gengivite é uma inflamação das gengivas que pode ser aguda ou crônica. A gengivite é um acúmulo de placa bacteriana.

A gengiva é uma mucosa oral formada por tecidos moles que envolve a parte inferior dos dentes (ao nível dos ossos maxilares). Sua superfície é queratinizada, o que proporciona boa proteção contra os micróbios.

Epidemiologia

Cerca de 47% dos estadunidenses com mais de 30 anos sofrem de algum tipo de gengivite, segundo a revista americana Prevention de fevereiro de 2020, baseada em números do Centers for Disease Control and Prevention (CDC).

Causas (etiologia)

Placa bacteriana
A gengivite é causada pela placa bacteriana, também chamada de placa dentária. Este último consiste em uma película aderente que geralmente se deposita na superfície dos dentes e nas gengivas. Existem mais de 500 espécies de bactérias que vivem na boca.
Nas gengivas, o acúmulo de placa bacteriana pode levar à formação de ácidos e toxinas levando a sintomas típicos da gengivite, como sangramento ou vermelhidão. A origem da formação da placa bacteriana está, na maioria das vezes, ligada à má higiene bucal. A placa bacteriana é o fator desencadeante mais comum para a gengivite. O tártaro é a placa (bacteriana ou dentária) que se tornou mineralizada. O tártaro deve ser removido por dentistas.

Outras causas ou fatores de risco
Outras causas ou fatores que podem levar à gengivite são: alterações hormonais, como durante a gravidez (gengivite na gravidez) ou no período da adolescência (gengivite pubertal), bem como o uso de certos medicamentos (antidepressivos, antiepilépticos como a fenitoína ou o valproato, bloqueadores dos canais de cálcio como como nifedipina ou amlodipina, imunossupressores como a ciclosporina).
A falta ou deficiência de vitamina C (levando ao escorbuto) também pode causar sangramento nas gengivas, mas essa deficiência é muito rara hoje em dia.

Uma diabetes mal tratada (por exemplo, tipo 1), o estresse, um sistema imunológico enfraquecido ou tabagismo também podem levar ou promover gengivite.

Sintomas

Os principais sintomas da gengivite são:

– sinais inflamatórios: vermelhidão das gengivas (em geral, as gengivas saudáveis ​​são bastante alaranjadas), inchaço (edema ou inflamação das gengivas) e possivelmente dores.

– sangramento após a escovação ou uso do fio dental.

mau hálito.

Casos graves
Em casos graves e avançados de gengivite, pode-se observar um deslocamento ou mesmo afrouxamento dos dentes. O espaço interdental pode aumentar ou diminuir (isso também é chamado de periodontite, leia também em Complicações da gengivite).

Devido aos sintomas, mas também às possíveis complicações da gengivite, é muito importante verificar suas gengivas e dentes visitando seu dentista regularmente. Uma atenção especial deve ser dada aos espaços interdentais, fontes de germes, que podem levar à gengivite.

Complicações

A periodontite (em inglês periodontitis) pode ser uma complicação grave da gengivite. A periodontite é uma inflamação dos tecidos de suporte do dente (periodonto). Uma consequência desse processo inflamatório pode ser uma mudança na posição dos dentes e levar, por descolamento, à perda dos dentes. A periodontite é responsável por até 70% de todas as perdas dentárias1.

Tratamentos

Prevenção
O tratamento da gengivite baseia-se principalmente na melhoria da higiene buco-dental: escovação regular dos dentes e uso do fio dental (ver também abaixo em Prevenção).

Clorexidina (e hexetidina)
A clorexidina pode ajudar na gengivite. Recomenda-se enxaguar a boca 2 vezes ao dia por 1 minuto com 10 ml de solução de clorexidina 0,2%2.
No entanto, tenha cuidado durante o uso prolongado, pois após a aplicação repetida de clorexidina na boca, os dentes e a língua podem muitas vezes manchar. Este efeito é geralmente reversível, mas nem sempre. Esta coloração aparece já após uma semana, já 6 meses após o início do tratamento, cerca de 50% das pessoas tratadas apresentam manchas.
A hexetidina é utilizada algumas vezes, mas é menos eficaz que a clorexidina.
O cloreto de cetilpiridínio às vezes é indicado na gengivite.

Dentista
Dentitas ou higienistas bucais também ofereceram uma raspagem completa para remover o tártaro, fonte de uma complicação da gengivite: a periodontite.

Gengivectomia
Em alguns casos mais raros, especialmente no caso de periodontite (ver acima em Complicações) ou gengivas inchadas, dentistas podem realizar uma gengivectomia. Este é um procedimento cirúrgico que envolve fazer uma incisão e remover parte da gengiva.

Gengivite durante a gravidez (gengivite gravídica) 
Na maioria dos casos, a gengivite da gravidez desaparece após o parto ou amamentação3.

Plantas medicinais

É possível tratar a gengivite com medidas complementares, principalmente a fitoterapia:

– A mirra, por exemplo, na forma de tintura de mirra.

– A sálvia, por exemplo, na forma de tintura de sálvia.

Óleos essenciais
Os óleos essenciais ou mucilagens, por exemplo, à base de camomila, de malva, de altéia ou sálvia, às vezes são utilizadas ​​contra a gengivite. Estas preparações são principalmente líquidas (para gargarejos) ou sprays orais.

Remédios naturais

Tintura de mirra

Bochechos contra a gengivite

Suco de limão

Dicas (em complemento ao tratamento)

– Verifique regularmente o estado das suas gengivas. Se houver alteração na cor ou no volume das gengivas, consulte um dentista o mais rápido possível.

– Coma ou belisque cenouras ou aipo crus que ajudam a fortalecer as gengivas e os dentes. Esses alimentos contêm pouco açúcar, o que limita o crescimento de bactérias prejudiciais às gengivas.

Prevenção

– Mantenha uma excelente higiene bucal: escove os dentes várias vezes ao dia, use o fio dental pelo menos uma vez ao dia (em alguns casos de gengivite será necessário passar fio dental 3 vezes ao dia) e faça gargarejos com soluções antissépticas. Também é importante realizar a limpeza interdental regular – pelo menos uma vez ao dia, principalmente com escovas interdentais e, em menor quantidade, com o fio dental.

– Faça um controle regular com o dentista. Na realidade, muitas pessoas não sabem que sofrem de gengivite.

– Faça consultas regulares com o higienista dental ou dentista. Isso limita a placa bacteriana (dentária) e remove o tártaro (placa dentária ou bacteriana que se tornou mineralizada). Recomenda-se a destartarização a cada 6 meses (visitas a cada 6 meses reduz o reaparecimento do tártaro) ou a cada ano4.

– Se você fuma, tente parar ou reduzir o consumo de cigarros.

– Como a diabetes pode ser um fator ou causa de gengivite, é importante ter um bom controle de açúcar no sangue (glicemia).

Fonte & Referências: 
Prevention (revista estadunidense de saúde).

Redação: 
Xavier Gruffat (farmacêutico)

Última atualização: 
30.06.2023

Infusão de alcaçuz

Uso

Contra a rouquidão (efeito rápido) ou contra a tosse, seja irritante (tosse seca) ou produtiva (tosse úmida). O alcaçuz tem efeito expectorante. Por causa do seu efeito hipertensor, o chá de alcaçuz pode ser utilizado em pessoas que sofrem de hipotensão.
Observação: como doce, o alcaçuz também pode ser utilizado contra dores de garganta.

Ingredientes

Para uma xícara de chá de raiz de alcaçuz utilize:
– 3 a 5 g de raízes de alcaçuz finamente cortadas (disponíveis em farmácias). Você também pode utilizar o pó da raiz de alcaçuz.
– Cerca de 200 ml de água.

Copo cheio de chá de alcaçuz e pedaços de raízes de alcaçuz (crédito da foto: Adobe Stock)

Preparação

– Aqueça a água até ferver e depois adicione a esta água fervente às raízes de alcaçuz
– Deixar no fogo por cerca de dez minutos (para obter uma dose eficaz de princípios ativos)
– Filtre a mistura

Outra receita possível (que se parece mais com uma decocção): Ferva a água e depois adicione a raiz de alcaçuz. Retire do fogo, tampe a panela e deixe em infusão por 15 minutos. Passe o chá de ervas por uma peneira (ou filtro) e deixe esfriar ou aquecer (de preferência).

Posologia

– Beba uma xícara 2 a 3 vezes ao dia.
– Durante a hipotensão, beber um copo pela manhã e outro à tarde até atingir a pressão arterial normal.

Observações – duração do tratamento:
Um tratamento à base de alcaçuz não deve durar mais do que 4 a 6 semanas.
É também importante não consumir mais de 100 mg por dia de glicirrizina, porque esta substância chave do alcaçuz pode reduzir perigosamente os níveis de potássio no sangue.
Estima-se que existam cerca de 30 mg de glicirrizina no chá de alcaçuz (uma xícara de 200ml).

Contraindicações: 
Pessoas que sofrem de hipertensão.

Fontes: 
Literatura sobre Plantas Medicinais e Remédios Naturais, Reader’s Digest.

Redação: 
Xavier Gruffat (farmacêutico)

Créditos fotográficos:
Criasaude.com.br, Adobe Stock

Última atualização
20.09.2023

Noz-de-cola

Resumo

A noz-de-cola ou cola é uma semente com propriedades estimulantes devido em grande parte à cafeína. As preparações de cola, vendidas em forma de cápsulas ou em bebidas (ex. Coca-Cola), são indicadas especialmente em casos de fadiga física ou mental.

Noz-de-cola

Nomes

Nome em português: noz-de-cola, cola, abajá, café-do-sudão, mukezu, obi.
Nome científico: Cola acuminata (Pal.) Schott & Endl, Cola nitida (Vent.) Schott & Endl.
Observação: Existem duas espécies de cola. A Cola nitida tem folhas mais estreitas e flores maiores do que a Cola acuminata 1.
Nome em inglês: Cola, Cola Nut Tree (nome da árvore)
Nome em alemão: Kola
Nome em italiano: cola
Nomes em francês: kola, cola, kolatier (nome da árvore), colatier (nome da árvore)

Família

Malvaceae (Malváceas). Observação: anteriormente, a noz-de-cola era classificada entre as Sterculiaceae.

Constituintes/Princípios ativos

– Alcaloides: cafeína (aproximadamente 1,5% a 3% do peso das sementes), teobromina
– Taninos e compostos fenólicos (ex. catequina, epicatequina, procianidinas)

Partes utilizadas

– Sementes ou nozes (Colae semen)

​Efeitos

Estimulante (efeito da cafeína), digestivo, tônico, adstringente.

Indicações (principalmente efeitos da cafeína, leia também em Observações)

Fadiga (física ou mental), dor de cabeça, enxaqueca, depressão

Efeitos colaterais

Os efeitos colaterais são, em nossa opinião, principalmente devido à cafeína, consulte em Café para a lista dos possíveis efeitos colaterais.

Contraindicação

Consulte em Café para a lista de possíveis contraindicações.

Interações

Consulte em Café para a lista de possíveis interações.

Nomes de preparações

No Brasil, a noz-de-cola é vendida principalmente na forma de pó ou tintura.

Preparações – Em qual forma? (formas farmacêuticas)

– Cápsulas de noz-de-cola

– Pó de noz-de-cola

– Tintura de noz-de-cola (baseada em extrato, por exemplo)

– Bebidas à base de noz-de-cola (ex. Coca-Cola e outras bebidas energéticas)

Onde cresce a noz-de-cola?

A noz-de-cola cresce principalmente na África e na América do Sul. A árvore da cola é originária da África Ocidental (Oeste da África). Pode atingir até 15 m 2.

Quando colher as sementes de noz-de-cola?

As sementes de noz-de-cola são colhidas quando atingem a maturidade.

​Observação

– A cola é uma planta interessante do ponto de vista histórico. De fato, é graças a esta planta (em conjunto com a coca) que a famosa Coca-Cola® nasceu (responsável pela palavra Cola de Coca-Cola®, a folha de coca sendo responsável pela primeira palavra). Um farmacêutico de Atlanta, John Pemberton, criou essa famosa bebida no final do século XIX. Ele procurava desenvolver uma bebida para combater a fadiga. A Coca-Cola® é hoje uma das marcas mais valiosas do mundo.

Eficiência científica: 
– Em uma edição especial de julho de 2020 da revista francesa Science & Vie sobre plantas medicinais, que estudou a eficácia de 77 plantas medicinais, a noz-de-cola foi considerada uma planta com eficácia comprovada como estimulante, para manter a vigília e concentração, bem como para aumentar o desempenho físico, devido ao seu teor de cafeína. Outras plantas ricas em cafeína, também com eficácia comprovada, segundo a revista Science & Vie, incluíam café, chá preto, chá verde, erva-mate e guaraná.

Redação:
Xavier Gruffat (farmacêutico)

Fontes & Referências:
Mayo Clinic, Literatura sobre plantas medicinais, Science & Vie

Créditos fotográficos:
Adobe Stock, Criasaude.com.br

Última atualização: 
21.11.2023

Foto noz-de-cola

Noz-de-cola

Pimenta-malagueta

Resumo

A pimenta malagueta, também chamada de pimenta caiena, é uma planta originária do continente americano que é utilizada externamente principalmente contra reumatismos e dores musculares. A pimenta malagueta é geralmente utilizada na forma de pomada, emplastro ou compressa.

Nomes

Nome em português: pimenta-malagueta, Pimente Cayenne, pimenta de caiena
Nome científico: Capsicum frutescens Capsicum annuum L. (anteriormente conhecido como Capsicum frutescens L.)
Nom inglês: Capsicum Frutescens
Nome francês: poivre de Cayenne, piment
Nome inglês: Cayenne pepper, Capsicum, Chilli pepper
Nome alemão: Cayenne-Pfeffer, Chili
Nome italiano: pepe di Cayennapeperoncino
Nome espanhol: chili, chile, pimiento, pimienta de Cayena

Família

Solanaceae (Solanáceas)
Observe que no mundo há mais de 1.500 variedades do género Capsicum.

Constituintes

– Capsaicinóides, incluindo a capsaicina (leia também em Observação, no final do artigo, para uma crítica ao uso da capsaicina). Nota: A capsaicina apresenta propriedades antioxidantes.
– Óleos essenciais
– Saponinas
– Pirazinas
Vitaminas C, A, E

Partes utilizadas

– Frutas maduras e secas (em latim: Capsici fructus acer) – às vezes utilizadas na forma de frutas frescas
– Sementes

Pimenta-malagueta Indicações

Efeitos da pimenta-malagueta

Uso externo:
Hiperemiante, anti-prurido.

Uso interno:
Estimulante das secreções gastro-intestinais.

Indicações da pimenta-malagueta

Uso externo (pomadas, tinturas, compressa quente, emplastro):
– Reumatismo: dor muscular sobretudo aguda, artrite, artrose, dor e tensão muscular
Dor nas costas
– Coceira
Herpes zóster
– Neuralgia
Obs.:
Para as pomadas: concentração em capsaicina de cerca de 0.01% a 0.025% .

pimenta-malagueta Interações

Atenção! Peça conselhos a um médico ou farmacêutico sobre a possibilidade da aplicação externa de medicamento à base de pimenta.

Efeito da capsaicina:

No uso externo, a capsaicina é absorvida pela pele e liga-se a receptores específicos que atuam reduzindo uma substância responsável pela transmissão de dor para o cérebro. Indiretamente, a capsaicina age como um analgésico.

Uso interno:
– Problemas gastrointestinais, doença de viajante (náuseas), diabetes

Efeitos secundários

Uso interno:
Diarreia, problemas gastrointestinais.

Uso externo:
Vermelhidão, alergias, irritação, queimaduras. Estes efeitos secundários geralmente aparecem durante as primeiras aplicações e, em seguida, diminuem ao longo do tempo. Se a vermelhidão e irritação persistirem, é aconselhável parar o tratamento à base de pimenta caiena.

Contra-indicações

Alergia à planta

Interações

Desconhecemos

Preparações à base de pimenta-malagueta

– Compressa à base de pimenta-malagueta

– Pomada de pimenta-malagueta (por exemplo, preparada por um farmacêutico)

– Emplastro de pimenta-malagueta

– Pó de pimenta-malagueta

– Infusão de pimenta-malagueta

Onde cresce a pimenta-malagueta?

A pimenta-malagueta cresce em regiões de clima quente, como o México e a América do Sul. É possível cultivá-la na Europa e na América do Norte (por exemplo, Quebec). Pode ser cultivada dentro de casa. Atualmente, os dois principais produtores de pimenta-malagueta (da espécie Capsicum annuum) são a Índia e a China.

Quando colher as pimentas (pimenta-malagueta)?

As pimentas são colhidas no verão, quando estão maduras. Uma vez colhidas, secá-las na sombra.

Observações

– A utilização da pomada à base de pimenta malagueta, muitas vezes preparada na farmácia mediante prescrição médica, pode ser eficaz em casos de reumatismo e principalmente em casos de dores nas costas, segundo estudo da Cochrane datado de 2014 (DOI: 10.1002/14651858 .CD004504.pub4). O estudo conclui que a pimenta malagueta (na época com o nome de espécie Capsicum frutescens, atualmente Capsicum annuum) reduz a dor mais do que um placebo.
Para preparar uma pomada com pimenta malagueta, a farmácia adiciona a pimenta malagueta na forma de pó ou óleo essencial à base de pomada. Esta planta também pode ser utilizada na forma de emplastros, adesivos ou loções oleosas.
A capsaicina, princípio ativo da pimenta caiena encontrada na fruta, é responsável pelo efeito analgésico no reumatismo. A duração recomendada do tratamento para reumatismo, como a artrite, é geralmente de 6 a 8 semanas.

– Um estudo publicado no final de 2009 pela Universidade de Ulsan na Coréia do Sul mostrou que o uso interno da pimenta-malagueta em pó tem um efeito positivo contra diabetes. É também a substância capsaicina que possui este efeito medicinal.

Pimenta e obesidade, ação sobre a sensação de saciedade
– Os pesquisadores do Centro de Nutrição e de Doenças Gastrointestinais da Universidade de Adelaide na Austrália, publicaram um estudo em agosto 2015 na revista Plos ONE sobre os efeitos da pimenta sobre a obesidade. Os cientistas australianos descobriram que uma alimentação rica em gorduras poderia perturbar receptores importantes localizados no estômago, que enviam um sinal de saciedade ao cérebro. Eles estudaram a ação de uma substância, a capsaicina, encontrada na pimenta (ex. na espécie Capsicum frutescens L.), sobre receptores chamados de TRPV1 localizados no estômago.
– Os cientistas observaram que o estômago se expande quando está repleto, o que ativa os sinais nervosos que informam o cérebro de que foi ingerida uma quantidade suficiente de alimento (saciedade). A ativação deste processo é feita através dos receptores TRPV1, que são principalmente ativados pela capsaicina, encontrada na pimenta. A inibição destes receptores ou a dessensibilização por alimentos gordos provoca um atraso no aparecimento da sensação de saciedade. Em seguida, a pessoa consome mais alimento, o que provoca um ganho de peso. A pimenta pode ser utilizada na perda de peso e pode conduzir à descoberta de novos medicamentos. É aconselhável comer pimenta todos os dias em casos de sobrepeso ou obesidade. [Fonte: Comunicado de imprensa da Universidade de Adelaide, agosto de 2015]

– No México, a pimenta é utilizada na medicina tradicional contra a dor de dente. No passado, os Maias utilizavam pimenta-malagueta para tratar infecções e os Astecas justamente contra dor de dente.

– A pimenta é uma especiaria nativa de regiões tropicais e subtropicais das Américas. A pimenta-malagueta foi descrita pela primeira vez pela equipe espanhola de Cristóvão Colombo em 1493 (século XV), nota-se que Cristóvão Colombo era italiano, mas trabalhava para a coroa espanhola. Os Portugueses, em seguida, introduziram o tempero na Índia e na África durante o século XVI. A pimenta-malagueta é amplamente utilizada em muitas culturas culinárias, como a culinária mexicana (em espanhol é chamada de chili ou chile, particularmente, chili com carne), indiana e italiana.

Criticas sobre a utilização da capsaicina
A revista francesa de referência Prescrire  publica periodicamente uma lista de medicamentos comercializados na França e na União Europeia, mas que devem ser evitados devido à relação risco-benefício não ser favorável. A capsaicina indicada contra dor neuropática, é uma molécula que pode ser encontrada na lista da Prescrire de 2017, não seria mais eficaz do que o placebo e poderia causar efeitos secundários tais como a dor severa ou queimaduras.

Fontes:
Prescrire

Equipe editorial:
Xavier Gruffat (farmacêutico)

Última atualização:
20.10.2023

Fotos

Planta medicinal pimenta-malagueta